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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capitulo 18

Tudo ficou confuso depois disso.Eu tive uma vaga impressão de entrar e sair da consciência, de

pessoas dizendo o meu nome, e de estar no ar de novo. Eventualmente, eu acordei na

enfermaria da escola e encontrei a Dra. Olendzki olhando para mim.

“Olá, Rose,’ ela disse. Ela era uma Moroi de meia idade e freqüentemente brincava que eu era

sua paciente numero um. “Como está se sentindo?”

Os detalhes do que tinha acontecido voltaram. Os rostos. Mason. Os outros fantasmas. A dor

horrível na minha cabeça. Tudo tinha sumido.

“Ótima,” eu disse, meio surpresa de dizer aquelas palavras. Por um segundo, eu imaginei se

tinha sido um sonho. Então eu olhei além dela e vi Dimitri e Alberta aparecendo ali perto. Seu

jeito e rostos me disseram que os eventos no avião tinham realmente acontecido.

Alberta limpou a garanta, e a Dra. Olendzki olhou para trás. “Podemos?” Alberta perguntou. A

doutora acenou, e os dois vieram para frente.

Dimitri, como sempre, era um balsamo para mim. Não importa o que aconteça, eu sempre me

sinto segura na sua presença. E no entanto nem ele foi capaz de parar o que tinha acontecido

no aeroporto. Quando ele olha pra mim do jeito que ele estava olhando agora, com uma

expressão de tanta ternura e preocupação, dispara sentimentos misturados. Parte de mim

ama que ele se importe tanto. A outra parte quer ser forte para ele e não fazer ele se

preocupar.

“Rose...” começou Alberta incerta. Eu percebi que ela não tinha idéia de como falar sobre isso.

O que tinha acontecido era além de uma experiência comum. Dimitri assumiu.

“Rose, o que aconteceu lá?” Antes de eu falar uma palavra, ele me cortou. “E não diga que não

foi nada dessa vez.”

Bem, se eu não podia dar essa resposta, então eu não sabia o que dizer.

A Dra. Olendzki puxou seus óculos que estavam na ponta do seu nariz. “Só queremos ajudar

você.”

“Eu não preciso de ajuda,” eu disse. “Estou bem.” Eu soava como Brandon e Brett. Eu

provavelmente estava a um passo de dizer,”eu cai.”

Alberta finalmente se recuperou. “Você estava bem quando estávamos no ar. Quando

pousamos, você definitivamente não estava bem.”

“Estou bem agora,” eu respondi friamente, sem encontrar os olhos dela.

“O que aconteceu então?” ela perguntou. “Porque você gritou? O que você quis dizer quando

disse que nós precisávamos fazer “eles” irem embora?”

Eu considerei dar outra resposta, aquela sobre o estresse. Isso soava completamente estúpido

agora. Então, de novo, eu não disse nada. Para minha surpresa, eu senti lagrimas saírem dos

meus olhos.

“Rose,” murmurou Dimitri, a voz tão suave como seda contra a minha pele. “Por favor.”

Algo dentro de mim quebrou. Era tão difícil para mim ficar contra ele. Eu virei minha cabeça e

encarei o teto.

“Fantasmas,” eu sussurrei. “Eu vi fantasmas.”

Nenhum deles esperava isso, mas honestamente, como eles poderiam? Um forte silencio caiu.

Finalmente, a Dra. Olendzki falou em uma voz vacilante.

“C-como assim?”

Eu engoli. “Ele tem em seguido nas ultimas semanas. Mason. No campus. Eu sei que parece

loucura – mas é ele. Ou o seu fantasma. Foi isso que aconteceu com Stan. Eu congelei porque

eu vi Mason lá, e eu não sabia o que fazer. No avião... eu acho que ele estava lá também... e

outros. Mas eu não consiga ver ele exatamente quando estávamos no ar. Só deslumbres... e a

dor de cabeça. Mas quando pousamos em Martinville, ele estava com sua forma completa. E –

e ele não estava sozinho. Tinha outros com ele. Outros fantasmas.” Uma lagrima escapou dos

meus olhos, e eu a limpei com presa, esperando que ninguém a tivesse visto.

