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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Capitulo 8




O alarme finalmente parou, depois de tocar durante dois minutos
completos.
Uma multidão se reuniu no pátio ao redor das portas de aço através
das quais Thomas ficara surpreso ao saber que tinha acabado de chegar no
dia anterior.. Ontem? Pensou... Realmente foi ontem?
Alguém tocou-lhe no cotovelo, então se virou para ver Chuck do
seu lado novamente.
- Como você está, shank (trolha)?
Questionou Chuck.
- Estou bem, agora mais do que nunca, ele estivesse mais longe da
verdade.
Ele apontou para a portas da caixa. Porque todo mundo está tão
nervoso? Não foi assim, quando todos vocês chegaram aqui?
Chuck deu de ombros. Eu não sei... Eu acho que sempre tem sido
muito irregular. Um por mês, todos os meses, no mesmo dia. Talvez quem
quer que esteja no comando, percebeu que foi senão um puta de um grande
erro ter te mandado, e mandou um outro alguém para te substituir. - Ele
deu uma gargalhada quando cutucou Thomas nas costelas, era uma
gargalhada que inexplicavelmente veio a calhar ainda mais em Thomas.
Thomas lançou um olhar em seu novo amigo de irritação. - Você é
irritante. - É sério.
- Sim, mas somos amigos agora, certo?
- Chuck ria o tempo todo como uma espécie de grunhido
estridente.
- Parece que você não me deixa muita escolha nisso. - Mas a
verdade é que precisava de um amigo, e Chuck parecia apropriado.
O garoto cruzou os braços, parecendo muito satisfeito. - Eu estou
contente que nós sejamos amigos, Greenie (Fedelho).
Todo mundo precisa de um parceiro aqui.
Thomas agarrou Chuck pelo pescoço, brincando com ele. - Bem,
companheiro, em seguida, pode me chamar pelo meu nome. Thomas. Ou
eu vou te jogar no buraco depois que a caixa ir. - Isso provocou um
pensamento em sua mente quando ele soltou Chuck. Espere um minuto,
vocês já...?
- Sim já tentamos. - Chuck o interrompeu antes que Thomas
pudesse terminar.
- Tentaram o quê?
- Descer na caixa depois dela fazer uma entrega, disse Chuck. Não
vontade. Não vá para baixo até que esteja completamente vazia. Thomas
lembrou quando Alby havia dito isso antes. - Eu sei, mas que tal...?
- Já tentamos.
Thomas teve que suprimir um gemido … e tornou-se um tanto
irritante. - Cara, é difícil falar com você. Tentaram o quê?
Atravessar o buraco depois de a caixa descer. Não podemos. As
portas se abrem, mas só há vazio, escuridão, o nada. Nenhuma corda,
nenhum cabo, nada.
Nada se pode fazer.
Como pode ser isso? - E que tal...?
- Já tentamos.
Thomas gemeu neste momento. - Tudo bem, o quê?
- Nós jogamos algumas coisas no buraco.
Nunca ouvimos elas baterem no solo.
Caem e caem durante um longo tempo.
Thomas fez uma pausa antes de responder, não querendo ser
interrompido novamente. - Quem é você? Um leitor de mentes? Ele puxou
o sarcasmo tanto quanto pode, no Comentário.
- Sou simplesmente brilhante, e isso é tudo. Chuck disse piscando
um dos olhos.
Chuck nunca, pisque para mim novamente. -Thomas disse com
um sorriso. Chuck era um pouco chato, mas havia algo nele que faziam as
coisas parecerem menos terríveis.
Thomas respirou fundo e olhou para a multidão ao redor do
buraco. Então, quanto tempo demora para chegar a entrega?
- Geralmente, leva cerca de meia hora após o alarme. -Thomas
pensou por um segundo. Deve haver algo que não haviam tentado. Você
tem certeza sobre o buraco? Alguma vez você já...? Ele fez uma pausa,
esperando pela interrupção mas nenhuma veio. Alguma vez você já
tentaram fazer uma corda?
- Sim, eles tentaram com um cipó feito com hera. A mais longa que
poderiam fazer. Vamos apenas dizer que que a pequena experiência não
terminou nada bem. - O que você quer dizer? - E agora?
Thomas pensou.
- Eu não estava aqui, mas eu ouvi que o cara que tinha acabado de
se ofereceu para fazer isso desceu cerca de dez metros quando algo voou
através do ar e cortou ele ao meio.
- O quê? - Thomas riu. Não acreditava nisso nem por um segundo.
