Image Map

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capitulo 15

Eu estava tentando pintar minhas unhas do pé de manhã – o que não é fácil com uma ressaca tão grande – quando ouvi uma batida na porta. Lissa tinha saído quando eu acordei, então eu me movi através do quarto, tentando não arruinar o esmalte molhado. Abrindo a porta, eu vi um empregado do hotel com uma caixa grande em seus braços. Ele a mexeu com cuidado para que ele pudesse dar uma olhada ao redor e então olhar pra mim.

“Estou procurando Rose Hathaway.”

“Sou eu.”

Eu peguei a caixa dele. Era grande mas não muito pesada. Com um rápido obrigado, eu fechei a porta me perguntando se eu deveria ter dado uma gorjeta a ele. Oh bem. Eu sentei no chão com a caixa. Não tinha marcas e foi lacrada com fita adesiva. Eu encontrei uma caneta e perfurei a fita. Quando eu arranquei o suficiente, eu abri a caixa e espiei pra dentro.

Estava cheia de perfume.

Tinha que ter pelo menos 30 frascos de perfume no perfume. Alguns eu conhecia, outros não. Eles variavam de insanamente caro, calibre de estrela de cinema aos mais baratos que eu tinha visto em farmácias. Eternity. Angel. Vanilla Fields. Jade Blossom. Michael Kors. Poison. Hypnotic Poison. Pure Poison. Happy. Light Blue. Jõvan Musk. Pink Sugar. Vera Wang. Um por um, eu peguei as caixas, li as descrições, então tirei da caixa e cheirei.

Eu estava na metade quando a realidade me atingiu. Esses deviam ser de Adrian.

Eu não sabia como ele conseguiu que todos esses perfumes fossem entregues no hotel em um período de tempo tão curto, mas dinheiro pode fazer quase tudo acontecer. Ainda sim, eu não precisa da atenção de um rico, e mimado Moroi; aparentemente ele não tinha entendido meus sinais. Arrependidamente, eu comecei a colocar os perfumes de volta na caixa-então parei. É claro que eu ia devolver eles... mas não havia mal em cheirar todos eles antes de devolver.

Mais uma vez, eu comecei a puxar frasco por frasco. Uns eu apenas cheirei a tampa; outros eu vaporizei no ar. Serendipity. Dolce & Gabbana. Shalimar. Daisy. Cheiro pós cheio me atingiu: rosa, violeta, sândalo, laranja, baunilha, orquídea...

Quando eu terminei, meu nariz mal funcionava mais. Todos esses tinham sido projetados para humanos. Eles tinham um olfato mais fraco que os vampiros e dhampir, então esses cheiros eram extra-forte. Eu tinha uma nova apreciação pelo que o Adrian tinha dito sobre apenas um borrifo de perfume ser necessário. Se todos aqueles frascos estavam me deixando tonta, eu só podia imaginar o que um Moroi iria sentir. A sobrecarga de olfato não estava ajudando com a dor de cabeça que eu tinha acordado.

Eu embalei os perfumes pra valer dessa vez, parando só quando cheguei em um que eu realmente tinha gostado. Eu hesitei, segurando a pequena caixa na minha mão. Então,eu tirei o frasco vermelho e o cheirei de novo. Era uma fragrância clara, e doce. Era algum tipo de fruta

– mas não era uma fruta açucarada. Eu busquei em meu cérebro por um cheiro que eu tinha sentido no dormitório de uma garota que eu conhecia do meu dormitório. Ela me disse o nome. Era como cereja... mas mais apurado. Groselha, era isso. E aqui estava nesse perfume, misturado com alguns florais: lírio-do-vale e outros que eu não podia identificar. Qualquer que fosse a marca, algo sobre ele me chamou atenção. Doce – mas não muito doce. Eu li caixa, procurando pelo nome. Amor Amor.