Então eu esperei, sem ter certeza do que esperar. Alguém iria rir? Me dizer que eu estava

louca? Me acusar de mentir e exigir saber o que realmente tinha acontecido?

“Você os conhecia?” Dimitri finalmente perguntou.

Eu virei e encontrei seus olhos. Ele ainda tinha um olhar sério e preocupado, não de zombação.

”Sim... eu vi alguns dos guardiões de Victor e as pessoas do massacre. Os... os familiares de

Lissa também.”

Ninguem disse nada depois disso. Eles só meio que trocaram olhares, esperando que talvez um

deles pudesse ter uma resposta para isso.

A Dra. Olendzki suspirou. “Posso falar com vocês dois em particular?”

Os três saíram da sala de exames, fechando a porta atrás dela. Eu tomei vantagem.

Levantando da cama, eu atravessei a sala e parei perto da porta. A pequena abertura foi o

suficiente para minha audição de dhampir ouvir a conversa. Eu me senti mal por espionar, mas

eles estavam falando sobre mim, e eu não conseguia parar de achar que meu futuro estava em

risco.

“-obvio o que está acontecendo,” disse a Dra. Olendkzi. Era a primeira vez que eu a ouvia soar

tão irada. Com pacientes, ela era a visão da serenidade. Era difícil imaginar ela com raiva, mas

ela claramente estava irritada agora. “Aquela pobre garota. Ela está passando por um estresse

pós traumático, e não é de se admirar depois de tudo o que aconteceu.”

“Você tem certeza?” perguntou Alberta. “Talvez seja outra coisa...” Mas quando as palavras

dela saiam, eu percebi que ela não sabia o que mais poderia ser.

“Veja os fatos: uma garota adolescente que testemunha seu amigo sendo assassinado e então

teve que matar os assassinos. Você não acha que isso é traumático? Você não acha que isso

teve o mínimo efeito nela?”

“Tragédia é algo que todos os guardiões tem que lidar,” disse Alberta.

“Talvez não tenha muito que possa ser feito com guardiões em campo, mas Rose ainda é uma

estudante aqui. Existem recursos que podem ajudar ela.”

“Como o que?” perguntou Dimitri. Ele soava curioso e preocupado, não como se tivesse

desafiando ela.

”Aconselhamento. Falar com alguém sobre o que aconteceu pode fazer muito bem. Vocês

deveriam ter feito isso assim que ela voltou. Vocês deveriam fazer isso pelos outros que

estavam com ela. Porque ninguém pensa nessas coisas?”

“É uma boa idéia,” disse Dimitri. Eu reconheci o tom na sua voz – a mente dele estava girando.

“Ela poderia fazer isso no seu dia de folga.”

“Dia de folga? Mais para todo dia. Vocês devem retirar ela da experiência de campo. Ataques

falsos de Strigoi não são jeito de se recuperar de um ataque real.”

“Não!” Eu abri a porta antes que me desse conta. Todos eles me encaravam, e imediatamente

eu me senti idiota. Eu acabei de me flagrar espionando.

“Rose,” disse a Dra. Olendzki, voltando para seu preocupado (mas levemente punitivo) modelo

de médica. “Você deveria ir se deitar.”

“Estou bem.E você não pode me fazer desistir da experiência de campo. Eu não vou me formar

se eu desistir.”

“Você não está bem, Rose,e não tem motivos para ter vergonha pelo que aconteceu com você.

Pensar que está vendo fantasmas de pessoas que morreram não é muito estranho quando

você considera as circunstancias.”

Eu comecei a corrigir ela no “pensar que esta vendo” mas então eu parei. Discutir que eu

realmente estava vendo fantasmas provavelmente não iria me ajudar, e decidi, mesmo que eu

estivesse começando a acreditar que era exatamente isso que eu estava vendo.

Freneticamente, eu tentei pensar em uma maneira de convencer a ela que eu ficasse na

experiência de campo. Eu normalmente era muito boa eu me tirar de situações ruins.

