Depois de Clive finalmente se acalmar e parar de gritar por sua gata, eu estava completamente esgotada, e bem acordada. Saber que eu tinha que levantar-me em apenas uma hora para outro dia, me fez perceber que eu já tinha conseguido dormir o que eu iria precisar, e poderia muito bem levantar-me e fazer um café da manhã.
"Meow o caralho..." Eu apontei para a parede atrás da minha cabeça e fui para o sofá da sala. Liguei a TV para pegar o programa de hoje (East Coast feed*), liguei a máquina de café e vi a luz da madrugada começar a espreitar nas minhas janelas. Clive se enrolou em torno de minhas pernas, e eu rolei meus olhos para ele.
*Canal americano só de programas de culinária.
"Oh, agora você quer um pouco de amor de mim hein? Depois de abandonar-me para ir atrás da Purina na noite passada? Que idiota você é Clive," eu murmurei, esticando o pé e esfregando-o com o meu calcanhar. Ele deitou no chão, e olhou para mim. Ele sabia que eu não podia resistir quando ele me olhava.
Eu ri um pouco, e me ajoelhei ao lado dele.
"Yeah yeah, eu sei. Você me ama, porque agora que eu sou a única que continua a te alimentar", eu suspirei, coçando sua barriga.
Eu voltei para a cozinha, Clive nos meus calcanhares, e derramei um pouco de comida na tigela. Agora que ele tinha o que precisava, fui rapidamente esquecida. Fiz umas rabanadas, derramei um pouco de café, e voltei para a sala para Matt, Meredith, Al e Anne. Eu posso ter plantado um beijo na minha batedeira quando passei.
Desde que eu tinha tanto tempo extra, resolvi relaxar um pouco e tomar de manhã que estava chegando. Eu estava voltando ao trabalho hoje depois de tomar alguns dias de folga e no fim de semana para me organizar, mas eu estava ansiosa para voltar. Eu amava o meu trabalho. Não, quer dizer que eu amava o meu trabalho. Eu tive sorte o bastante quando eu estava no meu último ano em Berkeley e estagiei com uma das empresas de design mais famosas da cidade, e assim cheguei a Esme Platt. Eu trabalhava de perto com ela, e sua paixão e seu amor por esta
indústria me deixou ainda mais animada para finalmente começar a trabalhar na pós-graduação em design de interiores. Ela me ensinou mais no semestre que eu estava com ela do que eu tinha aprendido em quase quatro anos na faculdade.
No último dia do meu estágio, quando eu estava arrumando minha mesa pequena no canto de seu escritório, ela me perguntou se eu consideraria me mudar pra cá, após a graduação.
Era totalmente não profissional, mas eu corri por seu escritório e lhe disse que gostaria de fazer sexo com ela se ela um dia se decidisse a balançar para o outro lado. Depois de ter se recuperado do choque do meu desabafo, e se recuperado de todo riso, começamos a falar de negócios.
Esme era extremamente sensível, doce, quente e amável. Ela também era uma das mais inteligentes, mais fortes, empresárias mais hardcore que eu já encontrei, e tudo que eu queria ser quando crescesse era Esme Platt. Em seus 30 anos, mas parecendo ter seus 20, ela tinha feito um nome para si mesma no seio da comunidade de design em uma idade adiantada. Ela desafiou a convenção, foi a primeira a varrer Shabby Chic* para fora do mapa, e foi essencial em trazer de volta a as neutras e calmas estampas geométricas, que dominavam o look “moderno”, que era o mais usado agora.
* Shabby Chic é um estilo de design de interiores, onde os mobiliários são escolhidos pela sua idade e sinais de desgaste ou novos itens são desgastados para alcançar a aparência de antiguidade.
Ela me trouxe como um designer júnior, pagando minhas contas e me ajudando em projetos menores. Projetos residenciais eram a minha preferência, mas eu ajudei em muitos trabalhos de projetos comerciais, assim, isso me apresentou a um lado completamente diferente do negócio. Após apenas um ano mais ou menos, eu comecei a atender os meus próprios clientes, construindo o meu "book", e ganhando um nome para mim dentro da comunidade.
