Image Map

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Capitulo 15


Para a segunda noite consecutiva, Thomas foi para a cama com a
imagem do rosto atormentado de Ben queimando em sua mente,isso o
perseguia. Como seriam as coisas agora,se não fosse por esse cara? Thomas
quase poderia se convencer de que estaria completamente feliz, feliz e
animado para aprender a sua nova vida, o propósito da sua meta de se
tornar um runner. Ou quase. No fundo, ele sabia que Ben era apenas parte
dos seus muitos problemas.
Mas agora ele se foi, banido para o mundo dos grievers (verdugos),
onde quer que fosse,pra onde levavam suas presas, as vítimas do que ali se
fazia. Embora tivesse muitas razões para desprezar Ben, ele sobretudo
sentia pena dele.
Thomas não poderia imaginar ele saindo dessa maneira, tendo
como base os últimos e recentes momentos psicóticos de Ben, batendo,
cuspindo e gritando, e sem dúvida a importância das normas na clareira,
ninguém deve entrar no labirinto, com exceção dos runners e somente
durante o dia. De alguma forma, Ben já havia sido ferroado uma vez, o que
significava que ele sabia, talvez melhor do que ninguém exatamente,o que
tinha na loja para ele.
Aquele pobre garoto, ele pensou.
Aquele pobre, pobre garoto.
Thomas estremeceu e virou de lado.
Quanto mais pensava sobre isso, em ser um runner, parecia menos
uma grande ideia. Mas,inexplicavelmente, ainda percebia o chamado.
Na manhã seguinte, o amanhecer mal tinha tocado o céu antes do
trabalho dos sons, da clareira,despertassem Thomas do sono profundo do
qual ele havia chegado. Ele se sentou, esfregando os olhos, tentando se
livrar do atordoamento pesado. Ao dar-se por vencido, se deitou- esperando
que ninguém o perturbasse. Não durou um minuto. Alguém tocou em seu
ombro e ele abriu os olhos para ver Newt olhando para ele.
- O que foi agora? pensou.
- Levante-se, você está mentindo.
- Sim, bom dia para você também. Que horas são?
- Sete horas em ponto, Greenie (Fedelho) - disse Newt com um
sorriso sarcástico. Calculei que devia deixá-lo dormir um pouco depois de
alguns dias difíceis.
Thomas estava envolvido em uma posição sentada, odiando que
não pudesse estar lá por mais algumas horas. - Dormir? O que são vocês,
um grupo de agricultores? - agricultores, como ele se recordara tanto sobre
eles? Mais uma vez, a sua memória era suprimida na confusão.
- Ei... sim, agora que você mencionou.
Newt se deixou cair ao lado de Thomas e cruzou as pernas. Ele se
sentou em silêncio por um momento, olhando para todos começando a se
agitar com o burburinho em torno da clareira. Vou começar te colocando
com os Track-hoes hoje, Greenie (Fedelho).
Veja se isso lhe agrada, ao invés de cortar suínos sangrentos e outras
coisas.
Thomas estava cansado de ser tratado como um bebê. - Não se
supõe que já não me chamou assim?
- Como, porco sangrando?
Thomas foi obrigado a rir e sacudiu a cabeça. - Não, Greenie
(Fedelho). Eu realmente não sou o cara mais Novo, né? A menina em coma
é que é. Chame-a de Greenie (Fedelho),o meu nome é Thomas. –Os
pensamentos sobre a menina caiam em torno de sua mente, o fez se lembrar
da ligação que sentia. A tristeza apoderou-se dele, pelo menos ele queria vêa.
Isso não faz sentido, pensou ele. Eu nem sei seu nome.
Newt se inclinou para trás, arqueando as sobrancelhas. - Me
queima, cresceram em você ovos de bom tamanho, à noite, certo?
Thomas o ignorou e seguiu em frente. - O que é uma Track-hoe ?
