Os eventos que se seguiram foram um borrão. Sonya poderia ter mantido contato com os espíritos na baía, mas aquilo não importava. Eu ainda estava em choque, ainda incapaz de pensar. Eles me colocaram no banco da frente, tão longe de Victor quanto era possível. Dimitri levou-nos para algum lugar, eu não prestava muita atenção onde ele e Sonya se livraram do corpo. Eles não disseram o que eles fizeram, só que — cuidaram dele. — Eu não pedi detalhes.
Depois disso, estávamos dirigindo de volta para a Corte. Sonya e Dimitri lançando opções sobre o que fazer quando chegarmos lá.
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Tendo em vista que ninguém tinha limpado meu nome ainda, o plano atual era o que Sonya teria que escoltar Jill até a Corte. Jill perguntou se podia ligar para os pais para que eles soubessem que ela estava bem, mas Dimitri sentia que era um risco de segurança. Sonya disse que tentaria chegar a Emily num sonho, o que fez Jill se sentir um pouco melhor.
Eu cuidei de Lissa durante a viagem, verificando-a pela nossa ligação.
Focando-me em Lissa esqueci a culpa horrível e o vazio que sentia, e o horror pelo que havia feito a Victor. Quando eu estava com Lissa, eu não era eu, e isso, isso era o meu maior desejo. Eu não queria ser eu.
Mas as coisas não estavam perfeitas para ela também. Como sempre, uma série de questões estavam a preocupando. Sentia-se tão perto, tão perto de desvendar quem matou Tatiana. A resposta parecia ao seu alcance, se ela pudesse chegar um pouco mais longe.
Os guardiões tinham arrastado o faxineiro Joe e, depois de uma boa quantidade de coerção — que tinham métodos que não exigiam compulsão — ele admitiu ter visto o Moroi com a mão torcida no meu prédio, na noite do assassinato. Nenhuma quantidade de pressão faria com que Joe admitisse que tinha sido pago por algum homem ou por Daniella. O que ele admitiu foi que ele pode ter saído um pouco de seu tempo naquela noite. Não era a prova concreta que precisava para me salvar.
Lissa também tinha a carta de Ambrose, que havia sutilmente uma ameaça a Tatiana. O escritor havia se oposto à lei de idade por ser flexivel, desaprovou o aval sobre o Espirito de Tatiana, e ressentiu-se sobre as sessões de treino secreto. A carta poderia ter sido perfeitamente polida, mas quem escreveu tinha tido um grave ressentimento contra a rainha. Que apoiaram as teorias de motivação política.
Claro, ainda havia muitos motivos pessoais para o assassinato também. A confusão sórdida com Ambrose, Blake, e as mulheres envolvidas marcavam qualquer um deles como o assassino. Daniella Ivashkov estar nessa lista foi um constante ponto de estresse para Lissa, e ela não ousava falar uma palavra com Adrian. A certezade que houve um suborno de Daniella para que Adrian não tivesse problemas — não solidificava a minha culpa. Os Moroi desconheciam que tinham financiado um suborno. Certamente, se ela tivesse matado Tatiana, Daniella teria pago para ambas as mentiras de Joe.
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E, claro, não era o último teste pressionando a mente de Lissa. O enigma. O enigma que parecia não ter muitas respostas.
E ainda, nenhuma. O que deve possuir uma rainha, a fim de realmente governar seu povo? Em alguns aspectos, foi mais difícil do que os outros testes. Aqueles tiveram uma mão no componente, por assim dizer. Este? Este era o seu próprio intelecto. Nenhum fogo a construir. Sem medo de olhar olho no olho.
Ela odiava ter tomado o enigma tão a sério também. Ela não precisava de seu esforço, não com tudo que estava acontecendo. A vida teria sido mais simples se ela não tivesse que tratar os ensaios simplesmente como uma farsa para nos dar tempo. A Corte estava constantemente lotada com aqueles que tinham ido ver a eleição, e cada vez mais deles, muito à sua incredulidade, foram dando o seu apoio às suas costas. Ela tinha dificuldade para andar em qualquer lugar sem pessoas gritando sobre o — Dragão — ou — o renascimento de Alexandra. — O discurso dela sobre o ataque foi muito bom, o que parecia ter alimentado seus partidários ainda mais.
Mas, é claro, Lissa ainda tinha muita oposição.
O maior processo legal contra ela era o mesmo: que ela não seria elegível para os votos, quando chegasse a hora. Outro ponto contra ela era a idade dela. Ela era muito jovem, seus adversários diziam. Quem iria querer uma criança no trono? Mas, os admiradores de Lissa não queriam ouvir nada disso. Eles continuaram citando como Alexandra era jovem e os milagres que Lissa fizera com a sua cura. A idade foi irrelevante. Os Moroi precisavam de sangue novo, imploravam. Eles também exigiram que as leis de voto fossem alteradas.
Não é novidade, seus oponentes também trouxeram à tona o fato de que ela estava ligada a assassina da rainha. Eu pensei que isso seria a maior edição de sua candidatura, mas ela não era tão convincente quanto os outros, que se sentiam chocados e traidos, sobre o que havia acontecido com a rainha. Ela usava um pouco de compulsão sempre que o tema vinha à tona, o que também foium longo caminho para fazer com que os outros pensassem que ela estava agora completamente dissociada de mim.