Agora, eu tinha um escritório, uma assistente compartilhada, o meu nome na porta, e um Rolodex* preenchido com alguns dos melhores nomes da sociedade em toda a San Francisco.
* Rolodex é um arquivo de dispositivo giratório usado para armazenar informações para contatos comerciais, atualmente é fabricado pela Newell Rubbermaid.
Eu suspirei em minha xícara de café, olhando para meu apartamento, mais uma vez. Fiquei tão sensibilizada de Esme ter me alugado seu apartamento. Esme estava namorando Carlisle Cullen, um empresário muito importante, desde antes de eu conhecê-la. Tinham estado juntos durante anos, nunca se casaram, mas eram muito comprometidos. Ele tinha sabiamente evitado a grande crise que atingiu o Vale do Silício há vários anos, silenciosamente movendo muito de seus riscos de negócios para canais mais convencionais. Agora, ele era um capitalista de risco, embora ele estivesse semi-aposentado. Com 44. Semi-aposentado de 44 anos. Jesus...
Os dois estavam em processo de reforma de uma casa na baía de Sausalito, e viviam uma vida encantada. Esme não tinha realmente vivido neste apartamento por anos, mas ela sempre o teve. Era tão de baixa renda, que ela nunca poderia ganhar o bastante com ele, e tinha, por vezes, ao longo dos últimos anos alugado aos amigos dela. Após ter estado essencialmente livre por mais de um ano, ela me ouviu falando sobre o desejo de ter minha própria casa. O aluguel era o que tinha nessa cidade, e isso ainda era caro ha alguns anos. Ela ofereceu, eu aceitei, e agora eu estava aqui.
Quando eu estava fazendo meu caminho para o chuveiro, ouvi um movimento no corredor. Como a Bella Bisbilhoteira que estava me tornando rapidamente, apertei meus olhos no olho mágico para ver o que estava acontecendo com Edward e Purina.
Ele estava em pé atrás da porta, longe o suficiente e eu não pude ver seu rosto. Purina estava de pé na porta, e eu pude ver sua mão correndo através de seus longos cabelos.
Porra, eu podia ouvir seu ronronar através da maldita porta.
"Mmm Edward, a noite passada foi... mmmm," ela ronronou, se apoiado em sua mão que estava pressionado contra seu rosto.
"Concordo, uma bela maneira de descrever a noite e esta manhã", disse ele calmamente, como se ambos rissem.
"Me ligue quando estiver de volta a cidade?" ela perguntou, enquanto varria os cabelos do rosto.
Com uma cara de recém fodida. Eu sinto falta daquela cara.
"Oh, você pode contar com isso", respondeu ele, e depois a puxou de volta para a porta para o que eu só posso supor ter sido um beijo estalado. Seu pé subiu como se estivesse posando.
Revirei os olhos, mas isso doeu. Ele estava pressionado tão firmemente contra a janelinha que doeu.
"Do svidaniya*", ela sussurrou em seu sotaque exótico. Pareceu-me muito melhor agora que ela não estava miando como um gatinho no cio.
*‘Até logo’ em russo.
"Te vejo por ai", ele riu e, com isso, ela normalmente se afastou. Esforcei-me para vê-lo antes que ele voltasse para dentro de seu apartamento, mas não. Não o vi novamente. Eu tive que admitir, após a surra e depois das miadas, eu estava morrendo para ver como ele se parecia. Tinha uma proeza sexual morando na porta ao lado. Eu só não via o porque ele precisava afetar os meus hábitos de sono.
