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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Capitulo 28

Thomas seguiu Newt em seu caminho apressadamente através
das escadas para sair de Homestead para a luz brilhante da tarde. Nenhum
dos dois disse uma palavra por um tempo. Para Thomas, as coisas pareciam
piorar e piorar.
- Faminto, Tommy? - Perguntou Newt quando saíram.
Thomas não podia acreditar na pergunta. - Com fome? Eu sinto
que vou vomitar depois do que eu acabo de ver ... Não, eu não estou com
fome.
Newt apenas sorriu. - Bem, eu estou, shank (trolha). Vamos
encontrar algumas sobras do almoço. Precisamos conversar.
- De alguma forma, sabia que você iria dizer algo assim. - Não
importa o que fizesse, Thomas estava envolvido mais e mais nos assuntos da
clareira. E de alguma forma esperava estar.
Eles foram direto para a cozinha, onde, apesar das queixas
constantes de Frypan, pode desfrutar de snacks de queijo e vegetais crus.
Thomas não poderia ignorar a maneira que o encarregado dos
cozinheiros passava por ele o olhando estranho e como os olhos do
cozinheiro desviavam dos dele no momento em que Thomas lhe devolvia o
olhar.
Algo lhe dizia que esse tipo de tratamento seria norma a partir de
agora. Por alguma razão, ele era diferente das outras crianças na clareira.
Sentia como se ele tivesse vivido uma vida inteira desde que
acordou com a memória apagada, mas só ficou lá uma semana. Os rapazes
decidiram pegar os seus lanches e comer fora, e poucos minutos depois
encontraram-se contra a parede ocidental, observando-se as muitas
atividades de trabalho que passava através da clareira, com as costas
encostadas na hera espessa.
Thomas foi obrigado a comer, como as coisas estavam indo, devia
se assegurar de estar forte o suficiente para lidar com o que viesse depois.
- Você já viu isso,acontecer antes?
Thomas perguntou depois de uns minutos.
Newt olhou para ele, de repente, seu rosto ficara sombrio de
repente.
- O que fez Alby? Não. Nunca.
Além disso, ninguém jamais tentou nos dizer que eles se
lembravam de sua transformação. Eles sempre se recusaram a fazê-lo. Mas
Alby tentou ... e deve ser porque ele ficou louco por um tempo.
Thomas parou no meio de uma mordida.
Poderia os habitantes por trás do labirinto controlar eles de alguma
maneira? Era um pensamento assustador.
- Temos que encontrar Gally, disse Newt, mordendo um pedaço de
cenoura, mudando o assunto. O desgraçado se foi e se escondeu em algum
lugar.
Assim que terminar de comer, vou encontrar aquele fodido e
colocá-lo na prisão.
- Sério? -Thomas não pôde deixar de sentir um tiro de puro deleite
no pensamento. Ele mesmo se sentiria muito feliz de fechar a porta e jogar
a chave fora.
- Esse shank (trolha) ameaçou matá-lo, e agora temos de assegurar
muito bem que isso nunca mais se repita. Esse Shuk-face vai pagar um alto
preço por isso... e tem sorte de nós não o expulsarmos. Recorda o que eu te
disse sobre a ordem.
- Sim, a única preocupação de Thomas era que Gally só o odiaria
mais por ter sido colocado na cadeia. Eu não me importo, ele pensou. Eu
não tenho medo desse tipo.
- É assim que se fala Tommy, disse Newt. Estarás comigo o resto
do dia... temos de resolver algumas coisas.
Amanhã, no Slammer (Amansador). Então você ficará com
Minho, e quero que você fique longe dos outros por um tempo. Entendido?
Thomas se sentia mais do que feliz em obedecer a isso. Ficar mais
do que qualquer coisa soou, como uma grande ideia. - Soa bonito. Então
Minho me treinará?
- Isso mesmo... você é um runner agora. Minho vai te ensinar.
Sobre o labirinto, os mapas, tudo. Há um monte de coisas para
aprender. E eu espero que você se esforce o máximo.
Thomas ficou surpreso ao sentir que a ideia de entrar no labirinto
de novo, já não lhe desse tanto medo. Ele decidiu fazer o que Newt dizia,
esperando manter sua mente fora das outras coisas. No fundo, ele esperava
sair da clareira tão rápido quanto fosse possível.
Evitar outras pessoas seria seu novo objetivo na vida. Os garotos
ficaram em silêncio, terminando o almoço, até que Newt finalmente chegou
ao tema que realmente queria falar. Virou e olhou para Thomas.