— Estou tão cansada disso, — Lissa disse para Christian, de volta a seu quarto. Ela tinha procurado escapar para lá e estava deitada em sua cama nos braços dele. Minha mãe estava ali, de guarda. — Essa coisa de rainha foi uma ideia terrível. —
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Christian acariciava seus cabelos. — Não foi. Abe disse que a eleição será adiada por causa do tumulto. E não importa o quanto você reclame, eu sei que você está orgulhosa de ter chegado até aqui. —
Era verdade. O teste do cálice tinha cortado os indicados ao meio. Apenas cinco permaneceram. Ariana Szelsky era um deles, como estava o primo de Daniella, Rufus Tarus. Lissa era a terceira, com Marcus Lazar e Marie Conta para fechar o grupo. Ronald Ozera não o tinha feito completamente.
Minha mãe falou. — Eu nunca vi nada como isso, é incrível o quanto você está recebendo apoio. O Conselho e outros da realeza não estão sob nenhuma obrigação de mudar a lei. Mas a maioria dos plebeus sim... e ganhar o amor dos plebeus poderia beneficiar determinada realeza. Amparar o seu pedido de candidatura certamente refletiu bem sobre algumas famílias que estão fora do favor. O que os mantém de volta é o pensamento de que você pode realmente ganhar. Então se manterão apenas discutindo e argumentando. —
Lissa enrijeceu. — Vencer… isso não é realmente possível, não é? Ariana conseguiu isso em segredo… certo? — Ganhar nunca tinha sido uma parte deste plano de louco, e agora, com tão poucos candidatos, a pressão era ainda maior para Ariana obter o trono. Enquanto Lissa estava preocupada, os outros candidatos não apresentaram a promessa de melhorar a vida Moroi. Ariana tinha que ganhar.
— Eu digo assim, — disse Janine. Havia orgulho na voz dela, tendo em vista como ela estava próxima à família Szelsky. Ariana é brilhante e competente. E a maioria das pessoas sabem disso. Ela cuida bastante dos dhampirs, mais do que alguns dos outros candidatos. Ela já até falou sobre a inversão da lei de idade. —
O pensamento sobre as leis opressoras para prejudicar os dhampirs fez o estomago de Lissa afundar. — Deus, eu espero que ela ganhe. Nós não precisamos que outra coisa dê errado. —
Uma batida na porta tirou minha mãe para o modo de guarda integral até Lissa dizer: — É o Adrian. —
— Bem, — murmurou Christian, — pelo menos seu horario está melhor que o horário habitual. —
E então, meu namorado entrou, envolto em seu cheiro agora habitual de fumo e bebidas alcoólicas. É verdade, seus vícios eram a menor das minhas preocupações, mas sempre me chateava que ele precisasse de mim para estar lá em pessoa para impor seu bom
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comportamento. Isso me lembrou de quando ele disse que eu era sua força.
— Levantem-se, pessoas, — disse ele. Ele parecia muito satisfeito consigo mesmo. — Nós temos uma visita a fazer. —
Lissa sentou-se, perplexa. — Do que você está falando? —
— Eu não vou sair com Blake Lazar novamente, — alertou Christian.
— Você e eu, — disse Adrian. — Eu consegui alguém melhor. E mais atraente. Lembra como você estava querendo saber o quão perto Serena estava de Grant? Bem, parece que você pode perguntar e ela mesma. Eu a encontrei. E sim, você é bem-vinda. — Uma carranca cruzou o rosto da minha mãe.
— Da última vez que ouvi, Serena tinha sido mandada embora para ensinar em uma escola. Um na costa leste, eu acho. —
Após o ataque Strigoi que tinha matado Grant e vários outros, os responsáveis decidiram tirar Serena das atividades de guardiã para a de imposto ativos por um tempo. Ela tinha sido a unica guardiã que sobreviveu.
— Ela está, mas desde o verão, foi trazida de volta para ajudar com o controle da multidão na eleição. Ela está trabalhando nos portões da frente. —
Lissa e Christian trocaram olhares. — Temos que falar com ela, — disse Lissa animadamente. — Ela poderia saber quem Grant estava secretamente ensinando. —
— Isso não significa que um deles matou Tatiana, — avisou a minha mãe.
Lissa balançou a cabeça. — Não, mas existe uma conexão, se a carta de Ambrose estiver certa. Ela está lá agora? Nas portas? —
— Sim, — disse Adrian. — E nós provavelmente não precisamos mesmo comprar uma bebida para ela. —
— Então vamos lá. — Lissa se levantou e estendeu a mão para seus sapatos.
— Você tem certeza? — Perguntou Christian. — Você sabe o que está esperando lá fora. —
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Lissa hesitou. Era tarde da noite para os Moroi, mas não significava que todos estavam na cama, especialmente às portas, que estavam sempre cheias de pessoas recentemente. Limpar o meu nome era muito importante, Lissa decidiu. — Yeah. Vamos fazer isso. —
Com a minha mãe à frente, meus amigos fizeram o seu caminho para a entrada da Corte. — A porta que Abe tinha feito tinha sido remendada. — A Corte foi cercada no alto, paredes de pedra multicolorida que favorecia ainda mais a imagem do homem que era realmente uma escola de elite. Portões de ferro forjado na entrada estavam abertos, mas um grupo de guardiões bloqueavam a estrada que conduzia aos arredores da Corte.