“Apropriado,” eu murmurei, vendo quantos problemas eu parecia ter ultimamente. Mas eu mantive o perfume e re-empacotei o resto. Colocando a caixa nos braços, eu a levei para a recepção e consegui fita para fechar a caixa. Eu também consegui descobrir onde era o quarto de Adrian. Aparentemente, os Ivashkov praticamente tinham sua própria ala. Não era muito longe do quarto de Tasha.

Me sentindo como uma garota de entregas, eu andei pelo corredor e parei na frente da porta dele. Antes deu conseguir bater na porta, ela abriu, e Adrian estava na minha frente. Ele parecia tão surpreso quanto eu.

“Pequena dhampir,” ele disse cordialmente. “Não esperava ver você aqui.”

“Estou devolvendo eles,” Eu dei a caixa para ele antes que ele pudesse protestar. Desajeitado, ele a pegou, parecendo que estava meio que esperando por isso. Quando ele a segurou bem, ele deu alguns passos para trás e colocou a caixa no chão.

“Você não gostou de nenhum deles?” ele perguntou. “Você quer que eu consiga mais?”

“Não me mande mais presentes.”

“Não é um presente. É um serviço publico. Que mulher não é dona de um perfume?”

“Não faça isso de novo,” eu disse firmemente.

De repente, uma voz atrás de nós perguntou, “Rose? É você?”

Eu olhei para trás. Lissa. “O que você está fazendo aqui?”

Entre a minha dor de cabeça e o que eu tinha assumido ser um descaso com Christian, eu a bloqueei o máximo que eu pude essa manhã. Normalmente eu saberia no momento que eu me aproximei que ela estava dentro do quarto. Eu me abri de novo, deixando o choque entrar em mim. Ela não esperava que eu aparecesse aqui.

“O que você está fazendo aqui?” ela perguntou.

“Moças, moças,” ele disse provocando. “Não é necessário brigar por mim.”

Eu olhei irritada. “Não estamos. Eu só quero saber o que está acontecendo aqui.”

Eu senti um cheiro de pós barba, então ouvi uma voz atrás de mim: “Eu também.”

Eu dei um pulo. Me virando, eu vi Dimitri parado no corredor. Eu não tinha idéia do que ele estava fazendo na ala dos Ivashkov. A caminho do quarto de Tasha, uma voz sugeriu dentro de mim.

Dimitri sem duvidas sempre esperava que eu entrasse em todo o tipo de problema, mas eu acho que ver Lissa o pegou de desprevenido. Ele passou por mim e entrou no quarto, olhando para nós três.

“Meninos e meninas estudantes não podem entrar uns nos quartos dos outros.”

Eu sabia que dizer que Adrian tecnicamente não era um estudando não iria nos tirar dos problemas. Nós não deveríamos estar no quarto de um cara.

“Como você continua fazendo isso?” eu perguntei a Adrian, frustrada.

“Fazer o que?”

“Fazer eu ficar mal na foto!”

Ele riu. “Foram vocês que vieram aqui.“

“Você não deveria ter deixado elas entrarem,” repreendeu Dimitri. “Você com certeza sabe as regras da St. Vladimir.”

Adrian riu. “Sim, mas eu não tenho que seguir as regras estúpidas de nenhuma escola.”

“Talvez não,” disse Dimitri friamente. “Mas eu achei que você ainda respeitava essas regras.”

Adrian virou os olhos. “Estou meio surpreso de encontrar você me dando sermão sobre garotas menores de idade.”

Eu vi a raiva brilhar nos olhos de Dimitri, e por um minuto, eu pensei ter visto aquela falta de controle que eu tinha comentado com ele. Mas ele ficou controlado, e apenas seus punhos apertados com força mostravam o quão irritado ele estava.

“Se você quer sair com garotas mais novas, faça nas áreas publicas.”

Eu não gostava de ver Dimitri nos chamando de “garotas mais novas”,e eu meio que achei que ele estava exagerando. Eu também suspeitei que parte da reação dele tinha a ver com o fato de que eu estava aqui.