“A não ser que você vá me por em aconselhamento 24 horas por dia, você só vai fazer as

coisas piorarem. Eu preciso fazer algo. A maior parte das minhas aulas estão suspensas. O que

eu deveria fazer? Esperar? Pensar de novo e de novo no que aconteceu? Eu vou ficar louca –

de verdade. Eu não quero sentar e esperar para sempre. Eu preciso movimentar meu futuro.”

Isso fez eles começarem a argumentar sobre o que fazer comigo. Eu escutei, mordendo a

língua, sabendo que eu precisava ficar de fora. Finalmente, com alguma discussão da doutora,

todos decidiram que eu participaria por meio período da experiência de campo.

Provou ser o compromisso ideal para todos – bem, exceto para mim. Eu só queria que a vida

funcionasse do mesmo jeito que antes. Ainda sim, eu sabia que provavelmente era uma boa

idéia aceitar. Eles decidiram que eu faria 3 dias de experiência de campo por semana, com

nenhum serviço a noite. Durante os dias, eu teria que fazer um treinamento e qualquer

trabalho que eles arranjassem para mim.

Eu também tinha que ver um conselheiro, o que não me deixou muito animada. Eu não tinha

nada contra o conselheiro. Lissa tinha visto um, e foi útil para ela. Falar sobre as coisas ajuda.

Era só... bem, isso era algo que eu não queria conversar.

Mas se era isso ou ser expulsa da experiência de campo, eu estava mais que feliz em aceitar

isso. Alberta achava que eles ainda podiam justificar eu passar com meio período. Ela também

gostava da idéia deu ver um conselheiro enquanto lidava com os ataques falsos dos Strigoi – só

em caso deles realmente serem traumatizantes.

Depois de mais uns exames, a Dra. Olendzki me liberou e disse que eu podia voltar para o meu

dormitório. Alberta saiu depois disso, mas Dimitri ficou me levar.

“Obrigado por pensar naquela coisa do meio período,” eu disse a ele. A passarela estava

molhada porque o tempo tinha esquentado depois da tempestade. Não era o tempo pra por

roupa de banho nem nada, mas muito do gelo e da neve estava derretendo. Água pingava das

arvores, e tínhamos que desviar das poças.

Dimitri parou abruptamente e virou para que ficasse parado bem na minha frente, bloqueando

o meu caminho. Eu escorrei, quase dando um encontrão nele. Ele agarrou o meu braço, me

puxando para perto dele de um jeito que eu não esperava que ele fizesse em publico. Os

dedos dele afundaram em mim, mas não doeu.

“Rose,” ele disse, a dor em sua voz fazendo meu coração parar,”essa não deveria ter sido a

primeira vez que eu ouvi sobre isso!Porque você não me contou?Você sabe como foi? Você

sabe como foi para mim ver você daquele jeito e não saber o que estava acontecendo?Você

sabe o quão assustado eu fiquei?”

Eu estava atordoada, pela explosão dele e pela nossa proximidade. Eu engoli, sem conseguir

falar no inicio. Tinha tanto no rosto dele, tantas emoções. Eu não conseguia lembrar a ultima

vez que eu vi tanto dele sendo mostrado. Era maravilhoso e assustador ao mesmo tempo. E

então eu disse a coisa mais estúpida possível.

“Você não tem medo de nada.”

“Eu tenho medo de muitas coisas. Eu estava com medo por você.” Ele me soltou, e deu um

passo para trás. Ainda tinha paixão e preocupação em todo ele. “Eu não sou perfeito. Eu não

sou invulnerável.”

“Eu sei, eu só...” Eu não sabia o que dizer. Ele estava certo. Eu sempre via Dimitri maior que a

vida. Como se ele soubesse tudo. Invencível. Era difícil para mim acreditar que ele pudesse se

preocupar tanto comigo.

“E isso tem acontecido a muito tempo também,” ele acrescentou. “Estava acontecendo com

Stan, quando você estava conversando com o Padre Andrew sobre fantasmas – você estava

lidando com isso o tempo todo!Porque você não contou a ninguém? Porque você não contou

para Lissa...ou...eu?”