Normalmente, apenas dois guardas teriam lotado o estande no portão. O número suplementar foi maior tanto para interrogatório de carros e para controlar a multidão. Espectadores alinhados nas laterais das estradas, observavam os carros que chegavam como se estivessem em uma premier de tapete vermelho.
Janine sabia uma forma indireta que evitava algumas pessoas, mas não todas.
— Não se aflija, — Christian disse a Lissa enquanto passavam por grupo particularmente falante, que a tinha notado. — Você é uma das pessoas nomeadas para ser rainha. Você merece isso. Você é a última Dragomir. Uma filha da realeza. — Lissa lhe deu um olhar breve, atônito, surpresa ao ouvir a fúria na voz dele e que ele acreditava claramente em suas palavras.
Endireitou-se e se virou para seus fãs, sorrindo e acenando de volta, o que animou eles muito mais. Leve isto a sério, ela lembrou a si mesma. Não desgrace nossa história.
No final, ficar no meio da multidão indo para o portão se mostrou ser mais fácil do que ficar um tempo sozinha com Serena. Os guardiões estavam inundados e insistiam em manter Serena para o rastreio, mas minha mãe teve uma conversa rápida com o tutor responsável. Ela lembrou-lhe da importância de Lissa e se ofereceu para ficar no lugar de Serena por alguns minutos.
Serena tinha se curadodo do ataque Strigoi. Ela tinha a minha idade, de cabelos loiros e bonitos. Ela estava claramente surpresa ao ver sua antiga protegida. — Princesa, — disse ela, mantendo as formalidades. — Como posso ajudá-la? —
Lissa puxou Serena para longe do grupo de guardiões que controlavam os Moroi alinhados no portão. — Você pode me chamar de
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Lissa. Você sabe disso. Afinal, você me ensinou a dar facadas em travesseiros. —
Serena deu um sorriso pequeno. — As coisas mudaram. Você pode ser a nossa próxima rainha. —
Lissa fez uma careta. — Improvável. — Especialmente porque eu não tenho ideia de como resolver esse mistério, ela pensou. — Mas eu preciso de sua ajuda. Você e Grant passaram muito tempo juntos... ele nunca fez menção de treinar Moroi para Tatiana? Como, sessões de combate em segredo? — O rosto de Serena deu a resposta, e ela desviou os olhos.
— Eu não deveria falar sobre isso. Ele não estava sequer disposto a me contar. —
Lissa agarrou o braço da jovem guardiã com emoção, fazendo com que Serena recuasse. — Você tem que me dizer o que você sabe. Qualquer coisa. Quem ele estava treinando... como se sentiam a respeito... se foi bem sucedido. Qualquer coisa. —
Serena empalideceu. — Eu não posso, — ela sussurrou. — Era em segredo. Sob as ordens da rainha. —
— Minha tia está morta, — disse Adrian sem rodeios. — E você mesmo disse que você pode estar falando com a futura rainha. — Este ganhou um brilho de Lissa.
Serena hesitou, depois respirou fundo. — Eu posso reunir uma lista de nomes. Eu não posso lembrar de todos eles, no entanto. E eu não tenho ideia do quão bem eles estavam fazendo, só que muitos sofriam com isso. Grant dizia que Tatiana tinha escolhido propositadamente os mais relutantes. —
Lissa apertou a mão dela. — Obrigada. Muito obrigada. —
Serena ainda estava se sentindo mal por ter dado as informações secretas. Eles vêm em primeiro lugar nem sempre funciona quando suas lealdades são divididas. Vou ter que fazê-lo mais tarde, no entanto. Eles precisam de mim aqui. Serena voltou ao seu posto, trazendo a minha mãe de volta para Lissa. Quanto a mim, voltei a minha própria realidade dentro do carro, que tinha chegado a uma nova parada. Pisquei para limpar os olhos e me situar. Outro hotel. Devemos ter o status de membro de ouro até agora.
— O que está acontecendo? —
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— Nós estamos parando, — disse Dimitri. — Você precisa descansar. —
— Não, eu não preciso. Precisamos ir para a Corte agora. Precisamos levar Jill a tempo para as eleições. — Nosso objetivo inicial de encontrar Jill era para dar a Lissa poder de voto. Nos ocorreu uma vez que com Lissa concorrendo nas eleições, o aparecimento de uma irmã iria gerar surpresa e descrença. Um teste genético poderia esclarecer as dúvidas e dar aLissa seu poder de voto, mas a confusão inicial nos daria o tempo necessário para encontrar o assassino. Apesar das provas aleatórias que meus amigos continuavam encontrando, eles ainda não tinham teorias substanciais sobre um culpado.
Dimitri me deu um olhar que dizia que eu estava mentindo. — Você estava com Lissa. As eleições realmente ainda estão acontecendo? —
— Não, — eu admiti.
— Então você pode receber algum descanso. —
— Eu estou bem, — eu rebati.