- É como a galera chamam os garotos que trabalham fora,nos
jardins lavra, capina, plantando e tal.
Thomas acenou nessa direção. - Quem é o encarregado?
-Zart. Um cara legal, sempre e quando ele não descuida do
trabalho, isto é.
Ele é o tipo grande que estava parado em frente, na noite passada.
Thomas não disse nada sobre isso, esperando que ele pudesse de
alguma forma passar o dia inteiro sem falar de bem e do Exílio. O homem
ficou doente e só o deixava culpado, então ele mudou-se para outra coisa.
- Então por que vir aqui para me acordar?
- O quê, você não gosta,que a primeira coisa que você vê quando
acorda é a minha cara ?
- Não especialmente. Então... - Mas antes que pudesse terminar a
frase o estrondo das paredes se abrindo para o dia o interrompeu. Ele olhou
em direção a porta Leste, meio que esperando para ver Ben em pé, ali do
outro lado. Em vez disso, ele viu Minho, se alongando. Thomas, em
seguida, viu enquanto caminhava pegando algo.
Era a secção da barra com coleira de couro ligado a ele. Minho
parecia não pensar em nada disso, atirando-o para um dos outros runners,
que se foi e o colocou de novo na caixa de ferramentas no galpão perto dos
Jardins.
Thomas voltou-se para Newt, confuso.
Como pode Minho agir de um modo tão indiferente a tudo? - Que
caralh...
- Eu só vi três exilados Tommy. Todos tão desagradáveis como ele
que apareceram na noite passada. Durante esse tempo incômodo, os
grievers (verdugos) deixam o colar em nossa porta.
Thomas teve que aceitar. - O que acontece aos habitantes quando
são capturados? – De verdade eu quero saber?
Newt encolheu seus ombros sua indiferença não muito
convincente. O mais provável é que não queria falar sobre isso.
- Conte-me sobre os runners, disse Thomas, de repente. As
palavras pareciam sair do nada. Mas ele permaneceu imóvel, apesar do seu
impulso estranho de se desculpar e mudar de assunto, ele queria saber tudo
sobre eles. Mesmo depois do que vi ontem à noite, mesmo depois de
testemunhar o griever (verdugo) correndo para a janela, ele queria saber. A
atração de entender o porquê era forte. Tornar-se um runner era algo para o
qual ele havia nascido.
Newt tinha parado, olhando confuso. - runners? Por quê?
-Só para saber.
Newt deu-lhe um olhar desconfiado.
- São o melhor dos melhores, esses tipos. Mas também eles
precisam ser.
Tudo depende deles. Ele pegou uma pedra solta e jogou, olhando-o
quicar preguiçosamente em uma parada.
- Por que você não é um?
Newt olhou para Thomas, bruscamente.
- Eu era um até que danifiquei minha perna há alguns meses. Não
tem sido a mesma desde então. - Ele se inclinou para baixo no tornozelo
direito ausente, com um breve olhar de dor intermitente no seu rosto. O
olhar fez Thomas acreditar que era mais do que uma memória, sem uma
dor física real que alguém sentia.
- Como você faz? Thomas perguntou, pensando em como ele
poderia conseguir que Newt falasse mais,para aprender.
- Correndo dos malditos grievers (verdugos), o que mais? Quase
me pegaram. - Ele fez uma pausa. Eu ainda tremo só de pensar que eu
poderia ter passado pela transformação.
A transformação. Era o tema que Thomas achava que poderia levar
a respostas Mais que qualquer outra coisa. - O que é isso, afinal? O que
muda? Todos ficam igual ao Ben, loucos e começam a tentar matar
habitantes?
Ben era muito pior do que a maioria.
Mas eu creio que você queria falar sobre os runners. - Newt disse
que o tom da conversa sobre a transformação havia terminado.
Isto fez de Thomas alguém ainda mais curioso, mas estava bem ao
voltar para a questão dos runners. - Ok, eu te escuto.
- Como eu disse, são o melhor dos melhores.