Adrian riu, uma risada estranha que fez eu ter calafrios. “Garotas mais novas? Garotas mais novas? Claro. Novas e velhas ao mesmo tempo. Elas mal viram algo na vida, e no entanto elas já viram demais. Uma marcada com vida, outra marcada com a morte... mas são com elas que você se preocupa? Se preocupe consigo mesmo, dhampir. Se preocupe com você, e comigo. Nós somos os jovens.”

O resto de nós só meio que o encarou. Eu não pensei que ninguém esperaria que Adrian de repente fizesse uma viagem para a cidade dos loucos. Adrian estava calma e parecia perfeitamente normal de novo. Ele se virou e foi até a janela, olhando casualmente para nós enquanto puxava um cigarro.

“Vocês deveriam provavelmente ir embora. Ele esta certo. Eu sou uma má influencia.”

Eu troquei olhares com Lissa. Apressadamente, nós saímos e seguimos Dimitri até o corredor em direção ao lobby.

“Isso foi.... estranho,” eu disse alguns minutos depois. Eu estava dizendo o obvio, mas, bem, alguém precisava.

“Muito,” disse Dimitri. Ele não soava irritado surpreso.

Quando chegamos no lobby, eu comecei a seguir Lissa de volta para nosso quarto, mas Dimitri me chamou.

“Rose,” ele disse. “Posso falar com você?”

Eu senti uma onda de simpatia vindo de Lissa. Eu me virei para Dimitri e dei um passo para dentro do aposento, saindo do caminho de quem estava passando. Uma festa de Moroi passou cheia de diamantes e peles, olhares ansiosos no rosto. Porteiros os seguiram com risadas. As pessoas

ainda estavam partindo procurando lugares mais seguros. A paranóia com os Strigoi estava longe de acabar.

A voz de Dimitri chamou minha atenção de volta para ele. “Aquele Adrian Ivashkov,” Ele disse o nome do jeito que todo mundo fazia.

“É, eu sei.”

“Essa é a segunda vez que eu vejo vocês.”

“É,” eu respondi. “Nós saímos as vezes.”

Dimitri arqueou a sobrancelha, então ele dirigiu sua cabeça para onde nós estávamos. “Você fica muito no quarto dele?”

Várias respostas surgiram na minha mente, então uma de ouro tomou preferência. “O que acontece entre ele e eu não é da sua conta.” Eu usei um tom muito similar aquele que tinha usado comigo quando eu fiz um comentário similar sobre ele e Tasha.

“Na verdade, enquanto você freqüentar a Academia, é da minha conta.”

“A minha vida pessoal não. Você não tem direito a nenhuma opinião sobre ela.”

“Você não é uma adulta ainda.”

“Sou quase. Além do mais, não é como se magicamente vou me tornar adulta quando fizer 18 anos.”

“Obviamente,” ele disse.

Eu corei. “Não é isso que eu quis dizer. O que eu quis dizer”

“Eu sei o que você quis dizer. E os detalhes técnicos não importam agora. Você é um estudante da Academia. Sou seu instrutor. É meu trabalho ajudar você e te manter a

salvo. Estar no quarto com alguém como ele... bem, não é seguro.”

“Eu posso lidar com Adrian Ivashkov,” eu murmurei. “Ele é estranho – realmente estranho, aparentemente – mas inofensivo.”

Eu secretamente me perguntava se o problema de Dimitri com ele era ciúmes. Ele não tinha chamado Lissa para gritar com ela. A idéia me deixou um pouco feliz, mas então eu lembrei da minha curiosidade de saber por que Dimitri estava andando por aquela área.

“Falando em vidas pessoais... Eu suponho que você estava visitando Tasha, huh?”

Eu sabia que era baixo, e esperava um “não é da sua conta.” Ao invés ele respondeu,”Na verdade, eu estava visitando sua mãe.”