-Thomas- Começou. Eu preciso que você aceite algo. Nós ouvimos
muitas vezes para negá-lo agora, e é hora de discutir o assunto.
Thomas sabia o que estava por vir, mas estava assustado. Com
medo das palavras.
- Gally disse. Alby disse. Ben também, Newt disse. A menina,
depois que nós quando a tiramos para fora da caixa, ela disse. - Ele fez uma
pausa, esperando que talvez Thomas se perguntasse o que ele queria dizer.
Mas Thomas já sabia.
- Todo mundo disse que as coisas mudariam.
Newt desviou o olhar para ele por um momento, então olhou de
volta. - É verdade.
Gally, Alby e Ben disseram que te viram, em suas memórias, depois
da transformação... e pelo que sei, você não estava plantando flores ou
ajudando velhinhas a atravessar a rua. Segundo Gally, há algo ruim em
você, e ele quer te matar.
- Newt, eu não... -Thomas começou, mas Newt não o deixou
terminar.
- Eu sei que você não lembra de nada, Thomas! Vamos dizer. Não
voltemos a dizer outra vez. Nenhum de nós pode se lembrar de nada, e
estamos cansados de tentar nos lembrar. O ponto é que há algo diferente
em você, e é hora de descobrir o que é.
Thomas ficou assolado por uma onda de raiva. - Bem, então como
podemos fazer?
- Eu quero saber quem eu sou, tanto quanto qualquer um de vocês.
- Obviamente. - Preciso que abra a sua mente. Que seja honesto, se
algo, qualquer coisa, lhe parecer familiar.
- Nada... - Thomas começou, mas se deteve. Tanta coisa tinha
acontecido desde que tinha chegado, que houvera quase esquecido quão
familiar na clareira se sentiu na primeira noite dormindo perto de Chuck.
Como se sentiu confortável e em casa. Era muito diferente do
terror havia experimentado.
- Eu posso ver como as engrenagens estão funcionando... Newt
disse calmamente.
- Fale.
Thomas hesitou, temendo as consequências do que estava prestes a
dizer. Mas estava cansado de manter segredos. - Bem... Eu não posso falar
sobre nada em particular. Ele falou de forma particularmente lenta e
cuidadosa. Mas sentia como se estivesse estado aqui antes... antes quando
eu acordei na caixa. Olhou para Newt, esperando ver reconhecimento de
algum tipo em seus olhos. Alguns de vocês passaram por isso?
Mas o rosto de Newt permaneceu em branco. Simplesmente rolou
os olhos.
- Sim, ou não, disse Tommy. A maioria de nós passou uma semana
sujando nossas calças e arrancando os olhos.
- Sim, bem,- Thomas fez uma pausa, de repente, irritado e
envergonhado. O que significa tudo isso? - Ele era diferente dos outros de
alguma maneira? Havia algo de errado com ele?
Tudo parecia familiar... e eu sabia que queria ser um runner.
- Isso é interessante, Newt examinou-o por um segundo, sem
esconder a sua óbvia suspeita. Bem, continua procurando.
Esforça a sua mente, passe o teu tempo livre olhando nos seus
pensamentos e pensar sobre esse lugar. Cava dentro desse seu cérebro, e
procure. Tente, pelo bem de todos nós.
- Eu vou tentar. Thomas fechou os olhos, começou a olhar para a
escuridão de sua mente.
- Agora não, bobo,- Newt riu. Só queria dizer o que você deve
fazer a partir de hoje em diante. No seu tempo livre, durante as refeições,
quando você vai dormir de noite, enquanto caminhava ao redor, treinando,
no trabalho. Diga-me se alguma coisa remotamente te parecer familiar.
- Entendeu?
- Sim, entendi. - Thomas não pôde deixar de se preocupar em ter
jogado algumas bandeiras vermelhas para Newt, e que o garoto maior só
escondia a sua preocupação.
- Bem, disse Newt, parecendo quase demasiado agradável. Para
começar, será melhor ir ver alguém.
- Quem? Thomas perguntou, mas já sabia a resposta, logo que ele
falou. O terror o encheu novamente.
-Uma garota. Eu quero que você olhe até seus olhos sangrar, vê se
faz algo para acordar com esse seu cérebro. - Newt trouxe o lixo do almoço
e parou.
Então quero que você me diga todas e cada uma das palavras que
Alby te disse.
