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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Capitulo 29


Thomas não parou até que a voz se deteve completamente. Ele
ficou surpreso quando percebeu que levou uma hora correndo, a sombra das
paredes corriam para leste, e logo o sol ia se por, iriam
fechar os portões. Teria que voltar.
Só então compreendeu que, sem pensar sobre como ele sabia onde
estava e em que hora. Seus instintos estavam fortes. Teria que voltar. Mas
não sabia se poderia enfrentá-lo novamente.
A voz em sua cabeça. Todas as coisas estranhas, ele disse. Não
tinha escolha. Negar a verdade não serviria de nada. Apesar de mal, e
estranho, que era a invasão a sua mente, poderíamos ganhar uma reunião
com os grievers todos os dias.
Durante a corrida em direção a clareira, aprendeu muitas coisas
sobre ele mesmo. Deliberadamente ou sem dar-se conta, imaginou o
caminho fora do labirinto, enquanto escapava da voz.
Em nenhuma ocasião duvidou de seu regresso, virando à esquerda e
à direita e que atravessa os longos corredores na direção oposta de onde
vieram. Sabia o que significava. Minho estava certo. Logo, Thomas seria o
melhor runner.
A segunda coisa que havia aprendido de si mesmo, como se a noite
no labirinto já não o houvesse provado, era que seu corpo estava em boa
forma. Só um dia antes havia esgotado toda a sua força, encontrava-se com
os pés doloridos e a cabeça. Ele se recuperou rapidamente, e agora corria
sem o menor esforço, apesar de ele estar terminando sua segunda hora. Não
era necessário ser um gênio em matemática para calcular a sua velocidade e
tempo combinado significava que ele teria corrido uma meia maratona,
quando chegou a clareira. Nunca prestou a atenção para a verdadeira
dimensão do labirinto. Milhas e milhas e milhas.
Com paredes que sempre se moviam todas as noites, finalmente
compreendeu porque o labirinto, era muito difícil de resolver. Ele hesitou
até agora, se perguntou como os runners poderiam ser tão ineptos. Correu à
frente, à esquerda e à direita, para frente e para a frente. Para quando cruzar
o limiar da clareira, os portões estavam a apenas alguns minutos para fechar.
Cansado, ele foi direto para à Deadhead, foi para o bosque, até que
chegou ao ponto onde se encontravam as árvores contra o canto sudoeste.
Mais do que tudo, queria estar sozinho. Quando ele só conseguia
ouvir o som das conversas distantes dos habitantes da clareira, assim como
ecos distantes, seu desejo foi concedido, encontrou a união de duas paredes
gigantes e desmoronou em um canto para descansar. Ninguém veio, nada o
molestava. O portão sul eventualmente se fechou a noite, ele se inclinou em
para frente em direção até que ele se deteve completamente. Minutos
depois, pousou para trás confortavelmente contra a parede de pedra e
adormeceu.
Na manhã seguinte, alguém delicadamente o acordou.
- Thomas, acorda. - Era Chuck, o garoto parecia ser capaz de
encontrá-lo onde quer que fosse.
Bocejando, Thomas se inclinou para frente, pressionando suas
costas e braços.
Alguns cobertores foram colocados sobre ele durante a noite,
alguém fingindo ser a Mãe da clareira.
- Que horas são? Ele perguntou.
- Você está quase atrasado para o almoço. Chuck puxou os seus
braços.
Venha, levante-se.
Você precisa agir normal caso contrário as coisas piorarão.
Os acontecimentos da noite passada invadiram a mente de
Thomas, e sentiu o estômago afundar.. Que farão comigo? Pensou. As
coisas que ela disse. Algo sobre ela e eu fazendo isto. Pra nós.
- O que significa isso? Então lhe veio a mente que talvez eu
estivesse louco. Talvez o stress do labirinto havia me enlouquecido.
No entanto, apenas tinha ouvido a voz em sua cabeça. Ninguém
sabia as coisas estranhas que Teresa disse-lhe, ou de quais o acusou. Nem
sabia ela havia dito o nome dele. Bem, ninguém, exceto por Newt. E eles
manteriam assim.
As coisas já estavam ruins, não havia nenhuma maneira pior do que
dizer aos habitantes que ele ouvia vozes. O único problema era Newt.
Thomas teria que encontrar maneira de convencê-lo de que o estresse
tomou conta dele e que uma boa noite de sono resolveria tudo.
Eu não sou louco, Thomas disse a si mesmo. Certamente não era.
Chuck e eu estava olhando as sobrancelhas levantadas.
- Desculpe, disse para Thomas enquanto parava, atuando o mais
normal quanto possível - Só estava pensando. Venha, eu estou morrendo
de fome.
- Que bom,- disse Chuck, dando-lhe um tapa nas costas.
- Eles foram para Homestead, com Chuck falando o caminho todo.
Embora Thomas não se queixasse, ele estava mais perto do normal
do que eu estava.