“Você vai ficar com ela também?” Eu sabia é claro que não era isso, mas a ironia parecia muito boa para ser deixada de lado. Ele parecia saber disso também e meramente me deu um olhar cansado. “Não, estávamos olhando alguns dados novos sobre o ataque dos Strigoi aos Drozdov.”

Minha raiva e ironia sumiu. Os Drozdovs. Os Badica. De repente, tudo que tinha acontecido essa manha parecia trivial. Como eu podia ter ficado ali discutindo romances que podem ou não estar acontecendo com Dimitri quando ele e outros guardiões estavam tentando nos proteger?

“O que você descobriu?” eu perguntei quietamente.

“Conseguimos rastrear alguns Strigoi,” ele disse. “Ou pelo menos os humanos com eles. Houve testemunhas que viviam perto que viram alguns carros que o grupo usou. As

placas eram todas de diferentes estados – o grupo parece ter se dividido, provavelmente para dificultar pra nós. Mas uma das testemunhas pegou o numero de uma placa. Está registrada em endereço em Spokane.”

“Spokane?” eu perguntei incrédula. “Spokane, Washington? Quem faz de Spokane seu lugar pra se esconder?” Eu estive lá uma vez. Era tão chato quanto qualquer outra cidade com florestas.

“Strigoi, aparentemente,” ele disse, impassivo. “O endereço era falso, mas outras evidencias mostram que eles estiveram mesmo lá. Tinha meio que um shopping com túneis subterrâneos. Strigoi foram vistos na área.”

“Então...” eu franzi. “Você vai atrás deles? Alguém vai?Eu quero dizer, era isso que Tasha estava dizendo o tempo todo... se nós sabemos onde eles estão...”

Ele balançou a cabeça. “Os guardiões não podem fazer nada sem a permissão dos superiores. Isso não vai acontecer tão cedo.”

Eu suspirei. “Porque os Moroi falam muito.”

“Eles estão sendo cuidadosos,” ele disse.

Eu me senti ficando emocional de novo. “Anda. Nem você pode querer ser tão cuidadoso. Você sabe onde os Strigoi estão escondidos. Strigoi que massacraram crianças. Você não quer ir atrás deles quando eles menos esperam?” eu soava como Mason agora.

“Não é tão fácil,” ele disse. “Nós respondemos ao Conselhos dos Guardiões e ao governo Moroi. Nós não podemos só fugir e agir impulsivamente. E de qualquer

forma, nós ainda não sabemos tudo. Você nunca deve entrar numa situação sem saber os detalhes.”

“Lições de vida Zen, de novo,” eu suspirei. Eu coloquei uma mão no cabelo, o empurrando para trás das minhas orelhas. “Porque você me contou isso?Isso é coisa de guardiões. Não é o tipo de coisa que novatos se metem.”

Ele considerou as palavras, e a sua expressão suavizou. Ele sempre parecia incrível, mas eu gostava mais dele desse jeito. “Eu disse algumas coisas... o outro dia e hoje... que eu não devia. Coisas que insultaram a sua idade. Você tem 17 anos... mas você é capaz de lidar e processar a mesma coisa que pessoas muito mais velhas que você.”

Meu peito ficou mais leve e agitado. “Verdade?”

Ele acenou. “Você ainda é bem nova em vários sentidos – e age como nova – mas o único jeito de mudar isso é te tratar como adulta. Eu preciso fazer isso mais. Eu sei que você vai pegar essa informação e entender o quão importante ela e é a manter para si.”

Eu não gostei dele ter dito que eu agia como alguém novo, mas eu gostei da idéia que ele pudesse conversar comigo como uma igual.

“Dimka,” veio uma voz. Tasha Ozera andou até nós. Ela sorriu quando me viu. “Olá, Rose.”

Lá se foi o meu humor. “Hey,” eu disse.

Ela colocou uma mão no braço de Dimitri, deslizando seus dedos sobre o couro do casaco dele. Eu olhei para aqueles dedos com raiva. Como ela se atreve a tocar ele?

“Você está com aquele jeito,” ela disse a ele.