Eu me coloquei longe da porta e fui para o chuveiro. Eu tinha cansado todas as duas mãos massageando meu lugar no chuveiro enquanto eu ainda tinha uma esperança em o O regressar, mas desisti quando me lembrei da eco-amiga que eu estava sendo, drenando o abastecimento de água da cidade. Esme havia renovado seu apartamento há alguns anos e, mesmo ela continuando com a banheira de pés de garra existente, tinha instalado um chuveiro novo, completo com Box em anexo. Eu continuei em baixo dele, imaginando como diabos ele conseguia fazer uma mulher miar...
As 07h30 saí de lá, eu estava no BART* e rumei em direção ao meu escritório. Eu estava ansiosa para voltar ao trabalho. Eu estava começando um novo projeto para um novo cliente que estava entrando no escritório pela primeira vez hoje, e eu também iria almoçar com Esme.
*BART (acrónimo de Bay Area Rapid Transit) é um sistema público de transporte rápido que serve parte da área da baía de São Francisco, na Califórnia.
A empresa de design de Esme era em uma parte bonita da cidade, chamada Russian Hill. Velhas mansões bonitas, ruas tranquilas e uma visão de matar dos picos mais altos. Algumas das casas mais velhas tinham sido convertidas em espaços comerciais, e a casa que nós chamávamos de “nosso escritório” era simplesmente deslumbrante.
Eu passei pela recepção, pela sala de estar da entrada, e disse olá para algumas pessoas no meu caminho para o meu escritório. Eu era extremamente sortuda de trabalhar onde eu trabalhava, e do meu escritório eu realmente tinha uma visão da baía. Eu ainda me beliscava quando chegava em algumas manhãs. Esme me fez parar com isso, porque isso estava me deixando contusões e tendia a afastar as pessoas. Uma mulher adulta se beliscando e tudo...
Eu respirei um suspiro quando entrei no meu escritório. Esme queria que cada designer fizesse seu próprio espaço, e eu passei uma semana inteira criando o meu espaço de trabalho. Leves e claras paredes cinzentas, acentuadas por cortinas de veludo rosa salmão. Minha mesa era de ébano negro, com uma cadeira coberta de um couro macio e seda champagne. A sala era contemporânea distinguida com um toque de extravagância. O capricho proveniente de minha coleção de anúncios das sopas Campbell's dos anos 30 e 40. Eu encontrei um monte deles em uma loja da marca, todos cortados a partir de edições antigas da revista Life*. Eu tinha os colocado em uma moldura e montado, e cada vez que olhava para elas eu ficava louca.
*Life foi o nome de duas revistas norte-americanas extintas. A revista Life foi conhecida pelos Cartoons, séries de Pin-up, textos humorísticos e pelas críticas de teatro e cinema.
Passei a poucos minutos jogando fora as flores da semana passada, e arranjando um novo display. Toda manhã eu parava em uma loja de flores local para escolher flores para a semana. As flores mudavam, mas as cores tendiam a cair na mesma paleta. Eu gostava muito de laranjas e rosas profundos, pêssegos e dourados quentes. Hoje eu tinha escolhido rosas chá híbridas que foram uma bela cor coral, as pontas tingidas de framboesa. Eu tinha as adorado no altar da Martha Stewart* já que eu estava no colegial, e até tentei mandar cookies a ela quando ela foi para a prisão.
*Martha Stewart (Nova Jérsei, 3 de Agosto de 1941) é uma apresentadora de televisão e empresária estadunidense. Em Março de 2005, teve sua prisão decretada por envolvimento com fraude e outros possíveis crimes relacionados a investimentos na ImClone Systems, uma companhia de biotecnologia dirigida por um amigo.
Desisti quando percebi que ela provavelmente não os comeria, mas criticaria a entrega. Desisti sob pressão...
Eu reprimi um bocejo e me sentei na minha mesa, preparando-me para o meu dia. Avistei Esme quando ela entrou rapidamente passando minha porta, e acenei para ela. Ela voltou e enfiou a cabeça na porta.
"Hey girl! Como está o apartamento?" ela perguntou, caminhando dentro e sentando na cadeira em frente a minha mesa.
"Fantástico, obrigado mais uma vez tanto! Eu nunca poderei pagar por isso, você é a melhor", eu sai. Ela me parou com um aceno de sua mão.
