Entrar no Tribunal foi uma das experiências mais surreais da minha vida – e não apenas porque eu era a acusada. Eu ficava me lembrando do julgamento de Victor, e a ideia de que agora eu estava no lugar dele era simplesmente estranha demais pra compreender.
Entrar com um grupo de guarduiões fez as pessoas encararem – e acredite em mim, tinham muitas pessoas ali – então, naturalmente, eu não me encolhi ou pareci envergonhada. Eu andei com confiança, minha cabeça alta. De novo, eu tive aquele estranho flashback de Victor. Ele também tinha entrada confiante, e eu fiquei surpresa por alguém que tinha cometido os crimes que ele cometeu, se comportar desse jeito. Essas pessoas estavam pensando a mesma coisa sobre mim?
Na frente do tribunal estava sentada uma mulher que eu não reconheci. Entre os Moroi, o juiz entra normalmente um advogado que fora designado para a posição para a audiência ou algo assim. O julgamento em si – pelo menos um grande, como o de Victor – era presidido pela rainha. Era ela quem dava a decisão final. Aqui, os
membros do Conselho que decidiram até se eu chegaria a esse ponto. O julgamento torna oficial. É quando eles dão o veredicto e a punição.
Minha escolta me levou para um assento bem na frente, passando das barras que separavam os jogadores principais da audiência, e apontou para que eu fosse sentar num lugar perto de um Moroi de meia idade vestido com um terno preto muito formal O terno gritava, desculpe que rainha está morta, e eu vou continuar sendo fashion enquanto mostro meu pesar. Seu cabelo era de um loiro pálido, mostrando levemente os primeiros sinais de cabelos grisalhos. De alguma forma, ele fazia parecer bem. Eu presumi que esse era Damon Tarus, meu advogado, mas ela não disse uma palavra para mim. 27 mai ?Rafaela?
Mikhail também estava sentado ao meu lado, e eu fiquei feliz por eles escolherem ela a ser aquele que, literalmente, não iria sair do meu lado. Olhando pra trás, eu vi Daniella e Nathan Ivashkov sentados com outros Moroi da alta realeza e seus familiares. Adrian tinha escolhido não se juntar a eles. Eles estava sentado bem no fundo, com Lissa, Christian, e Eddie. Todos os seus rostos estavam cheios de preocupação.
O juiz – uma Moroi velha com cabelos grisalhos, parecia que ainda podia arrasar – chamou a atenção de todos, e eu virei para a encarar de frente. O Conselho estava entrando, e ela os anunciou um por um. Dois bancos tinham sido arranjados para eles, duas fileiras de seis com um décimo terceiro com as costas levantadas. É claro, só 11 dos lugares foram preenchidos, e eu tentei não fazer uma careta. Lissa deveria estar sentada ali.
Quando o Conselho se ajeitou, a juíza virou para nós encarar e falou numa voz que ecoou pelo lugar. “Essa audiência agora está em sessão, no qual determinaremos se existe evidências o bastante para – “
Uma intensa movimentação perto da porta cortou ela, e a platéia virou seus pescoços para ver o que estava acontecendo.
“O que é essa perturbação?” a juíza exigiu saber.
Um dos guardiões tinha deixado a porta parcialmente aberta e estava inclinado para fora, aparentemente conversando com quem quer que fosse que estava no corredor. Ele entrou no tribunal. “O advogado da acusada está aqui, Excelência.”
O juiz olhou para Damon e eu e ele demos um franzido para o guardião. “Ela já tem advogado.”
O guardião deu de ombros e parecia comicamente sem saber o que fazer. Se tivesse um Strigoi ali, ele saberia o que fazer. Uma bizarra interrupção de protocolo estava além das habilidades dele. A juíza suspirou.
“Tudo bem. Mande entrar quem quer que seja que está aí e vamos resolver isso.”
Abe entrou.
“Oh pelo amor de Deus,” eu disse em voz alta. 27 mai ?Rafaela?
Eu não tive que me xingar por falar sem ser chamado porque um barulho de conversa imediatamente encheu o tribunal. Meu palpite era porque metade daquelas pessoas conheciam Abe e sua reputação. A outra metade provavelmente só estava surpresa com seu aparecimento.