“Que jeito?” ele perguntou. O olhar severo que ele usava comigo desapareceu. Tinha um pequeno, inteligente sorriso nos lábios dele. Quase divertido.

“Aquele jeito que diz que você vai estar em serviço hoje.”

“Verdade?Eu tenho um jeito desses?” Tinha um tom de provocação zombação na voz dele.

Ela acenou. “Quando seu turno termina tecnicamente?”

Dimitri realmente parecia – eu juro – envergonhado. “Uma hora atrás.”

“Você não pode continuar fazendo isso,” ela gemeu.”Você precisa de um descanso.”

“Bem... se você considerar que eu sou sempre o guardião de Lissa...”

“Por enquanto,” ela disse propositalmente. Eu me sentia mais enjoada do que tinha me sentido ontem. “Tem um enorme torneio de bilhar acontecendo lá em cima.”

“Eu não posso,” ele disse, mas seu sorriso ainda estava no rosto. “Em pensar que eu não jogo a um longo tempo...”

O que - ? Dimitri jogava bilhar?

De repente, não importava o que nós tínhamos acabado de discutir sobre ele me tratar como uma adulta. Alguma pequena parte de mim sabia que elogio isso era – mas o resto de mim queria que ele me tratasse como Tasha. Divertido. Provocador. Casual. Eles eram tão íntimos um com o outro, tão completamente relaxados.

“Anda, então,” ela implorou. “Só um round! Nós podemos derrotar todos eles.”

“Eu não posso,” ele repetiu. Ele soava arrependido. “Não com tudo que está acontecendo.”

Ela sossegou um pouco. “Não. Eu suponho que não.” Olhando para mim, ela disse brincando.

“Eu espero que você saiba o quão bom modelo de comportamento você tem aqui. Ele nunca abandona o dever.”

“Bem,” eu disse, copiando o tom alegre de antes dela, “por enquanto, pelo menos.” Tasha parecia surpresa. Eu não acho que ocorreu a ela que eu estava gozando da cara dela. O olhar negro de Dimitri me disse que ele sabia exatamente o que eu estava fazendo. Eu percebi imediatamente que eu tinha acabado de matar qualquer progresso que havíamos feito.

“Nós terminamos aqui, Rose. Lembre do que eu disse.”

“É,” eu disse, me virando. De repente eu queria ir para o meu quarto e relaxar um tempo. Esse dia já estava me deixando cansada. “Definitivamente.”

Eu não fui muito longe quando encontrei com Mason. Meu Deus. Homens em todos os lugares.

“Você está irritada,” ele disse assim que olhou para mim. Ele tinha um jeito de descobrir meu humor. “O que aconteceu?”

“Alguns... problemas com autoridade. Tinha sido uma manhã esquisita.”

Eu suspirei, incapaz de tirar Dimitri do cérebro. Olhando para Mason, eu me lembrei o quão convencida eu estava de que eu queria ficar a serio com ele ontem a noite. Era um caso importante. Eu peguei a mão de Mason e o dirigi para longe.

“Anda logo. Não era o trato ir a um lugar... um, privado hoje?”

“Eu suponho que você não esteja mais bêbada,” ele brincou. Mas seus olhos pareciam muito, muito sérios. E interessados. “Eu suponho que tudo tenha saído.”

“Hey, eu mantenho minha palavra, não importa o que.” Abrindo minha mente, eu procurei por Lissa. Ela não estava mais no nosso quarto. Ela tinha ido a outro evento da realeza, sem duvida ainda praticando para o grande jantar de Priscilla Voda. “Anda,” eu disse a Mason. “Vamos pro meu quarto.”

Fora o fato de Dimitri inconvenientemente ter passado no quarto de alguém, ninguém estava reforçando a regra de nada dos gêneros se misturarem. Era praticamente como estar de volta aos dormitórios da Academia. Enquanto Mason e eu subíamos, eu contei a ele o que Dimitri tinha me dito sobre os Strigoi em Spokane. Dimitri tinha me dito para manter para mim mesma, mas eu estava com raiva dele de novo, e eu não vi nenhum mal em contar para Mason. Eu sabia que ele se interessaria. Eu estava certa. Mason ficou agitado.