-Newt te encontrou na noite passada e disse a todos para que te
deixasse dormir. E nos disse que o Conselho decidiu sobre você, um dia na
cela, e logo Você entraria no programa de treinamento para os runners.
Alguns shank (trolhas) se queixaram, outros aplaudiram, e a
maioria agiu como se não se importasse. Na minha opinião, isso é ótimo.
Chuck fez uma pausa para respirar e depois continuou.
Na primeira noite, quando você estava se gabando de ser um runner
e toda essa merda, eu estava rindo por dentro. Fiquei pensando, pra esse
estúpido espera uma grande decepção. Mas você me mostrou que eu estava
errado, né?
Thomas não queria falar sobre isso.
- Eu apenas fiz o que qualquer um teria feito. Não é minha culpa
que o Minho e Newt queriam que eu fosse um runner.
- Sim, claro. Pare de ser tão modesto.
Ser um runner era a última coisa que Thomas tinha em mente.
Como ele não conseguia parar de pensar era em Teresa, a voz em sua
cabeça, o que ela dissera.
- Eu acho que estou um pouco animado. - Thomas forçou um
sorriso, embora ele fazia uma careta diante da ideia de estar no Slammer
(Amansador) sozinho o dia todo antes de começar.
- Vamos ver como você se sente depois de correr até vomitar seus
intestinos.
Enfim, só para você saber o velho Chucky está orgulhoso de você.
Thomas sorriu com o entusiasmo de seu amigo. - Se você fosse
minha mãe - Thomas murmurou. A vida é seria uma cadela, - Minha mãe,
pensou ele. O mundo parecia escurecer por um momento, ele não conseguia
sequer lembrar da sua própria mãe.
Ele empurrou o pensamento de volta pra trás antes que aquilo o
consumisse.
Eles vieram até a cozinha e tomaram um rápido café da manhã,
segurando duas cadeiras vazias na enorme mesa interior. Cada habitante da
clareira, que entrava e saía dava para Thomas uma olhada fixa, alguns se
aproximavam e ofereciam parabéns.
Com exceção de alguns de olhares sujos aqui e ali, mais a maioria
parecia estar do seu lado. Então ele lembrou Gally.
- Ei, Chuck, disse ele depois de comer um pedaço grande de ovo,
tentando soar casual. Encontraram Gally?
-Não. Ia te dizer, alguém disse que ele correria para dentro do
labirinto depois que saísse da reunião. Não tem sido visto desde então.
Thomas deixou cair o garfo, não sabendo o que era esperado ou
desejado. Entretanto, a notícia o surpreendeu. - O quê? - Você está falando
sério? Ele entrou no labirinto?
- Sim. Todo mundo sabia que ele estava louco, alguns shank
(trolhas) inclusive vão te acusar de ter matado quando você ontem saiu
correndo.
- Eu não posso acreditar...- Thomas olhou para o prato, tentando
entender porque Gally, tinha feito isso.
- Não se preocupe amigo. Ninguém queria, exceto uns poucos
comparsas shank (trolhas).
Eles são os únicos que estavam te acusando e tudo.
Thomas não conseguia acreditar como Chuck estava falando de
uma forma tão casual. - Você sabe, cara, provavelmente ele está morto.
Você está falando como se ele tivesse ido passar férias.
Um olhar contemplativo se formou em Chuck. Eu não acho que ele
está morto.
- Hã? Então onde está? Só Minho e eu tínhamos sobrevivido uma
noite lá?
- Isso é o que estou dizendo. Eu acho que seus amigos o
esconderam na clareira em algum lugar. Gally era um idiota, mas é
impossível que tenha sido suficientemente estúpido para ficar lá fora no
labirinto a noite toda. Como você.
Thomas negou com a cabeça. - Talvez isso é só porque ele ficou lá
fora. Eu queria provar que eu podia fazer. Aquele garoto me odeia. - Uma
pausa.- Odiava.
- Bem, sei lá. Chuck deu de ombros como se estivesse discutindo
sobre o que comer no café da manhã. Se ele está morto, então vocês
provavelmente o encontraram em algum ponto. Se não, vai sentir fome e vai
aparecer para comer. Eu não me importo.
Thomas pegou o prato e levou-a para o balcão. - Tudo que eu
quero é um dia normal, um dia pra relaxar.
- Então, seu maldito desejo está concedido, disse uma voz vindo da
porta da cozinha atrás dele.
Thomas se virou para ver onde Newt estava, sorrindo. Aquele
sorriso enviou uma onda de alívio através de Thomas, como se houvesse
descoberto que o mundo estava bem novamente.
- Vamos lá, presidiário chato -disse Newt. Você pode relaxar
quando passar pelo Slammer (Amansador). Venha.
Chucky vai te levar algum alimento de noite.
Thomas assentiu com a cabeça em direção à porta. Com Newt o
guiando pelo caminho.
De repente, um dia na prisão parecia excelente. Um dia apenas para
se sentar e relaxar. Embora algo lhe dizia que tinha uma boa chance de que
Gally lhe levasse flores, antes de passar um dia na clareira sem que nada de
estranho acontecesse.

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