"Psiu, não é nada. Eu sei que deveria livrar-me dele, mas foi o meu primeiro lar na cidade, e o vender iria apenas quebrar o meu coração por deixá-lo ir! Além disso, eu gosto da idéia de ele estar habitado novamente, aquele bairro é tão bom", ela sorriu, e eu sufoquei outro bocejo. Seus olhos afiados perceberam.
"Bella, é manhã de segunda-feira? Como você pode já estar bocejando?" repreendeu.
Eu ri e rolei os olhos.
"Quando foi a última vez que você dormiu lá Esme?" Eu perguntei, olhando para ela sobre o aro da minha xícara de café. Foi meu terceiro já, eu estaria cruzando em breve.
"Oh menina, faz um bom tempo. Talvez um ano atrás? Carlisle estava fora da cidade e eu ainda tinha algumas coisas lá, inclusive uma cama. Às vezes eu ia lá se eu estivesse trabalhando até tarde eu fosse ficar na cidade durante a noite. Por que você pergunta?"
"Você ouviu alguma coisa do apartamento ao lado?"
"Não, não, eu acho que não. Como o quê?"
"Hmm, só ruídos? Ruídos na noite?"
"Não quando eu estava lá. Eu não sei quem mora lá agora, mas acho que alguém que apenas recentemente se mudou e nunca o conheci, o que você ouviu?"
Eu corei furiosamente, e tomei um gole do meu café.
"Ruídos no meio da noite Bella? Sério? Você ouviu alguém fazendo sexo?" ela empurrou, e eu bati minha cabeça na mesa. Sem mais batidas.
Olhei para ela, e ela teve a cabeça jogada para trás no riso.
"Aw Jesus Bella, eu não tinha idéia! O vizinho passado eu me lembro que vivia lá estava em seus 80 anos e o único ruído que eu já ouvi vindo de seu quarto foi reprises de Gunsmoke*. Pensando bem, eu podia ouvir sua TV notavelmente bem..." ela sumiu.
*Gunsmoke é um marco na história da TV americana, já que foi o segundo seriado mais longo de todos os tempos (Sendo superado apenas por Os Simpsons).
"Sim, bem, Gunsmoke não é o que está vindo através daquelas paredes agora, o sexo está chegando por essas paredes. E não quero dizer que é um sexo doce e chato... quero dizer... interessante", sorri.
"O que você ouviu?" ela perguntou, seus olhos se iluminando.
Não importa se você está velho, ou como você está, há duas verdades universais. Nós sempre rimos... ahem ... se gases quando eles acontecem na hora errada, e nós sempre estamos curiosas sobre o que acontece nos quartos de outros povos. E eu odeio piadas de banheiro.
"Esme, sério... foi como nada que eu já ouvi antes! Na primeira noite, minha cama estava sendo empurrada. Fiquei na moldura da porta como uma tola, pensando que era um terremoto!"
Seus olhos se arregalaram, e ela se inclinou para frente em minha mesa.
"Sério!"
"Eu não agüentei e finalmente voltei para a cama, e então ouvi... Jesus... eu ouvi tapas"
Eu estava conversando sobre tapas com a minha chefa. Você vê por que eu amava a minha vida?
"Nãooo," ela respirou, e riu como uma colegial.
"Simmm. E fez a minha cama se mexer Esme, ela se mexeu! Eu vi na manhã seguinte, quando a Surrada estava saindo. E o mesmo na noite passada",
"Duas noites seguidas! A Surrada levou uma surra novamente?"
"Oh não, a noite passada eu fui incomodada por uma aberração da natureza que tenho chamado de Purina," eu continuei, revivendo a noite em minha mente.
"Purina? Eu não entendi..." ela franziu o cenho.
"A Russa que miava na noite passada"
Ela riu novamente, fazendo com que Tyler, lá da contabilidade, enfiasse a cabeça na porta.