“O que?” ele exclamou enquanto entravamos no meu quarto. “Eles não vão fazer nada?”

Eu suspirei e sentei na cama. “Dimitri disse –”

“Eu sei, eu sei... eu ouvi você. Sobre ser cuidadoso e tudo mais.” Mason andava pelo meu quarto irritado. “Mas se aqueles Strigoi forem atrás de outro Moroi... outra família... merda! Eles vão desejar não terem sido tão cuidadosos.”

“Esqueça isso,” eu disse. Eu estava me sentindo meio enervada por eu estar na cama não ser o suficiente de parar os planos malucos dele. “Não tem nada que possamos fazer.”

Ele parou de andar. “Nós podíamos ir.”

“Ir aonde?” eu perguntei estupidamente.

“Para Spokane. Tem ônibus que podemos pegar na cidade.”

“Eu... espere. Você quer ir a Spokane e pegar os Strigoi?”

“Claro. Eddie iria também... nós podíamos ir aquele shopping. Eles não estariam organizados nem nada, então nós podíamos esperar e os pegar um por um...”

Eu só podia encarar ele. “Quando você ficou tão burro?”

“Oh, eu vejo. Obrigado pelo voto de confiança.”

“Não é uma questão de confiança,” eu discuti, me levantando e me aproximando dele. “Você arrasa. Eu já vi. Mas esse... esse não é o caminho. Nós não podemos pegar Eddie e ir atrás de um Strigoi. Precisamos de mais gente. Mais planejamento. Mais informação.”

Eu pus minha mão no peito dele. Ele colocou a dele por cima e sorriu. O fogo da batalha ainda estava em seus olhos, mas eu pude perceber que a mente dele estava mudando para preocupações mais imediatas. Como eu.

“Eu não queria chamar você de burro,” eu disse a ele. “Desculpe.”

“Você só está dizendo isso agora porque você quer fazer as coisas do seu jeito comigo.”

“É claro que eu quero,” eu ri, feliz por ver ele relaxado. A natureza dessa conversa me lembrou um pouco a de Christian e Lissa na capela.

“Bem,” ele disse, “Eu não acho que vai ser muito difícil se aproveitar de mim.”

“Bom. Porque tem muitas coisas que eu quero fazer.”

Eu deslizei minha mão para o pescoço dele. A pele dele era quente nos meus dedos, e eu me lembrei do quanto tinha gostado de beijar ele ontem a noite.

De repente, do nada, ele disse, “Você realmente é estudante dele.”

“De quem?”

“Belikov.Eu estava pensando nisso quando você mencionou precisar de mais informações e tal. Você age como ele. Você está mais séria desde que começou a andar com ele.”

“Não, não fiquei.”

Mason me puxou para mais perto, mas agora eu não me sentia mais tão romântica. Eu queria dar uns amassos e esquecer de Dimitri por um tempo, não ter uma conversa sobre ele. Da onde isso tinha surgido? Mason deveria me distrair. Ele não notou nada errado. “Você só mudou, só isso. Não é ruim... é só diferente.”

Algo sobre isso me deixou com raiva, mas antes que eu pudesse responder, a boca dele estava na minha em um beijo. Discussão razoável se dissolveu. Um pouco de um mau temperamento começou a tomar conta de mim, mas eu simplesmente canalizei aquela intensidade fisicamente quando Mason e eu caímos um em cima do outro. Eu o puxei para cama, conseguindo fazer isso sem parar o beijo. Eu era capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Eu afundei minhas unhas nas costas dele enquanto as mãos deles deslizavam na minha nuca e soltavam o rabo de

cavalo que eu tinha acabado de fazer. Passando seus dedos pelo cabelo solto, ele colocou a boca mais em baixo e beijou meu pescoço.