Eu encarei aqueles negros, negros olhos, aqueles olhos que eu amava. “Você teria acreditado

em mim?”

Ele franziu a sobrancelha. “Acreditado no que?”

“Que eu estou vendo fantasmas.”

“Bem... eles não são fantasmas, Rose. Você apenas acha que eles são porque-“

“Foi por isso,” eu interrompi. “Foi por isso que eu não podia te contar ou a ninguém. Ninguém

acreditaria em mim, não sem pensar que eu estava louca.”

“Eu não acho que você está louca,” ele disse. “Mas eu acho que você passou por muita coisa.”

Adrian tinha tido quase exatamente a mesma coisa quando eu perguntei a ele como saber se

eu estava louca ou não.

“É mais que isso,” eu disse. Eu comecei a andar de novo.

Sem dar outro passo, ele se aproximou e me agarrou de novo. Ele me puxou para perto dele,

então ficamos ainda mais perto que antes. Eu olhei ao redor de novo, me perguntando se

alguém pudesse nos ver, mas o campus estava deserto. Era cedo, o sol nem tinha se posto

ainda, tão cedo que a maioria das pessoas provavelmente nem levantaram para a aula ainda.

Não variamos movimentação por aqui pelo menos por outra hora. Ainda sim, eu estava

surpresa por ver Dimitri arriscar tanto.

“Então me diga,” ele disse. “Me diga como é mais do que isso.”

“Você não vai acreditar em mim,” ele disse. “Você não entende? Ninguém vai. Até você... de

todas as pessoas.” Algo naquele pensamento fez minha voz morrer. Dimitri entendia tanto de

mim. Eu queria – precisava – que ele entendesse isso também.

“Eu vou...tentar.Mas eu ainda não acho que você não entende o que está acontecendo como

você.”

“Eu entendo,” eu disse firmimente. “E isso que ninguem entende. Olha, você tem que decidir

de uma vez por todas se você realmente confia em mim. Se você acha que eu sou uma criança,

muito inocente para entender o que está acontecendo com sua mente frágil, então você

deveria continuar andando. Mas se você confia em mim o suficiente para lembrar que eu vi

coisas e sei de coisas que ultrapassam aqueles da minha idade... bem, então você deveria

entender que eu talvez saiba um pouco sobre o que eu estou falando.”

Uma brisa quente, carregada com o cheiro de neve derretida, passou por nós. “Eu confio em

você, Roza. Mas... eu não acredito em fantasmas.”

A serenidade estava ali. Ele queria me alcançar para entender... mas mesmo que ele fizesse,

existiam crenças que ele não estava pronto para mudar ainda. Era irônico, considerando que

as cartas do taro aparentemente o assustaram.

“Você vai entender?” eu perguntei. “Ou pelo menos vai tentar não por isso como algum tipo

de psicose?”

“Sim. Isso eu posso fazer.”

Então eu falei para ele sobre as primeiras vezes que eu vi Mason e como eu tive medo de

explicar o incidente de Stan para qualquer um. Eu falei sobre as formas que eu vi no avião e

descrevi mais detalhes sobre o que eu tinha visto em terra.

“Não parece meio,um, especifico para uma reação de estresse ao acaso?” eu perguntei

quando terminei.

“Eu não sei se você pode esperar que “reações de estresse” sejam ao acaso ou especificas. Eles

são imprevisíveis por natureza.” Ele tinha aquela expressão pensativa que eu conhecia tão

bem, a que me dizia que ele estava pensado todo tipo de coisa. Eu também percebi que ele

ainda não achava que isso era uma história real de fantasmas mas que ele estava tentando

muito manter sua mente aberta. Ele afirmou um segundo depois: “Porque você tem tanta

certeza que isso não são apenas coisas que você está imaginando?”

“Bem, a principio eu pensei que estava imaginando tudo. Mas agora... eu não sei. Tem algo

sobre isso que parece real... em pensar que eu sei que isso não é realmente uma evidencia.

Mas você ouviu o que disse o Padre Andrew – sobre fantasmas ficarem aqui depois de

morrerem de quando jovens e de forma violenta.”