"O que essas duas galinhas estão cacarejando por aqui?" perguntou ele, sacudindo a cabeça para nós.
"Nada", nós respondemos ao mesmo tempo, e então nos viramos novamente.
"Duas mulheres, duas noites. Uau, você sabe o nome dele?"
"Eu sei na verdade, porque a Surrada e a Purina gritavam mais e mais novamente. Eu pude ouvir isso em meio as batidas na parede. Seu nome é Edward. Bate parede estúpido..." Murmurei.
Ela ficou em silêncio por um momento, e então ela sorriu.
"Edward Bate Parede, eu amei!"
"Sim, você o ama. Você não teve o seu gato tentando acasalar com a Purina através da parede na noite passada," Eu ri tristemente, e coloquei minha cabeça sobre a mesa, enquanto continuamos a rir.
"Ok, eu espero que você acolha os novos clientes hoje, quando os Black chegarem para se encontrar com você?" ela finalmente disse, enxugando as lágrimas dos seus olhos.
"Ah, o Sr. e a Sra. Black virão aqui. Eu tenho a apresentação dos planos e tudo pronto para eles. Eu acho que eles vão realmente gostar da maneira como eu redesenhei o quarto deles. Nós vamos ser capazes de oferecer um banheiro, sala de estar e closet totalmente novos. É muito bom".
"Eu acredito em você, você pode repassar suas idéias comigo as 11?"
"Sim, estou focada nisso", eu respondi quando ela fez seu caminho em direção à porta.
"Você sabe Bella, se você conseguir os ter como clientes, isto seria muito bom para esta empresa", disse ela com cuidado, olhando-me sobre seus óculos de tartaruga.
"Esme, espere até ver o que eu criei para o novo home theater deles".
"Eles não têm um home theater".
"Eles vão querer um quando eu fizer a minha apresentação", eu disse, arqueando as sobrancelhas e sorrindo diabolicamente para ela.
"Legal", ela avaliou, e deixou-me para começar o seu dia.
Olhei para o bloco de notas em frente a mim onde eu tinha rabiscado as palavras Edward Bate Parede.
"Bate Parede", eu disse em minha respiração, e as risquei.
Passei a manhã colocando os toques finais na minha apresentação para mostrá-la a Esme. Eu estava animada para me encontrar com os Black hoje, pois eles eram um casal interessante. Jessica Stanley Black era rica. Antigos ricos de San Francisco, desde antes do grande terremoto. A debutante e formada em Vassar*, ela se virou contra toda sua família quando ela se casou com Jacob Black. Ele era um jovem empresário arrivista que agora possui uma das maiores cadeias de lojas de peças de automóveis na Costa Oeste.
*Vassar College é uma das mais antigas, tradicionais e renomadas instituições privadas mista de ensino e de artes, de alto nível dos Estados Unidos.
Os rumores em torno da cidade que tinha sido que o Sr. Stanley tinha ficado muito chateado, inicialmente, por seu casamento ser com alguém que era menos do que um cheio de sangue azul. Mas com o passar do tempo, Jacob Black foi aceito dentro dos círculos da sociedade da velha San Francisco, bem como qualquer pessoa que tivesse dinheiro também poderia. Jessica poderia ter voltado ao antigo modelo e se transformado em outra dona de casa aborrecida insípida, mas o casal era agora uma potência. Eles estavam fortemente envolvidos em
instituições de caridade e filantropia, e eram conhecidos especificamente por seu trabalho com a LNP (Lobos do Noroeste do Pacífico).
Alice tinha feito algum trabalho para eles quando se mudaram para sua nova casa em Nob Hill no ano passado. Ela ajudou Jessica a organizar sua cozinha e seu escritório. Eles se mantiveram em contato e quando chegou a hora de refazer o seu quarto principal, Alice os colocou em contato comigo. Fiquei emocionada ao começar a trabalhar com eles, e mediante a apresentação de hoje estaria tudo bem.