Mas os tolos não iam me ouvir. O check-in foi complicado, porque nenhum de nós tinha um cartão de crédito, e não era um dos hotéis com politicas que aceitavam depósitos em numerário. Sonya obrigou o recepcionista a pensar que era a sua política, e em pouco tempo, tínhamos reservado duas salas contíguas.
— Deixe-me falar com ela sozinho, — Dimitri murmurou para Sonya. — Eu posso lidar com isso. —
— Tenha cuidado, — Sonya avisou. — Ela está frágil. —
— Hey, vocês, eu estou aqui! — Exclamei.
Sonya pegou o braço de Jill e a guiou para um dos quartos. — Vamos lá, vamos pedir serviço de quarto. —
Dimitri abriu a outra porta e olhou para mim com expectativa. Com um suspiro, eu segui e sentei na cama, com os braços cruzados. O quarto era cem vezes mais agradável do que aquele em West Virginia.
— Podemos pedir serviço de quarto? —
Ele puxou uma cadeira e sentou-se à minha frente, apenas a dois passos. — Precisamos conversar sobre o que aconteceu com Victor. —
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— Não há nada para falar, — eu disse friamente. O meus sentimentos obscuros que estavam empurrados para trás durante um bom tempo de repente cairam sobre mim. Eles sufocaram-me. Eu me senti mais claustrofóbica do que quando eu estava na cela. A culpa era minha maior prisão. — Eu realmente sou a assassina que todos dizem que eu sou.Não importa o que Victor era. Eu o matei a sangue frio. —
— Não foi a sangue frio. —
— O inferno que não foi! — Eu chorava, sentindo o rio de lágrimas nos meus olhos. — O plano era para dominar ele e Robert para que pudéssemos libertar Jill. Subjugado. Victor não era uma ameaça para mim. Ele era um homem velho, pelo amor de Deus. —
— Ele parecia ser uma ameaça, — disse Dimitri. Sua calma era o contador para a minha histeria crescente, como de costume. — Ele estava usando sua magia. —
Eu balancei minha cabeça, enterrando meu rosto em minhas mãos. — Ele não ia me matar. Ele provavelmente não poderia mesmo se manter muito mais tempo. Eu poderia ter esperado ou fugido. Diabos, eu escaparia! Mas ao invés de capturá-lo, eu o bati contra uma parede de concreto! Ele não era páreo para mim. Um homem velho. Eu matei um homem velho. Sim, talvez ele era um intriguento homem velho e corrupto, mas eu não queria vê-lo morto. Eu queria que ele fosse preso novamente. Eu queria que ele passasse o resto da vida dele na prisão, vivendo com seus crimes. Vida, Dimitri. — Parecia estranho que eu me sentisse assim, considerando o quanto eu odiava Victor. Mas era verdade: não havia sido uma luta justa. Eu agi sem pensar. Minha formação sempre foi sobre me defender e atacar monstros. Honra realmente nunca tinha vindo a tona, mas de repente, significava muito para mim. Não havia honra no que eu fiz para ele.
— Sonya disse que não era sua culpa. — A voz de Dimitri ainda era gentil, e isso de alguma forma me fez sentir pior. Eu queria ele tinha me castigasse, confirmando a culpa que eu sentia. Eu queria que ele fosse o meu instrutor crítico. — Ela disse que era uma reação do espírito. —
— Foi... — Fiz uma pausa, recordando a névoa durante a luta o melhor que eu podia. — Eu nunca entendi realmente o que Lissa experimentava no seu pior momento até então. Eu olhei para o Victor... e eu vi todo o mal, um mal que eu tinha que parar. Ele era mau, mas ele não merecia isso. Ele nunca teve uma chance. — Honra, eu fiquei pensando. Que honra há em tudo isto?
— Você não está escutando, Rose. Não foi culpa sua. O Espírito tem uma poderosa magia que mal podemos entender. E o seu lado
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obscuro... Bem, nós sabemos a capacidade que ele tem de fazer coisas terríveis. Coisas que não podem ser controladas. —
Ergui os olhos para ele. — Eu deveria ter sido mais forte do que ele. — Lá estava ele. A ideia por trás de toda a minha culpa, todas essas emoções horríveis. — Eu deveria ter sido mais forte do que ele. Eu estava fraca. —
As palavras tranquilizadoras de Dimitri não chegavam a tempo. — Você não é invencível, — ele disse finalmente. — Ninguém espera que você seja. —
— Eu espero. O que eu fiz... — Engoli em seco. — O que fiz foi imperdoável. —
Seus olhos se arregalaram em choque. — Isso... isso é loucura, Rose. Você não pode se punir por algo que você não tinha controle. —
— É? Então por que você ainda... — Parei porque eu iria acusar Dimitri de continuar a punir-se. Salvo... ele já não estava. Será que ele sente culpa pelo o que ele tinha feito como um Strigoi? Eu tinha certeza disso. Sonya tinha admitido isso. Mas em algum momento desta jornada, ele tinha tomado o controle de sua vida novamente, pouco a pouco. Ele me disse isso, mas só agora eu realmente compreendi.