- Oh, sim, um cara inteligente? Eu vi os ossos do tipo. Estavam
cortados ao meio como se tivesse sido uma faca na manteiga. Eles os
colocaram em um ataúde para lembrar os habitantes para que não fossem
tão estúpidos.
Thomas esperou que Chuck começasse a rir ou sorrir, pensando
que tinha de ser uma piada... Quem nunca tinha ouvido falar de alguém
sendo cortado pela metade? Mas nunca o riso veio.
- Você está falando sério?
Chuck só ficou olhando. - Eu não estou mentindo, Greenie
(Fedelho)... quer dizer, Thomas. Venha vamos abordá-los e ver quem sabe
sobre isso.
E eu não posso acreditar que apenas você tenha que ser o Grennie
por um dia.
Enquanto caminhavam, Thomas fez uma pergunta que não tinha feito
ainda. - Como você sabe que não são só boatos ou algo assim?
-O alarme não toca quando isso acontece, disse Chuck
simplesmente - Os suprimentos sobem ao mesmo tempo a cada semana.
- Ei, olhe.
-Chuck parou e apontou para alguém na multidão. Era Gally,
olhando para eles.
Olha isso, disse Chuck. Ele realmente não te ama, cara.
- Sim, disse Thomas. Eu já tinha notado. - E o sentimento era
mútuo.
Chuck cutucou Thomas e retomou sua caminhada em direção à
borda da multidão, então, esperaram em silêncio,quaisquer perguntas feitas
por parte de Thomas,haviam sido esquecidas. Tinha perdido a vontade de
falar depois de ver Gally.
Mas Chuck aparentemente não. - Por que você não vá perguntar a
ele,qual é o problema? Ele perguntou, tentando soar rude.
Thomas se considerava bastante corajoso, mas pareceu, no
momento ser a pior ideia da história. - Bem, para começar, ele tem muitos
mais aliados que eu. Não é uma boa pessoa com quem se possa brigar.
- Sim, mas você é mais esperto. E eu aposto que você também é
mais rápido.
- Você pode ganhar dele e todos os seus companheiros.
Um dos garotos que estava diante deles, olharam para trás por cima
do ombro, com a raiva atravessando seu rosto.
Deve ser um dos amigos de Gally, Thomas pensou. - Ei você pode
fechar a boca?
Chuck assobiou.
Uma porta se fechou detrás deles, Thomas se virou para ver Alby e
Newt saindo de Homestead. Ambos pareciam exaustos. Ver eles, nesse
momento trouxe Ben de volta à sua mente, junto com a horrível imagem
dele se contorcendo na cama.
Chuck, me diga o que é esse negócio de transformação ? O que eles
estão fazendo lá com aquele pobre garoto o Ben ?
Chuck deu de ombros. Eu não sei os detalhes. Os grievers
(verdugos) te fazem coisas ruins, fazem todo o seu corpo passar por algo
terrível. Quando terminam, você fica … diferente. Thomas percebeu sua
chance de finalmente conseguir uma resposta sólida. - Diferente? O que
você quer dizer? E o que isso tem a ver com os grievers (verdugos)? É isso o
que Gally entende por ser - ferroado- ?
- Shhh. Chuck segurou um dedo frente a sua boca.
Thomas quase berrou de frustração, mas ficou em silêncio. Era de
se esperar que Chuck o dissesse mais tarde, ele querendo ou não. Alby e
Newt haviam alcançado a multidão haviam corrido na frente parando em
frente do portão principal que levava para a caixa. Todo mundo se acalmou
e pela primeira vez, Thomas notou o som do aumento do arrasto do
elevador(A caixa) subindo, lembrá-lo de sua própria jornada de pesadelos
no dia anterior. A tristeza o cobriu, quase como se estivesse revivendo
aqueles poucos minutos terríveis e acordar no escuro depois da perda de
memória. Ele sentia pena de quem fosse o novo garoto, que teria que passar
pelas mesmas coisas.
Um estranho som abafado anunciou que o elevador tinha chegado.
Thomas olhou para a frente em como Newt e Alby tomavam suas posições
em lados opostos das portas de metal em frente... e abriu apenas uma fresta
no meio do metal quadrado. simples ganchos de mão foram colocados em
ambos os lados, e juntos eles abriram. Com um som estridente, os portões
foram abertos, e uma lufada de pó de pedra ao redor subiu no ar.
Silêncio total caiu sobre os habitantes da clareira. Enquanto Newt
se inclinava para obter uma melhor visão do interior da caixa, devaneios de
como o balir de uma cabra ecoou do outro lado do pátio. Thomas inclinouse
até onde ele pode, na esperança de obter um vislumbre do recémchegado.