- Então o que eles fazem? - Provam ao mundo inteiro o quão
rápido eles são?
Newt deu á Thomas um olhar de nojo, então, reclamou. - Mostreme
alguma inteligência, Greenie (Fedelho), Tommy, ou seja lá qual for o
seu nome. Quão rápido você pode correr é apenas uma parte disso. Uma
parte muito pequena na realidade.
Isso despertou o interesse de Thomas.
- O que você quer dizer?
- Quando eu digo o melhor dos melhores, eu me refiro a tudo. Para
sobreviver no maldito labirinto, você tem que ser mais esperto, mais rápido,
mais forte. Você deve ser um tomador de decisões, ou seja, saber a
quantidade certa de risco a correr. Você não pode ser irresponsável, e
também não pode ser tímido,. -Newt endireitou suas pernas e recostou-se
em suas mãos. É horrivelmente maldito, né? Não estranho você.
- Eu pensei que os grievers (verdugos) só saíssem á noite. -Destino
ou não, Thomas não queria correr de uma dessas coisas.
- Sim, normalmente.
- Então por que é tão terrível lá fora?
- Que mais ele não conhecia?
Newt suspirou. -Pressão. Stress. O labirinto tem padrões
diferentes, todos dias, tentando trazer as coisas à sua mente, tentando nos
levar lá.
Preocupados com os malditos mapas. A pior parte é ter medo e
sempre possível que você nunca mais volte. Um labirinto normal é muito
difícil, mas quando ele muda a cada noite, um par de erros mentais e
passarás a noite com bestas viciosas. Não há espaço nem tempo para tolos
ou pirralhos. -Thomas franziu a testa, sem entender a unidade dentro dele,
encorajando-o.
Especialmente depois da noite passada. Mas ele ainda o sentia. O
sentia em toda parte.
- Por que todo esse interesse? Newt perguntou.
Thomas hesitou, pensando, com medo de dizer isso em voz alta
novamente. - Eu quero ser um runner.
Newt virou e olhou nos olhos dele.
- Você não tem nem uma semana aqui, shank (trolha). Um pouco
cedo para desejar morrer, você não acha?
- Eu estou falando sério. - Mas fazia sentido até mesmo para
Thomas, e ele sentia isso profundamente. Na verdade, o desejo de se tornar
um runner era a única coisa que no caminho, o ajudou a aceitar a sua
situação.
Newt não quebrou o seu olhar. - Eu também, esqueça. Ninguém se
tornou um runner em seus primeiros meses, muito menos em sua primeira
semana. Tem muito o que provar antes de recomendado pelo encarregado.
Thomas se levantou e começou a transformar seu sonho para
funcionar.
- Newt, eu falo a sério. Eu não posso ficar arrancando ervas daninhas todos
os dias, eu enlouqueceria. Eu não tenho nenhuma ideia do que eu fiz antes
de me enviarem pra cá nesta caixa de metal, mas meu instinto me diz que
ser um runner é o que eu devo fazer. Eu posso fazer.
Newt seguia ali sentado, olhando para Thomas, sem oferecer ajuda.
- Ninguém disse que não poderia. Mas dê-lhe uma pausa por
enquanto.
Thomas sentiu uma onda de impaciência.
- Mas...
- Ouça, confie em mim, Tommy. Iniciar pisando forte em torno
deste lugar ladrando sobre como você é bom demais para trabalhar como
agricultor, como está preparado e pronto para ser um runner... Você vai
fazer um monte de inimigos. Deixar tudo por agora.
Fazendo inimigos era a última coisa que queria Thomas, mas ainda
assim.
Ele decidiu ir em outra direção.
- Ok, eu vou falar sobre isso com o Minho.
- Boa tentativa, seu chato. A assembleia elege os runners, e se você
pensa ser um forte candidato, eles vão rir da sua cara.
- Para que todos vocês saibam, eu poderia ser realmente bom nisso.