Eu coloquei meus patos em uma fileira, arrumei meu cabelo, e quando ouvi a minha assistente me chamando da recepção, eu coloquei minha cara de jogadora.
"Fantástico Bella, simplesmente fantástico", Jessica jorrou enquanto eu caminhava até ela e seu marido na porta da frente. Tínhamos passado quase duas horas vendo os planos de remodelação, e embora houvesse alguns pontos-chave que tínhamos comprometido ia ser um projeto excitante. Jacob e Jessica era um casal muito legal, e tivemos um bom tempo conversando sobre o que eles queriam fazer.
"Então, você acha que é a designer certa para nós?" Jacob perguntou, seus profundos olhos castanhos cintilaram para mim enquanto ele embrulhava o braço em volta da cintura da esposa.
"Você que tem que saber" Eu brinquei de volta, sorrindo para os dois.
"Eu acho que nós gostaríamos de trabalhar com você neste projeto", Jessica sorriu quando nós apertamos as mãos.
Eu internamente dei as mãos com meu maldito ego, mas mantive meu rosto composto.
"Excelente. Vou estar em contato muito em breve e nós podemos marcar um horário", eu respondi enquanto eu segurava a porta para eles.
Eu estava na porta, quando eu acenei, e depois voltei para dentro. Eu deixei a porta fechar atrás
de mim, e olhei para Leah, nossa recepcionista. Ela ergueu as sobrancelhas para mim, e eu levantei meu braços.
"Então?", perguntou ela.
"Oh yeah, contratada", eu suspirei, e ambas gritamos. Esme estava descendo as escadas quando estávamos dançando em torno e ela parou.
"Que diabos aconteceu aqui?" ela perguntou, sorrindo para nós.
"Bella foi contratada pelos Black!" Leah gritou novamente, elevando sua voz tão alta que os cães da vizinhança em breve começariam a contribuir com a conversa.
"Legal", ela elogiou e se aproximou de mim para um abraço rápido.
"Estou orgulhosa de você, garota", ela sussurrou em meu ouvido, e eu sorri de alegria. Eu sorri loucamente.
Dancei de volta ao meu escritório, colocando um pequeno solavanco quando eu fiz o meu caminho perto do Running Man* perto da mesa.
*Ela se refere ao DVD do Running Man (O sobrevivente) é um filme estadunidense de 1987 do gênero ficção científica. Roteiro de Steven E. de Souza, vagamente baseado na novela do mesmo nome de Stephen King.
Sentei-me, rodei na minha cadeira e olhei para a baía.
Bem jogado Bella, bem jogado eu pensei para mim e sorriu.
Naquela noite eu saí para tomar uns cocktails com Rose e Alice e posso ter bebido mais de uma ou até cinco margaritas. Era necessário, eu estava comemorando. Eu continuei com as tequilas,
e ainda lambendo o sal não existente no interior do meu pulso, enquanto Alice e Rose levaram-me a minha escada.
"Rose, você é tão bonita... você sabe disso certo?" Eu arrulhei, inclinando-me sobre Rose enquanto nós rastejávamos até as escadas.
"Sim, Bella, eu sou bonita. Boa compreensão sobre o óbvio," ela disse enquanto revirava os olhos. Alice riu, e eu virei para ela.
"E você Alice, você é minha melhor amiga. E você é tão pequena! Eu poderia levar você comigo no meu bolso", eu ria enquanto eu tentava encontrar meu bolso.
"Nós deveríamos ter cortado a bebida dela depois que a guacamole acabou, ela nunca mais terá permissão para beber de novo se não houver mais comida", ela murmurou quando ela me arrastou até os últimos degraus.
"Não fale sobre mim como se eu não estivesse aqui", queixei-me, tirando o meu casaco e, puxando minha camisa junto.
"Ok Shelby, mas não vamos ficar peladas aqui no corredor hein?" Rose atirou de volta, pegando as chaves da minha bolsa e abrindo a minha porta.
Tentei beijar Rose na bochecha, e ela me empurrou.