— Quando? — perguntei. — Quando isso mudou? Quando você percebeu que poderia continuar vivendo, mesmo depois de toda a culpa disso? —
— Eu não tenho certeza. — Se a pergunta o surpreendeu, ele escondeu isso. Seus olhos estavam firmes nos meus, mas eles não estavam muito focado em mim. O enigma o ocupava. — Aos poucos, de verdade. Quando Lissa e Abe vieram até pela primeira vez para falar sobre libertar você, eu estava pronto para fazê-lo, porque ela me pediu. Então, quanto mais eu pensava nisso, mais eu percebi que era muito mais pessoal. Eu não poderia suportar a ideia de que você ficasse trancada em uma cela, sendo privada do mundo. Não era certo. Ninguém deve viver assim, e me ocorreu que eu estava fazendo o mesmo por escolha. Eu estava me privando do mundo com a culpa e a autopunição. Eu tive uma segunda chance de viver, e eu estava jogando fora. Eu ainda estava em crise, continuava violento e cheio de dor, mas sua história me manteve calmo e paralisado. —
Ouvi-lo abrindo seu coração era uma oportunidade rara.
— Você me ouviu falar sobre isso antes, — ele continuou. — Sobre o meu objetivo de apreciar os pequenos detalhes da vida. E quanto mais
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nós continuamos nossa jornada, mais eu me lembro quem eu era. Não apenas um lutador. A luta é fácil. O porque da sua luta é que importa, e, no beco naquela noite com Donovan... — Ele estremeceu. — Aquele foi o momento em que eu poderia ter me transformado em alguém que luta apenas para matar cruelmente, mas você me puxou de volta, Rose. Esse foi o ponto de mudança. Você me salvou... assim como Lissa me salvou com a estaca. Eu soube então que, para deixar a parte Strigoi de mim para trás, eu tinha que lutar para ser o que eles não são. Eu tive que aceitar o que eles rejeitam: — beleza, amor, honra. — Logo em seguida, eu era duas pessoas. Uma delas foi muito feliz.
Ao ouvi-lo falar assim, percebendo que ele estava lutando contra seus demônios e perto da vitória... bem, eu quase chorei de alegria. Era o que eu queria para ele por tanto tempo. Ao mesmo tempo, suas palavras inspiradoras só me lembravam o quanto tinha caído. Minha tristeza e auto-piedade me levaram mais uma vez.
— Então você deve compreender, — eu disse amargamente. — Você acabou de dizer isso: a honra. É importante. Ambos sabemos que ela é. Eu perdi a minha. Eu perdi lá fora no estacionamento quando eu matei um inocente. —
— Eu matei centenas de pessoas, — afirmou categoricamente. — Pessoas muito mais inocentes do que Victor Dashkov. —
— Isso não é o mesmo! Você não poderia ajudá-las! — Meus sentimentos vieram à tona novamente. — Por que estamos repetindo as mesmas coisas mais e mais? —
— Porque elas não estão funcionando! Você não poderia ajudá-lo também. — Sua paciência estava acabando. — Sinta-se culpada. Lamente isso. Mas siga em frente. Não deixe que isso te destrua. Perdoe-se. —
Eu saltei sobre meus pés, pegando-o de surpresa. Inclinei-me para baixo, colocando-nos face a face. — Me perdoar? Isso é o que você quer? Você de todas as pessoas? —
As palavras pareciam escapar dele. Eu acho que tinha a ver com a minha proximidade. Ele conseguiu um aceno de cabeça.
— Então me diga isso. Você diz que passou pela culpa, resolveu se divertir com a vida e tudo mais. Eu entendi. Mas você, no seu coração, de verdade perdoou a si mesmo? Eu disse que há muito tempo que eu tinha te perdoado por tudo na Sibéria, mas e você? Já fez isso? —
— Eu apenas disse… —
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— Não. Isso não é o mesmo. Você está me dizendo para eu me perdoar e seguir em frente. Mas você não fará isso com você mesmo. Você é um hipócrita, camarada. Nós somos tanto culpados quanto inocentes. Escolha. —
Ele se levantou, olhando para mim de cima. — Isso não é tão simples assim. —
Eu cruzei meus braços sobre o peito, recusando-me a ser intimidada. — É simples assim. Nós somos iguais! Sonya disse que nós somos. Nós sempre seremos iguais, e ambos estamos agindo de forma estúpida agora. Nós possuimos um nível superior aos outros. —
Dimitri franziu o cenho. — Eu... Sonya? O que ela tem a ver com isso? —
— Ela disse que nossas auras são iguais. Ela disse que acendem em torno de si. Ela diz que isso significa que você ainda me ama e que nós estamos em sincronia, e... — Suspirei e me afastei, andando pela sala. — Eu não sei. Eu não devia ter mencionado isso. Nós não levamos em conta essas coisas sobre auras quando se trata de usuários de espírito que já estão meio loucos. — Cheguei à janela e encostei a cabeça contra o vidro frio, tentando decidir o que fazer. Perdoar-me. Eu poderia? Uma pequena cidade se esparramava diante de mim, embora eu tenha perdido a noção de onde estávamos. Carros e pessoas se moviam, as almas vivendo suas vidas. Eu tomei uma respiração profunda. A imagem de Victor sobre o asfalto ia ficar comigo por um longo, longo tempo. Eu tinha feito uma coisa horrível, mesmo que minhas intenções fossem boas, mas todo mundo estava certo: eu não tinha sido eu. Sabia como mudar o que tinha acontecido? Teria como trazer Victor de volta? Não. E, honestamente, eu não sabia como eu iria me mover após o que eu tinha feito, como eu tiraria as imagens sangrentas da minha cabeça. Eu só sabia que eu tinha que seguir em frente.