Com um safanão, Newt se lançou para trás novamente para uma
posição vertical, e seu rosto mostrou confusão. - Merda...- ele sussurrou,
olhando em torno de nada em particular.
Até então, Alby tinha conseguido uma visão muito boa também, e
mostrou uma reação semelhante. - Não pode ser, ele murmurou, quase em
transe.
Um coro de perguntas enchiam o ar quando todos começaram a se
inclinar para para a frente a olhar através da pequena abertura. O que eles
estão vendo lá? Se perguntou Thomas. O que eles estão vendo? Ele sentiu
uma pequena lasca de medo semelhante ao que havia experimentado
naquela manhã, quando ele deu um passo para janela para ver o griever
(verdugo).
- Espere! Alby exclamou, calando todos. Apenas esperem!
- Bem, o que há de errado? Alguém gritou.
Alby se deteve. - Dois novos em dois dias, disse ele, quase num
sussurro. Agora isso.
Por dois anos, nada de diferente, e agora isso... - Então, por alguma
razão, ele olhou diretamente para Thomas. O que está acontecendo aqui,
Greenie (Fedelho)?
Thomas olhou para trás, confuso, seu rosto ficando vermelho e
brilhante, e as suas entranhas se revolvendo. - Como é que eu vou saber?
- Por que vocês simplesmente não nos dizem que inferno tem ai
dentro, Alby? Gritou Gally. Houve mais murmúrios e uma onda de
habitantes estava empurrando-os para a frente.
- Calem-se! Alby gritou. Diga Newt.
Newt olhou para a caixa novamente, e em seguida, se dirigiu à multidão
seriamente. - É uma menina, disse ele.
Todo mundo começou a falar imediatamente, Thomas apenas
entendia pedaços aqui e ali.
- Uma menina?
- Como o senhor vê?
- Qual a idade?
Thomas estava se afogando num mar de confusão. Uma menina?
Ele não tinha sequer pensado sobre o porquê de a clareira ter
apenas garotos e nenhuma menina.
Não teve a oportunidade de pensar, realmente. Quem é ela? Ele
perguntou.
- Por que...?
Newt fez sinal de silêncio novamente.
- E essa não é nem a maldita metade do assunto, ele disse depois
apontou para o piso da caixa.
Eu acho que ela está morta.
Um par de rapazes pegou algumas cordas feitas de cipó de hera, e
Alby e Newt a baixaram para a caixa para poder recuperar o corpo da
menina. Um humor de golpe reservado tinha caído sobre a maioria dos
habitantes do clareira, que se agrupavam com rostos sombrios, chutando
pedras soltas e não diziam muito sobre o que acontecia. Ninguém queria
admitir que mal podiam esperar para ver a menina, mas Thomas assumiu
que todos estavam igualmente curiosos sobre o que era. Gally era um dos
caras que segurava as cordas, pronto para levantar a menina, Newt e em
seguida Alby para a puxar da caixa. Thomas olhou de perto. Seus olhos
estavam cheios com algo obscuro... quase como um fascínio mórbido. Era
algo que fez com que Thomas, de repente se sentisse mais assustado do que
tinha sentido minutos antes.
Do fundo do túnel veio a voz de Alby gritando que eles estavam
prontos, e Gally e um par dos outros garotos começaram a puxar a corda.
Poucos grunhidos mais tarde, o corpo da menina era levado em
toda a borda da porta para o colocar em um dos blocos de pedra que
formam o assoalho da clareira. Todo mundo correu imediatamente para a
frente, formando uma multidão em torno dela, uma excitação estava
pairando e era palpável no ar. Mas Thomas permaneceu atrás. O silêncio
misterioso lhe deu arrepios, como se tivessem acabado de abrir um túmulo.
Apesar de sua própria curiosidade, Thomas não se preocupou em
tentar forçar a sua entrada através da multidão para conseguir um olhar, a
multidão se espremia muito. Mas ele a tinha visto antes de ter a visão
bloqueada. Era magra, mas não muito pequena. Talvez ela tivesse 1 metro e
meio de altura, mas como ele poderia adivinhar?
Parecia ter quinze ou dezesseis anos de idade, e seu cabelo era
preto. Mas o que realmente se destacou nela era sua pele: pálida, branca
como pérola.
Alby Newt e saíram da caixa depois dela, em seguida, abriram
caminho para o corpo da menina, com a multidão se reagrupando detrás
deles, cortando a vista de Thomas. Apenas alguns segundos depois, o grupo
se separou novamente, e Newt apontava diretamente para Thomas.