Dimitri mordeu seu lábio. Ele iria me dizer para não levar ao pé da letra o que disse o padre. Ao

invés disso ele perguntou, “Então você acha que Mason voltou para se vingar?”

“Eu pensei isso no inicio, mas agora não tenho certeza. Ele nunca tentou me machucar. Só

parece que ele quer algo. E então... todos esses outros fantasmas parecem querer algo

também – mesmo aqueles que eu não conhecia. Porque?”

Dimitri me deu um olhar sábio. “Você tem uma teoria.”

“Eu tenho. Eu estava pensando sobre o que Victor disse. Ele mencionou que porque eu sou

uma shadow-kissed – porque eu morri – eu tenho uma conexão com o mundo da morte. Que

eu nunca vou deixar isso inteiramente. “

A expressão dele endureceu. “Eu não colocaria todas as minhas moedas no que Victor Dashkov

diz a você.”

“Mas ele sabe coisas! Você sabe que ele sabe, não importa o quão filho da puta ele seja.”

“Ok, vamos supor que isso seja verdade, que ser uma shadow-kissed permite que você veja

fantasmas, porque isso está acontecendo agora? Porque não aconteceu logo depois do

acidente de carro?”

“Eu pensei nisso,” eu disse. “Foi outra coisa que Victor disse – que agora que eu estava lidando

com a morte, eu estava mais perto do outro lado. E se causar a morte de outra pessoa

fortaleceu minha conexão e agora fez isso possível? Eu acabei de matar alguém. Duas

pessoas.”

“Porque é tão acidental?” perguntou Dimitri. “Porque aconteceu, quando aconteceu? Porque

no avião? Porque não na Corte?”

Meu entusiasmo diminuiu um pouco. “O que é você, um advogado?” Eu surtei. “Você está

questionando tudo que eu estou dizendo. Eu pensei que você ia manter sua mente aberta.”

“Eu estou. Mas você também precisa. Pense. Porque esse padrão de avistamentos?”

“Eu não sei,” eu admiti. Eu me curvei derrotada. “Você ainda acha que eu sou louca.”

Ele se estendeu e segurou meu queixo, levantando meu rosto para olhar para ele. “Não.

Nunca. Nenhuma dessas teorias me faz pensar que você é louca. Mas eu sempre acreditei que

a explicação mias simples faz sentido. A Dra. Olendzki acha. A teoria dos fantasmas tem

buracos. Mas, se você puder descobrir mais... então podemos ter algo para trabalhar.”

“Nós?” eu perguntei.

“É claro. Não vou deixar você sozinha nisso, não importa o que. Você sabe que eu nunca vou

abandonar você.”

Tinha algo muito doce e nobre sobre suas palavras, e eu senti que eu precisava retornar isso,

embora a maior parte soou idiota. “E eu não vou abandonar você, sabe. Eu quero dizer... não

que esse tipo de coisa aconteça com você, é claro, mas se você começar a ver fantasmas ou

qualquer coisa assim, eu vou ajudar você.”

Ele deu uma pequena e suave risada. “Obrigado.”

Nossas mãos se encontraram, os dedos se entrelaçando juntos. Nós ficamos daquele jeito por

um minuto, nenhum de nós disse nada. O único lugar que nos tocávamos eram nossas mãos. A

brisa começou de novo, e embora a temperatura estivesse baixa, para mim parecia primavera.

Eu esperava que as flores florescessem ao nosso redor. Como se tivéssemos dividindo o

mesmo pensamento, soltamos a mãos ao mesmo tempo.

Chegamos no meu dormitório logo depois disso, e Dimitri perguntou se eu estava bem para ir

sozinha. Eu disse a ele que eu ficaria bem e que ele deveria ir fazer suas próprias coisas. Ele

saiu, mas quando eu estava prestes a alcançar a porta do lobby, eu percebi que minha mala

ainda estava na clinica. Murmurando algumas coisas que me fariam entrar em detenção, eu

me virei e corri de volta para a direção que eu tinha acabado de vir.