— Se eu deixar isso me parar, — eu murmurei, — se eu não fizer nada... então esse mal ficará maior. Vou fazer mais sobrevivendo. Ao continuar a luta e proteger os outros. —
— O que você está dizendo? — Perguntou Dimitri.
— Eu estou dizendo... Eu me perdôo. Isso não faz tudo perfeito, mas é um começo. — Meu dedo traçou a linha de uma pequena rachadura na superfície do vidro. — Quem sabe? Talvez essa explosão no estacionamento deixou escapar um pouco da escuridão que Sonya disse que está em minha aura. Cética como eu sou, eu tenho que lhe dar alguns pontos. Ela estava certa de que eu estava em um ponto de ruptura, que tudo que eu precisava era de uma faísca. —
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— Ela estava certa sobre outra coisa também, — Dimitri disse depois de uma longa pausa. Eu estava de costas para ele, mas havia um jeito estranho em sua voz que me fez virar.
— Como o que? — Eu perguntei.
— Que eu ainda te amo. —
Com essa frase, tudo no universo se alterou.
O tempo parou para em um piscar de olhos. O mundo se tornou os olhos dele, a voz dele. Isso não estava acontecendo. Não era real. Nada disso poderia ser real. Parecia um sonho com espírito. Eu resisti à vontade de fechar os olhos e ver se eu acordava momentos depois. Não. Não importa o quão incrível que tudo parecia, não era um sonho. Isso era real. Esta era a vida. Em carne e osso.
— Desde... desde quando? — eu finalmente consegui perguntar.
— Desde... sempre. — O tom dele implicava que a resposta era óbvia. — Eu neguei isso quando eu fui restaurado. Eu não tinha espaço para nada no meu coração, exceto culpa. Eu particularmente me senti culpado por você, pelo que eu fiz, e eu a afastei. Eu coloquei um muro para te manter segura. Funcionou por um tempo até que meu coração finalmente começou a aceitar outras emoções. E tudo isso voltou. Tudo o que eu sentia por você. Ele nunca tinha saído, foi apenas escondido de mim até que eu estivesse pronto. E mais uma vez... o beco que foi o ponto de viragem. Eu olhei para você... vi a sua bondade, sua esperança, e sua fé. Isso é o que te faz linda. Assim, tão linda. —
— Então não era o meu cabelo, — eu disse, sem saber como eu era mesmo capaz de fazer uma piada em um momento como este.
— Não, — ele disse gentilmente. — Seu cabelo estava lindo demais. Você toda. Você estava incrível quando nos conhecemos, e de alguma forma, inexplicavelmente, Você está ainda mais. Você sempre foi energia pura, crua, e agora você a controla. Você é a mulher mais incrível que eu já conheci, e estou contente de ter tido esse amor por você em minha vida. Lamento perder. — Ele ficou pensativo. — Eu daria qualquer coisa, qualquer coisa no mundo para voltar atrás e mudar a história. Para ter corrido para os seus braços quando Lissa me trouxe de volta. Para ter uma vida com você. É tarde demais, é claro, mas eu aceito isso. —
— Porquê... porque é tarde demais? —
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Os olhos de Dimitri ficaram tristes. — Por causa do Adrian. Por que você mudou. Não, escute, — ele disse, cortando meus protestos. — Você estava certa por fazer isso depois da forma como eu te tratei. E mais do que qualquer outra coisa, eu quero que você seja feliz, uma vez que limpar o seu nome e fizer Jill ser reconhecida. Você mesmo disse que Adrian lhe faz feliz. Você disse que o ama. —
— Mas... você acabou de dizer que me ama. Que você quer ficar comigo. — Minhas palavras soavam desajeitadas, sem nenhuma eloquencia.
— E eu lhe disse: Eu não ficarei com a mulher de outro homem. Você quer falar de honra? Aí está ela na sua forma mais pura. —
Eu andei em direção a ele, cada passo incrementando a tensão em torno de nós. Dimitri dizia que o beco era o seu ponto de mudança. Para mim? Tinha sido agora. Eu estava à beira de algo que mudaria minha vida. Na última semana, eu tinha feito um trabalho muito bom de me afastar de qualquer coisa romântica com Dimitri. E eu ainda tinha esse trabalho? O que era amor, realmente? Flores, chocolates e poesia? Ou era algo mais? Era ser capaz de terminar as piadas de alguém? Era ter fé absoluta que alguém estava lá por você? Era conhecer alguém tão bem, a ponto de saber o motivo do outro fazer o que fazia e ainda compartilhar as mesmas opiniões?
Todas as semanas, eu tinha alegado que o meu amor por Dimitri estava desaparecendo. Na realidade, ele vinha crescendo mais e mais. Eu não tinha sequer percebido que estava acontecendo. Eu tinha re-estabelecido o nosso relacionamento antigo, reforçado nossa ligação. Reafirmando que de todas as pessoas no mundo — incluindo Lissa — Dimitri era o único que realmente me compreendia.