- Greenie (Fedelho), venha aqui, disse ele, sem se preocupar em ser
educado com ele.
O coração de Thomas saltou de sua garganta, suas mãos
começaram a suar.
Pra que precisavam dele? As coisas simplesmente começariam a
piorar e piorar. Foi forçado a seguir andando, tentando parecer inocente,
sem agir como alguém que fosse culpado e tentando parecer inocente. Oh,
acalme-se, ele disse. Você não fez nada de errado. Mas tinha a estranha
sensação de que talvez ele o tivesse feito sem perceber.
Os caras que formavam caminho até Newt, e para menina olhavam
para ele enquanto caminhava em direção dela, como se ele fosse responsável
pela bagunça com o labirinto,a clareira e os grievers (verdugos). Thomas se
recusou a fazer contato visual com qualquer um deles, com medo de parecer
culpado.
Ele se aproximou de Newt e Alby, que estavam ajoelhados ao lado
da menina.
Thomas, não querendo encontrar seus olhares, se concentrou nela,
apesar de sua palidez ela era muito bonita. Mais do que bonita. Era linda.
Cabelo sedoso, pele impecável, lábios perfeitos, pernas longas. Ele se sentiu
um doente por pensar assim sobre uma menina morta, mas não podia
desviar o olhar. Não será assim por um longo tempo pensou, sentiu uma
agitação no meu estômago. Ela começará a apodrecer rapidamente.
Ele ficou surpreso ao ter tal pensamento mórbido.
- Você conhece esta menina, Shunk? Alby-perguntou, quebrando o
silêncio pesado.
Thomas ficou abalado com a pergunta. - Se eu a conheço ? Claro
que não.
- Não conheço ninguém. Exceto vocês.
- Isso não é...- Alby começou, então, se levantou com um suspiro
de frustração.
- Quero dizer, se te parece familiar.
- Você tem alguma sensação de já te la visto antes?
-Não. Nada. Thomas mudou o seu olhar para seus pés, depois
novamente para a menina.
Alby franziu a testa. - Você tem certeza? - Olhou como se não
acreditasse em uma só palavra do que Thomas dizia, e parecia irritado.
- Como ele pode pensar que eu tenho algo a ver com isso? Thomas
pensou.
Encontrou o olhar fixo de Alby e disse da única maneira que podia
dizer. - Sim.
- Por quê?
- Droga, murmurou Alby, olhando para a garota novamente. Não
pode ser uma coincidência. Dois dias, dois novos, um vivo, uma morta.
Então as palavras de Alby começaram a fazer sentido e o pânico
eclodiu em Thomas. - Você não acha que eu...- ele não pode nem mesmo
terminar a frase.
- Fique tranquilo, Greenie (Fedelho), disse Newt. Nós não estamos
dizendo que você a matou.
A mente de Thomas estava girando. Ele tinha certeza de que nunca
a tinha visto antes... mas em seguida, uma pequena insinuação de dúvida
arrastava em sua mente. - Eu juro ela não me parece familiar em nada, ele
disse. Havia tido acusações suficientes.
- Você não...?
Antes que Newt pudesse terminar, a menina se moveu e ficou
sentada. Ele sentiu um alivio enorme, os olhos dela se abriram e piscavam,
olhando a multidão ao redor que a cercava.
Alby gritou e caiu para trás. Newt engasgou e pulou, dando um passo para
longe dela.
Thomas não se moveu, o seu olhar estava fixo na garota, paralisado
pelo medo.
Seus olhos azuis brilhando e olhando para lá e para cá, tendo
respirações profundas. Os lábios rosados tremiam quando ela dizia algo
baixinho entre os dentes uma e outra vez, de uma forma que era
indecifrável. Então disse uma frase, com sua voz rouca e tempestuosa, mas
clara.
- Tudo vai mudar agora.
Thomas olhou para ela fixamente quando os olhos da menina
olharam para cima, quando ela caiu no solo. Sua mão direita se moveu no ar
quando ela caiu, permanecendo rígida, depois disso, apontava para o céu.
Segurava firmemente um pedaço de papel amassado.
Thomas tentou se mexer, mas sua boca estava demasiado seca.
Newt correu para frente e abriu os dedos da menina, pegando o papel. Com
as mãos trêmulas, o abriu, em seguida, caiu de joelhos, deixando a nota no
chão. Thomas veio por trás dele para poder ver.
Estavam rabiscadas no papel em grandes e letras negras e havia no
papel cinco palavras escritas:
Ela é a última.
Nunca.

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