Thomas suspirou, depois se levantou. - Pois bem. - Ele não sabe se
poderia dizer toda a verdade sobre as alegações de Alby, sem mencionar
como se sentia sobre a menina. Parecia que não havia terminado de manter
segredos depois de tudo. Os garotos caminharam para o Homestead, onde a
menina ainda estava em coma. Thomas não pôde reprimir a sua
preocupação com o que Newt pensava. Ele se abriu com o garoto, e
realmente gostava de Newt. Se Newt o traísse agora, Thomas não saberia se
poderia lidar com isso.
- Se tudo mais falhar, disse Newt, interrompendo os pensamentos
de Thomas. Te enviaremos para os grievers, para que você possa passar pela
transformação. Precisamos de suas memórias. - Thomas deu uma risada
sarcástica com a ideia, mas Newt não estava sorrindo.
A menina parecia estar dormindo em paz, como se fosse despertar a
qualquer momento. Thomas quase esperava ver os restos do esqueleto de
uma pessoa, alguém à beira da morte.
Mas o peito da menina levantou-se e caía ainda mais com
incentivo, e sua pele estava cheia de cor. Um dos Med- Jacks - estava ali, o
pequeno, Thomas não conseguia lembrar seu nome, deixando cair água,na
boca da menina em coma, apenas algumas gotas de cada vez. Um prato e
uma tigela sobre a mesa noite mostravam o que restava de seu almoço: purê
de batata e sopa. Eles faziam todo o possível para mantê-la viva e saudável.
- Ei, Clint, disse Newt, soando confortável, como se ele tivesse
feito muitas visitas muitas vezes antes. Você está sobrevivendo?
- Sim, respondeu Clint. Ok, mas falou em seus sonhos o tempo
todo.
Achamos que você vai acordar em breve.
Thomas podia sentir os pelos dos braços ficarem arrepiados. Por
alguma razão, nunca tinha considerado seriamente a possibilidade de que a
menina pudesse acordar e estar bem. Que ela talvez fale com as pessoas.
Não tinha a menor ideia do porquê, mas de repente isso o fez
sentir-se nervoso.
- Você está escrevendo cada palavra que ele diz? - Perguntou Newt.
Sim- Clint concordou. - A maioria do que ela diz é impossível de entender.
Mas, sim,escrevemos.
Newt perguntou. - Dá-me um exemplo. - Bem, como você disse,
quando a levou para fora da caixa, sobre as coisas que vão mudar. Outras
coisas sobre os criadores e de como - tudo tem que terminar. - E, ahh... -
Clint olhou para Thomas, como se não estivesse disposto a prosseguir na
sua presença.
- Ok, ele pode ouvir tudo o que ouço.
- disse Newt.
- Bem... Eu não posso compreender tudo ainda, mas...- Clint
olhou Thomas novamente.
Ela continua dizendo o seu nome repetidas vezes.
Thomas quase desmoronou ao ouvir isso.
Será que as referências a ele nunca iriam acabar? Como ele
conhecia esta menina? Era como uma coceira desesperada dentro do crânio
que não queria ir.
- Obrigado, Clint, disse Newt, no que soou para Thomas como
uma óbvia redundância.
Mantenha um relatório de tudo isso, ok?
- Eu farei. - O Med-Jack acenou para os dois e saiu da habitação.
Puxe uma cadeira, Newt disse enquanto ele se sentou na beirada da
cama.
Thomas, aliviado que Newt ainda não lhe jogara acusações, assume
a presidência ambiente de trabalho e a colocou perto ,onde estava da cabeça
da menina, ele se sentou, inclinando-se para olhar para seu rosto.
- Alguma coisa que lhe parece familiar? - Perguntou Newt. -
Qualquer coisa?
Thomas não respondeu, apenas ficou olhando para ela, disposto a
quebrar a barreira em sua mente que reprimia a sua memória, e olhando
para esta menina na frente dele. Pensou sobre esse tempo, em que ela havia
aberto os olhos logo após o de ter sido retirada da caixa. Eles eram azuis,
uma cor mais profunda do que os olhos qualquer outra pessoa que podia se
lembrar de ter visto antes. Tentou imaginar aqueles olhos olhando para ele
agora, enquanto seu rosto dormia, misturando as duas imagens em sua
mente. Seus cabelos negros, pele branca perfeita, seus lábios carnudos...
Enquanto ele a olhava, ele percebeu mais uma vez como realmente
ela era bonita. Um reconhecimento tiquetaqueou brevemente em um canto
de sua mente... uma ondulação de asas em um canto escuro, sem ser visto,
mas que estava ali Durou apenas um instante antes de desaparecer no
abismo da outras memórias esquecidas. Mas ele sentia alguma coisa.- Eu a
conheço, sussurrou, inclinando-se para trás na cadeira. Se sentia bem ao
finalmente admiti-lo em voz alta.