“Você é... incrível,” ele me disse. E eu podia dizer que ele estava falando sério. Seu rosto todo brilhava de afeição a mim. Eu me arqueie para cima, deixando os lábios dele se pressionarem com mais força contra a minha pele enquanto as mãos dele deslizavam debaixo da minha camiseta. Eles tracejaram meu estomago, mal tocando na ponta do meu sutiã.

Considerando que nós estávamos tendo uma discussão um minuto atrás, eu estava surpresa de ver as coisas evoluindo tão rápido. Honestamente... eu não me importei. Esse era o jeito que eu vivia a minha vida. Tudo era sempre rápido e intenso comigo. A noite que Dimitri e eu caímos vitimas do feitiço de luxuria de Victor Dashkov, tinha uma paixão bem furiosa acontecendo. Dimitri tinha a controlado, no entanto, então as vezes nós levávamos as coisas devagar... e isso tinha sido maravilhoso no seu próprio jeito. Mas na maior parte do tempo, nós não tínhamos sido capazes de nos segurar. Eu podia sentir aquilo tudo de novo. As ondas no meu corpo todo. O profundo, e poderoso beijo.

E foi então que eu percebi algo.

Eu estava beijando Mason, mas na minha cabeça, eu estava com Dimitri. E não era como se eu estivesse simplesmente lembrando. Eu estava realmente imaginando que eu estava com Dimitri – nesse momento – revivendo aquela noite toda de novo. Com meus olhos fechados, era fácil fingir.

Mas quando eu os abri e vi os olhos de Mason, eu sabia que ele estava comigo. Ele me adorava e me queria há muito tempo. Para mim fazer isso... estar com ele e fingir que estava com outro...

Não era certo.

Eu sai do alcance dele. “Não... não.”

Mason parou imediatamente porque esse era o tipo de cara que ele era.

“Muito?” ele perguntou. Eu acenei. “Está tudo bem. Não temos que fazer aquilo.”

Ele me alcançou de novo e eu me afastei. “Não, eu só não... eu não sei. Vamos parar por aqui, ok?”

“Eu...” ele ficou sem palavras por um momento. “O que aconteceu com o “muitas coisas” que você queria fazer?”

É... eu estava em maus lençóis, mas o que eu podia dizer? Eu não posso ficar com você porque quando eu fico, eu penso em outro cara que eu realmente quero. Você é só um substituto. Eu engoli, me sentindo idiota. “Eu sinto muito, Mase. Eu só não posso.”

Ele sentou e passou a mão sobre o cabelo. “Ok. Está tudo bem.”

Eu podia ouvir a dureza na voz dele. “Você está brabo.”

Ele olhou para mim, uma tempestade em seu rosto. “Estou apenas confuso. Eu não consigo ler seus sinais. Um momento você está afim, no outro não. Você me diz que me quer, você diz que não quer. Se você escolhesse um, estaria tudo bem, mas você fica me fazendo pensar uma coisa e daí você acaba indo em uma direção complemente diferente. Não só agora – o tempo todo.”

Era verdade. Eu tinha ido e voltado com ele. As vezes eu flertava, outras eu o ignorava complemente.

“Tem algo que você quer que eu faça?” ele perguntou quando eu não disse nada. “Algo que... eu não sei. Faria você se sentir melhor sobre mim?”

“Eu não sei,” eu disse fracamente.

Ele suspirou. “Então o que você quer no geral?”

Dimitri, eu pensei. Ao invés disse, eu repeti. “Eu não sei.”

Com um gemido, ele levantou e foi para a porta. “Rose, para alguém que diz querer juntar o máximo de informações possíveis, você tem muito para aprender sobre si mesma.”

A dor bateu atrás de mim. A barulho me fez encolher, e eu encarava o lugar que Mason havia estado, e percebi que ele estava certo. Eu tinha muito a aprender.

0 Comments:

Postar um comentário