"Você cheira a tequila e repressão sexual Bella, me solta", ela riu e abriu a minha porta.
Quando fizemos o nosso caminho de volta para o quarto, avistei Clive no peitoril da janela.
"Ei você aí Clive. Como está meu grande menino?" Eu cantei para ele. Ele olhou para mim, e se afastou em direção a sala. Ele desaprovou o meu consumo de álcool. Eu dei língua para ele, e fiz meu caminho de volta para o quarto. Eu desabei sobre a cama, e avistei as minhas meninas
na porta. Elas estavam rolando os olhos de um jeito você-está-bebada-e-nós-não-então-te-julgamos.
"Não ajam todas superiores e poderosas senhoras, eu vi vocês beberem mais do que isso em muitas ocasiões", eu murmurei, minha calça foi no caminho da minha blusa. Pergunte-me como eu me mantive em meus calcanhares, eu nunca serei capaz de lhes dizer.
As duas se apoderaram de ambos os lados do meu edredom, e puxaram-no para baixo. Eu fiquei debaixo das cobertas e olhei para elas, espiando de volta para fora. Elas me cobriram tão bem que o que estava ressaltando eram meus olhos e meu cabelo bagunçado.
"Porque esse quarto está girando, o que diabos vocês fizeram com o apartamento da Esme? Ela vai me matar se eu ferrar seu apartamento alugado!" Eu chorei, gemendo enquanto eu observava o movimento em torno do quarto.
"O quarto não está girando Swan, sossegue," Alice riu, sentando ao meu lado e atirando um braço em volta do meu ombro.
"E essas batidas, que porra são essas batidas?" Sussurrei na axila de Alice, que eu cheirei e depois elogiei a escolha do desodorante.
"Nada tem nada batendo. Jesus, você deve ter começado a beber antes de chegarmos lá!" Rose exclamou, se sentando no final da cama.
"Não Rose, estou aqui também. Você não consegue ouvir?" Alice disse em voz baixa.
Rose estava calma e nós três ouvimos tão cuidadosamente como podíamos. Houve uma batida distinta e, em seguida um gemido inconfundível.
"A gatinha está de volta. Vocês estão prestes a conhecer o Bate Parede," eu disse, e me coloquei de volta contra os travesseiros.
Os olhos de Rose e Alice cresceram de largura na minha declaração, mas ficamos quietas.
Seria a Surrada? Seria Purina? Antecipando a última, Clive havia andado pelo quarto e pulado na cama. Ele estava olhando para a parede, com extrema atenção.
Nós quatro nos sentamos e esperamos.
Eu mal posso descrever ao que nos submetemos neste momento.
"Oh Deus..."
Thump.
"Oh Deus..."
Thump Thump.
Alice e Rose olharam para Clive e eu. Nós dois apenas sorrimos.
Um sorriso lento apareceu no rosto de Rose quando ela percebeu o que estávamos ouvindo.
Eu estava mais interessada no que eu ouvia da voz que vinha através da parede. A voz era diferente, o tom era mais baixo, e o sotaque era diferente.
Essa não era Surrada ou Purina...
"Olá tutor, me dê esse seu pau!"
Huh??
"O Senhor te ama meu bem!"
Ah caramba... era britânica.
"Gordon Bennett!* Você é muito bom!"
* Uma exclamação britânica de confusão. Eles dizem isso quando desejam expressar surpresa, incredulidade, ou exasperação.
Não, não era uma greve, ela era Londrina*.
*Cockney, natural de Londres, londrino.
Nós três ficamos quietas até que ouvimos a imoralidade acontecendo ao lado. Clive, percebendo rapidamente que sua amada não estava fazendo uma aparição, bateu em retirada apressado de volta para a cozinha.
"Que diabos é isso?" Alice sussurrou, os olhos tão grandes como tortas de maçã.
"Esta é a merda que eu tenho escutado nas últimas duas noites, vocês não tem idéia", eu rosnei, ainda sentindo os efeitos da tequila.