Newt parou. - O quê? Quem é ela?
- Eu não tenho ideia. Mas algo estalou em minha mente... Eu a
conheço de algum lugar.
-Thomas esfregou os olhos, frustrado por não ser capaz de
solidificar essa ligação.
- Bem, continuou pensando... não o perca. Concentre-se.
- Esse intento, então cale a boca.
Thomas fechou os olhos, procurando a escuridão de seus
pensamentos, buscando o rosto da menina nessa lacuna. Quem é ela? A
ironia da pergunta o feriu: nem sequer sabia quem ele era. Ele se inclinou a
frente na cadeira e respirou fundo, depois olhou para Newt, sacudindo a
cabeça em sinal de rendição. Eu só não posso...
- Teresa.
Thomas levantou-se, puxando a cadeira para trás, girando em
círculo, procurando. Eu tinha ouvido falar...
- O que está errado? - Perguntou Newt.
Você se lembra ?
Thomas o ignorou, e olhou ao redor da habitação em confusão,
sabendo que tinha ouvido uma voz, em seguida, olhou a menina.
-Eu... Ele se sentou novamente e se inclinou para frente, olhando
para o rosto da menina. Newt, Você disse alguma coisa antes de eu parar?
-Não.
Claro que não. - Ah. Só pensei que eu ouvi algo... não sei. Talvez
estivesse na minha cabeça.
- Ela disse alguma coisa?
- Será que ela? - Perguntou Newt, seus olhos brilharam. - Não. -
Por que? - O que você ouviu?
Thomas estava com medo de admitir isso. - Eu... eu juro que ouvi
um nome: Teresa.
- Teresa? Não, eu não ouvi isso. Ele deve ter fugido de sua barreira
de memória!
É o nome dela, Tommy. Teresa. Tem de ser.
Thomas se sentia...estranho e desconfortável, como algo se
sobrenatural acabasse de acontecer.
- Foi... Eu juro que ouvi. Mas em minha mente, homem. Não
posso explicar.
- Thomas.
Desta vez, ele saltou de sua cadeira e afastou-se mas que podia da
cama, tirando a lâmpada que repousava sobre a mesa, aterrizando sobre o
vidro quebrado.
Uma voz. A voz de uma menina. Sussurrando doce, confiante. Ele
tinha a ouvido falar.
Ele sabia que tinha ouvido.
- Que diabos está acontecendo com você? Perguntou Newt.
O coração de Thomas disparou. Sua pulsação é sentida como
golpes no crânio.
Tinha ácido no estômago fervendo. - É ... ela está falando comigo.
Na minha cabeça. Acaba de me dizer o meu nome!
- O quê?
- Eu juro! - O mundo girava em torno dele, apertando, esmagando
sua cabeça.
- Eu ouvi a sua voz na minha cabeça ou algo assim... não é
realmente uma voz...
- Tommy, senta seu rabo na cadeira. Que diabos você está falando?
- Newt, estou falando sério. É... não é realmente uma palavra...
mas...
Tom, nós somos os últimos. Acabe em breve. Isso tem que acabar.
As palavras ecoaram em sua mente, tocou-lhe as orelhas, ele podia
ouvi-las.
Mas não soava como se vindo do quarto, de fora do seu corpo. Eles
vieram, literalmente em todos os aspectos, de dentro de sua mente.
Tom, não me engana de novo.
Ele colocou as mãos sobre as orelhas, apertando os olhos com força.
Era muito estranho que ele não conseguia entender o que estava
acontecendo.
Minhas memórias já estão começando a evaporar, Tom. Eu já não
me lembrava muito quando acordei. Podemos passar nos testes.
Isso tem que acabar. Eles me mandaram como um gatilho, como
um disparador, um desencadeador.
Thomas não podia suportar isso, ignorando as perguntas de Newt,
tropeçou em seu caminho até a porta e abriu-a, deu um passo no corredor, e
correu. Abaixou escadas em frente à porta principal e apenas correu. Mas
não fez nada para calar a voz.
Tudo vai mudar, disse.
Queria gritar, correr até que pudessem correr mais. Ele saiu pela
porta do leste e correu para fora da clareira. Ele continuou correndo,
corredor após corredor, entrando mais e mais nas profundezas do coração
do labirinto, com ou sem regras. Mas mesmo assim não podia escapar da
voz.
Éramos você e eu, Tom. Nós fizemos isso pra eles. E nós fizemos
isso a nós mesmos.

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