Eu quero dizer: eu amava Adrian. Era difícil imaginar a vida sem ele, Mas as minhas palavras na casa dos Mastrano haviam me traido: Eu me divirto com ele. Agora, você deveria se divertir com a pessoa que você ama, mas que não deveria ter sido o que primeiro me veio à mente. Eu deveria ter dito, nós fortalecemos um ao outro. Ou, Ele me faz querer ser uma pessoa melhor. Talvez o mais importante: ele me entende perfeitamente.
Mas nada disso era verdade, então eu não tinha dito aquelas coisas. Eu procurei Adrian pelo conforto. Sua familiaridade e humor eram uma importante parte do meu mundo. E se ele estivesse em perigo? Eu jogaria minha vida antes dele, como eu faria por Lissa. No entanto, eu não lhe sugeriria isso, não realmente. Ele estava tentando. Ele queria ser uma pessoa melhor, mas neste momento em sua vida, suas motivações eram mais para impressionar os outros — Para me impressionar. Não
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era para si. Isso não faz com que ele seja ruim ou fraco, mas me faz seu suporte. Ele iria passar por isso, eu estava certa. Ele poderia por ele mesmo se tornar um homem incrível, mas ele não estava naquele momento de auto-descoberta ainda. Eu estava.
Eu estava na frente de Dimitri agora, olhando para aqueles olhos escuros, novamente, os olhos que eu tanto amava. Eu coloquei minhas mãos em seu peito, sentindo seu coração batendo forte e estável, e talvez um pouco mais rápido que o normal. O calor se espalhou pelas pontas dos meus dedos. Ele estendeu a mão e agarrou os meus pulsos, mas não me afastou. As linhas daquele rosto lindo pareciam tensas como se ele estivesse tendo um conflito interno, mas agora que eu sabia, agora que eu sabia com certeza, eu podia ver o seu amor por mim. Amor misturado com desejo. Estava assim, tão óbvio.
— Você deveria ter me dito, — eu disse. — Você deveria ter me dito isso há muito tempo atrás. Eu te amo. Eu nunca deixei de te amar. Você tem que saber disso. —
Ele prendeu a respiração quando eu disse eu te amo, e eu podia ver a sua luta interna para se controlar se tornar uma guerra total.
— Isso não faria diferença. Não com Adrian envolvido, — disse ele. Meus dedos se apertaram um pouco, como se ele pudesse me afastar dessa vez. E ele não iria. — Eu quero dizer. Eu não vou ser aquele cara, Rose. Eu não serei aquele homem que toma a mulher de alguém. Agora, por favor. Deixe-me ir. Não torne isso mais difícil. —
Eu ignorei o pedido. Se ele queria ficar longe de mim, ele poderia fazer isso. Eu desloquei meus dedos, tocando mais em seu peito, bebendo a sensação da identificação do contato quente que eu tinha perdido por tanto tempo.
— Eu não pertenço a ele, — eu disse em voz baixa, me empurrando para mais perto de Dimitri e inclinando a cabeça para trás para que eu pudesse ver seu rosto claramente. Tanta emoção, tanto conflito enquanto o seu coração tentava decidir o que era certo e errado. Sendo pressionada contra ele eu sentia... que ele havia chegado a uma conclusão. Sonya disse nenhum casal poderia compartilhar uma aura ou uma alma, mas as nossas não estavam destinadas a ficar separadas. Elas se encaixavam como um quebra-cabeças, dois indivíduos que fazem algo maior que eles. — Eu não pertenço a ninguém.Eu faço minhas próprias escolhas. —
— E você está com o Adrian, — disse Dimitri.
— Mas, é por que eu não significava nada para você. —
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E foi isso. Qualquer pretensão de controle ou razão que qualquer um de nós possuía derreteu. As paredes desmoronaram, e tudo que estavamos segurando a tempos veio a tona. Estendi a mão, nos empurrando para um beijo — um beijo que ele não deixou passar desta vez. Um beijo que eu não finalizei com impeto. Seus braços me cercaram enquanto ele me sustentou na cama, uma mão logo se deslizou do meu quadril para baixo, para minha perna, já semi-nua, graças a esse pobre vestido esfarrapado.
Cada nervo do meu corpo se iluminou, e eu senti que o desejo o ganhou — e então mais. Depois de um mundo de morte, ele pareceu apreciar mais o amor. Não só isso, ele precisava. Ele precisava de vida. Ele precisava de mim, não apenas fisicamente, mas da mesma forma que meu coração e minha alma sempre clamaram por ele. O que fizemos então, quando as nossas roupas sairam e trouxemos os nossos corpos juntos se tornou mais do que apenas a luxúria — Mesmo que houvesse muito disso também.
Estar com ele depois de tanto tempo, depois de tudo que nos resistimos... era como voltar para casa. Como, finalmente, estar onde, com quem – Eu pertencia. Meu mundo, meu coração... se quebraram quando eu o perdi. Mas quando ele olhou para mim, quando seus lábios pronunciaram meu nome e correram ao longo da minha pele... Eu sabia que essas partes poderiam voltar a estar juntas. E eu sabia, com absoluta certeza, que ter esperado por isto — pela minha segunda transa — era a coisa certa a se fazer. Qualquer pessoa, qualquer outro momento... teria sido errado.