"Eliza Doolittle* está se acabando assim nas ultimas duas noites?" Rose gritou, batendo a mão sobre sua boca quando ouvimos mais palavras indecifráveis através da parede.
*Nome do personagem do filme Minha Bela Dama de 1964. O filme conta a história de Eliza Doolittle, uma mendiga que vende flores pelas ruas escuras de Londres em busca de uns trocados. Em uma dessas rotineiras noites, Eliza conhece um culto professor de fonética Henry Higgins e sua incrível capacidade de descobrir muito sobre as pessoas apenas através de seus sotaques. Quando ouve o horrível sotaque de Eliza, aposta com o amigo Hugh Pickering, que é capaz de transformar uma simples vendedora de flores numa dama da alta sociedade, num espaço de seis meses.
"Oh diabo, não, esta noite é a primeira dela, tive o prazer de estar em sua estréia. A primeira noite foi a Surrada, ela foi uma menina desobediente demais e precisava ser punida. E a noite passada Clive conheceu o amor da sua vida quando Purina fez sua estréia."
"Por que você a chama de Purina?"
"Porque ela fodidamente mia quando ele a faz gozar", disse eu, escondendo-me debaixo das cobertas. O zumbido estava começando a desaparecer, e eu estava começando a sentir a falta de sono que eu vinha experimentando desde que me mudei para este antro de devassidão.
As duas puxaram o cobertor do meu rosto quando a garota gritou "Dispare minha rolha!*"
*É uma expressão usada por cowboys em cima do touro. Como se estivesse incitando o animal. Em inglês seria ‘Pop my cork!’
"O cara ao lado pode fazer uma mulher miar?" Rose perguntou, levantando uma sobrancelha.
"Aparentemente sim," Eu ri, sentindo a primeira onda de náusea começar a passar por mim.
"O que ela está dizendo, alguém tem idéia do que ela está dizendo?" Alice perguntou ao quarto.
"Nenhum indício do caralho, apesar de eu assumir que ela está se divertindo. Quem é Gordon Bennett?" perguntou Rose.
"Você ainda não viu esse cara?" Alice perguntou, ainda olhando para a parede.
"Não. Meu olho mágico está começando a falhar, embora."
"Fico feliz em ver que pelo menos um orifício está recebendo algo por aqui", murmurou Rose, e eu olhei para ela.
"Encantada Rose, encantada. Eu vi a parte traseira de sua cabeça, e é isso aí", respondi, sentando-me.
"Uau, três meninas em poucas noites. Isso é algum tipo de resistência", disse Alice, ainda olhando com espanto para a parede.
"Pois bem, essa merda do Bate Parede está prestes a me fazer derrubar alguém se essa merda continuar. Eu não consigo nem dormir à noite!" Eu gemi enquanto eu ouvia os rosnados e gemidos dele.
"Por que você o chama de Bate Parede?" Rose perguntou, e eu levantei a minha mão.
"Espere por favor", eu disse, e então ele começou a arrastar a cama.
A parede começou a tremer com a bater constante, e os gritos da mulher estavam cada vez mais altos. Rose e Alice pareciam maravilhadas, enquanto eu apenas balançava minha cabeça.
Eu podia ouvir Edward gemendo, e sabia que ele estava chegando perto. Seus sons foram rapidamente abafados por sua amiga.
"É isso aí, me faça gozar tutor, não se segure? Bem ai, caramba sim, aí Eddie! Gordon Bennett é isso!"
E com um ultimo estrondo, e um último caramba, o silêncio caiu sobre a terra. Rose e Alice se entreolharam, e Rose disse:
"Santo..."
"Porra..." Alice respondeu.
"Merda", disseram elas em conjunto.
"E é por isso que o nome dele é Edward Bate Parede"
Enquanto nós três nos recuperamos da Londrina*, Clive se jogou no canto como uma bola de algodão.
Londrina, eu acho que te odeio mais do que tudo...
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Capítulo 3 - Uma Celebração
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às 18:59
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