A recepcionista da Dra. Olendzski me levou em direção a sala de exame quando eu disse a ela

porque estava lá. Eu peguei minha mala do meu quarto agora vazio e me virei em direção ao

corredor para sair. De repente, no quarto oposto ao meu, eu vi alguém deitado na cama. Não

tinha sinal de ninguem que trabalhasse na clinica, e minha curiosidade – sempre tirando o

melhor de mim – me fez espiar lá dentro.

Era Abby Badica, uma Moroi veterana. Fofa e alegre eram adjetivos que vinham a mente

quando eu descrevia Abby, mas dessa vez, ela era tudo menos isso. Ela estava machucada e

arranhada, e quando ela virou seu rosto para olhar para mim, eu vi machucados vermelhos.

“Me deixe adivinhar,” eu diss. “Você caiu.”

“O-que?”

“Você caiu. Eu ouvi que essa é a resposta padrão: Brandon, Brett, e Dane. Mas te digo a

verdade – vocês precisam criar outra coisa. Eu acho que a doutora está começando a

suspeitar.”

Os olhos dela ficaram selvagens. “Você sabe?”

Foi ai que percebi meu erro com Brandon. Eu fui até ele exigindo respostas, o que o deixou

relutante para dividir qualquer coisa. Aqueles que questionaram Brett e Dane tinham tido

resultados similares. Com Abby, eu percebi que tinha que agir como se eu já soubesse as

respostas, e então ela liberaria a informação.

“É claro que eu sei. Eles me contaram tudo.”

“O que?” ela chiou. “Eles juraram eu não iriam. É parte das regras.”

Regras? Do que ela estava falando? O grupo vigilante da realeza não parecia ser o tipo que

tinha regras. Tinha outra coisa acontecendo com ela.

“Bem, eles não tiveram muita escolha. Eu não sei porque, mas eu continuo encontrando vocês

depois. Eu tive que ajudar a cobrir para eles. Eu digo a você, eu não sei quanto tempo isso

pode durar antes que alguém comece a fazer perguntas.” Eu falei como se eu fosse uma

simpatizante, querendo ajudar se pudesse.

“Eu deveria ter sido mais forte. Eu tentei, mas não foi o bastante.” Ela parecia cansada – e com

dor. “Só mantenha tudo em segredo até tudo se acertar, ok? Por favor?”

“Claro,” eu disse, morrendo de vontade de saber o que ela “tentou.” “Eu não vou arrastar mais

ninguém pra isso. Como você acabou aqui? Você deveria evitar de chamar atenção.” Ou foi o

que eu assumi.Eu estava totalmente inventado isso.

Ela olhou. “A responsável pelo dormitório notou e me fez vir aqui. Se o resto da Mână

descobrir, eu vou ter problemas.”

“Quem sabe a doutora te libere antes que eles descubram. Ela é meio ocupada. Você tem as

mesmas marcas que Brett e Brandon, e nenhum deles estava em estado grave.”Eu esperava.

“A...uh, marcas de queimadura são um pouco complicadas, mas eles não tiveram problemas.”

Eu estava jogando meu próprio jogo. Não só eu não tinha idéia sobre os detalhes específicos

sobre os machucados de Brett, eu também não sabia que se as marcas que Jill tinha descrito

nele eram queimaduras. Se não fossem, eu poderia ter terminado com o meu fingimento. Mas,

ela não me corrigiu, e os dedos dela inconscientemente passar pelos machucados.

“Sim, eles falaram que os danos não iam durar muito. Eu só vou ter que inventar algo para a

Olendzki.” Um pequeno brilho de esperança brilhou nos olhos dela. “Eles disseram que não

iriam, mas talvez... talvez eles me deixem tentar de novo.”

Foi naquele momento que a boa doutora retornou. Ela estava surpresa por me ver ainda ali eu

precisava voltar pro dormitório e descansar. Eu disse tchau para as duas e andei de volta para

o frio. Eu mal notei o tempo enquanto andava, pensando. Finalmente, finalmente, eu tinha

uma pista do quebra cabeça. Mână.

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