É um desperdício de tempo me fazer - esperar.
Newt levantou-se para juntar-se Thomas e enfiou o dedo na sua
cara. - Ouça, Greenie (Fedelho). Você me ouviu tudo bem? Fui claro?
Thomas ficou surpreso ao ver que ele não se intimidou. Ele revirou
os olhos, mas concordou.
- É melhor você pare de besteiras, antes que os outros saibam. Não
é assim que tudo funciona por aqui, e toda a nossa existência depende que
as coisas funcionem.
Ele fez uma pausa, mas Thomas não disse nada, temendo o sermão
que ele sabia que viria.
- Ordem - Newt continuou. Ordem. Você deve repetir essa maldita
palavra uma vez e outra na sua maldita cabeça. A razão pela qual estamos
todos aqui, é porque trabalhamos muito e mantemos a ordem.
Ordem, a razão pela qual nós exilamos Ben, não pode haver loucos
correndo por aí ao redor tentando matar as pessoas certo? Ordem. A última
coisa de que precisamos é que você foda com tudo.
A teimosia lavou Thomas. Ele sabia que era hora de se calar. - Sim,
foi tudo o que ele disse.
Newt lhe deu um tapinha nas costas.
- Vamos fazer um acordo.
- O quê? Thomas sentiu sua esperança crescer.
- Você precisa manter sua boca fechada sobre o assunto, e eu coloco
você na lista de potenciais participantes Tão logo me mostre certa
influência.
Se você me enganar e não fechar a boca, e eu vou me assegurar que
nunca ocorra. Temos um acordo?
Thomas odiava a ideia de esperar, sem saber quanto tempo poderia
ser. - Isso é um acordo fedido.
Newt ergueu as sobrancelhas.
Thomas concordou. - Certo temos um acordo.
- Vamos, conseguir alguns prisioneiros de Frypan. E eu espero que
você não se sufoque.
Naquela manhã, Thomas finalmente conheceu o infame Frypan,
ainda que somente a distância. O cara estava muito ocupado tratando de
alimentar um exército de habitantes famintos com café da manhã . Ele não
poderia ter mais do que dezesseis anos, mas tinham uma longa barba e os
cabelos presos ao redor do resto de seu corpo, como se cada cabelo estivesse
tentando escapar dos limites de suas roupas manchadas de alimentos. Não
parecia com o homem mais limpo do mundo para supervisionar a cozinha
inteira, pensou Thomas. Ele fez uma anotação mental para ficar esperto
com os desagradáveis fios de cabelo preto em sua comida.
Ele e Newt tinham acabado de se unir a Chuck no café da manhã
em uma mesa de piquenique fora da Cozinha quando um grande grupo de
habitantes se levantaram e correram para o portão Oeste, conversando
animadamente sobre algo.
- O que está acontecendo? Thomas perguntou, surpreendeu-se
consigo mesmo na forma que o dizia com tanta indiferença. Novas
descobertas na clareira se haviam convertido em uma parte da vida.
Newt encolheu os ombros quando ele colocou a mão sobre os ovos
na cesta.
- Basta ir olhar,com Minho e Alby eles vão dar uma olhada no
maldito griever (verdugo) morto.
- Ouça, disse Chuck. Um pequeno pedaço de bacon voou para fora
da boca quando falava. Tenho uma dúvida sobre isso.
- Sim, Chuckie? Perguntou Newt, um tanto sarcástico. E qual é a
sua maldita pergunta ?
Chuck parecia absorto em seus pensamentos. - Bem, eles
encontraram um griever (verdugo), morto certo?
- Sim, respondeu Newt. Obrigado por esta notícia.
Chuck tocou distraidamente o garfo para baixo por alguns
segundos. - Bem, então...quem matou a estúpida coisa?
Ótima pergunta, Thomas pensou. Esperou Newt responder, mas
ele não disse nada. Ele obviamente não tinha nem ideia.

0 Comments:

Postar um comentário