Quando terminamos, era como se nós ainda não conseguissemos chegar perto o suficiente. Nos abraçamos com força, nossos membros entrelaçados, como se talvez diminuindo a distância agora seria compensar a distância que tinha estado entre nós por muito tempo. Eu fechei meus olhos, meus sentidos inundados com ele, e suspirei sonhadora.
— Estou feliz que você fez isso. Feliz pelo seu auto-controle não ser tão forte quanto o meu. — Isso o fez rir, e eu senti seu peito ressoar.
— Roza, meu auto-controle é dez vezes mais forte que o seu. —
Abri os olhos, passando a olhar para ele. Eu escovei o cabelo dele para trás e sorri, meu coração certo de que iria expandir mais e mais até que não houvesse mais nada de mim.
— Ah, é? Isso não é a impressão que eu tive. —
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— Espere até a próxima vez, — alertou. — Farei coisas que farão com que você perca o controle em questão de segundos. —
Esse comentário foi apenas para pedir uma engenhosa observação sarcastica de Rose Hathaway. Ele também fez o meu sangue queimar, razão pela qual nós dois ficamos surpresos quando abruptamente eu disse, — não podemos ter uma próxima vez. —
A mão de Dimitri, que estava seguindo a forma do meu ombro, congelou. — O quê? Por quê? —
— Nós temos muitas coisas a fazer antes que isso aconteça novamente. —
— Adrian, — ele adivinhou.
Eu balancei a cabeça. — É o meu problema, então coloque seus pensamentos sobre honra de lado. Eu tenho que enfrentá-lo e responder por isso. Eu vou. E você... — Eu não podia acreditar no que estava prestes a dizer. Eu não poderia acreditar que eu queria dizer isso.
— Você ainda tem que perdoar a si mesmo se vamos ficar juntos. —
Sua expressão confusa se tornou dolorida. — Rose… —
— Isso é sério. —Eu encontrei os olhos com firmeza. — Você tem que perdoar a si mesmo. De verdade. Todo mundo tem. Se você não puder, então você não pode seguir em frente com ninguém. Nós não podemos. —
Foi uma das maiores apostas da minha vida. Uma vez, eu teria que correr para ele, sem dúvida, ignorando os nossos problemas, feliz apenas por estar com ele. Agora... depois de tudo que eu passei, eu mudei. Eu o amava. Eu o amava muito, e eu queria estar com ele. Mas era por causa da força do amor que eu tinha que fazer isso. Se iamos ficar juntos, tinhamos de fazê-lo da maneira certa. Sexo tinha sido incrível, mas não era uma cura mágica para tudo. Maldição. Em algum lugar ao longo do caminho, eu encontrei o senso comum. Eu ainda tinha que enfrentar Adrian. E se Dimitri não pudesse fazer o que eu pedi, eu realmente caminharia para longe. Eu perderia os dois homens, mas era melhor ficar sozinha com minha auto-estima do que estar no relacionamento errado.
— Eu não sei, — Dimitri disse afinal. — Eu não sei se posso... se estou pronto. —
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— Então decida logo, — eu disse. — Você não tem direito a esta segunda chance, mas eventualmente... — Eu não continuei com o assunto. Por agora, eu deveria deixá-lo ir, embora eu sabia que ele ia manter o comentario e compreender sua importancia. Eu sabia que estava certa em apoiá-lo também. Ele não conseguiria ser feliz comigo, se ele não estivesse feliz com ele.Ocorreu-me então, o que eu precisava, que os nossos velhos papéis professor-aluno se fossem para sempre. Agora nós realmente eramos iguais.
Eu descansei minha cabeça no peito dele e senti-o relaxar. Nos aquecemos neste momento um pouco mais. Sonya disse que precisávamos descansar, fazendo-me pensar que ainda tinha algum tempo aqui antes do relógio nos levar de volta à Corte. Como Dimitri e eu continuamos próximos um do outro, encontrei-me realmente querendo dormir. Eu estava exausta da luta, o que, eu percebi, tinha tomado um rumo inesperado. Minha culpa e o desespero sobre Victor e a consequente explosão do espírito tinham feito as suas vítimas também, não importa o medalhão de cura ainda ao redor do meu pescoço. E sim, eu pensei que com um pequeno sorriso, eu estava simplesmente exausta devido ao que Dimitri e eu tinhamos acabado de fazer. Era uma espécie de mudança agradavel usar meu corpo para algo que não resultou em ferimentos graves.
Adormeci nos braços dele, que estavam envoltos em torno de mim calorosamente. Deveria ter sido assim tão simples. Deveria ter sido um descanso pacífico e feliz. Mas como de costume, eu não era tão afortunada.
Um sonho induzido pelo espírito me tirou do fundo envolvente do sono, e por meio segundo, eu pensei que talvez Robert Doru tinha vindo até mim para vingar a morte de seu irmão.
Mas, não. Não era o Dashkov vingativo. Em vez disso, eu me vi olhando para um par de olhos verde-esmeralda.
Adrian.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Capitulo 29
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às 17:53
Marcadores: Academia de Vampiros, O Ultimo Sacrifício
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