Ele usava um terno cinza de cashmere, consideravelmente mais leve que o preto de Damon. Por baixo havia uma camisa que era de um branco tão brilhante, que parecia brilhar – particularmente contrastando com a brilhante gravata vermelha de seda que ele usava. Outros pontos vermelhos se espalhavam por usa roupa – um lenço no bolso, broches de rubi. Naturalmente, não era tão bem feita quanto a roupa cara de Damon. Mas Abe não parecia estar de luto. Ele nem parecia que estava vindo para um julgamento. Era mais como se ele tivesse sido interrompido enquanto ia para uma festa. E, é claro, ele usava seus brincos dourados e barba preta.
A juíza silenciou o tribunal com o movimento de uma mão e ele foi até ela.
“Ibrahim Mazur,‟ ela disse, com um balanço de cabeça. Havia, igualmente, surpresa e desaprovação em sua voz. “Isso é... inesperado.”
Abe deu uma galanteadora reverencia. “É adorável ver você de novo, Paula. Você não envelheceu nada.”
“Não estamos no country clube, Sr. Mazur,” ela informou a ele. “E enquanto estivermos aqui, você vai se dirigir a mim por meu título apropriado.”
“Ah. Certo.” Ele piscou. “Minhas desculpas, Excelência.” Virando, ele olhou ao redor até que seus olhos pairaram em mim. “Ali está ela. Desculpe por atrasar isso. Vamos começar.”
Damon levantou. “O que é isso? Quem é você? Em sou advogado dela.”
Abe balançou a cabeça. “Deve ter havido algum engano. Eu demorei um tempo para conseguir um voo pra cá, então posso entender porque vocês apontariam um advogado comunitário.”
“Advogado comunitário!” O rosto de Damon ficou vermelho de indignação. “Eu sou um dos advogados mais renomados entre os Moroi americanos.” 27 mai ?Rafaela?
“Renomado, comunitário.” Abe encolheu os ombros e se recostou. “Eu não julgo. Sem trocadilhos.”
“Sr. Mazur,” interrompeu a juíza, “você é advogado?”
“Sou muitas coisas Paula, - Excelência. Além do mais, importa? Ela só precisa de alguém para falar por ela.”
“E ela tem alguém,” exclamou Damon. “Eu”.
“Não mais,” disse Abe, seu temperamento ainda muito agradável. Ele nunca parou de sorrir, mas pensei ter visto um brilho perigoso em seus olhos que assustava tantos dos seus inimigos. Ele era o mar de paciência, enquanto Damon parecia que estava pronto para ter um ataque cardíaco.
“Excelência – “
“Chega!” ela disse naquela voz resoluta dela. “Deixe a garota escolher.” Ela fixou seus olhos castanhos em mim. “Quem você quer que fale por você?”
“Eu...” Minha boca se abriu pela velocidade em que as atenções passaram pra mim. Eu estive observando o drama entre os dois
como se fosse uma partida de tênis, e agora a bola tinha me batido na cabeça.
“Rose.”
Assustada, eu virei levemente. Daniella Ivashkov tinha aparecido atrás de mim. “Rose,” ela sussurrou de novo,” você não faz ideia de quem aquele cara Mazur é.” Oh, eu não fazia? “Você não vai querer nada com ele. Damon é o melhpr. Ele não é fácil de se conseguir.”
Ela voltou para seu assento, e eu olhei para o rosto dos meus dois advogados em potencial. Eu entendi o que Daniella quis dizer. Adrian tinha a convencido a conseguir Damon pra mim, e ela teve que convencer Damon a fazer isso. Rejeitá-lo seria um insulto a ela, e considerando que ela era uma dos únicos Moroi que tinha sido gentil comigo em minha relação com Adrian, eu certamente não queria merecer seu desgosto. Além do mais, se isso era uma armadilha feita pelo pessoal da realeza, ter um deles ao meu lado provavelmente era minha melhor chance de escapar. 27 mai ?Rafaela?
E ainda sim... ali estava Abe, olhando para mim com aquele sorriso inteligente dele. Ele certamente era muito bom em fazer as coisas do seu jeito, mas muito disso era conquistado com a força de sua presença e reputação. Se realmente houvesse alguma prova absurda contra mim, a atitude de Abe não seria o bastante para fazer isso sumir. É claro, ele também era manhoso. A serpente. Ele podia fazer o impossível acontecer; ele certamente ia cobrar muitos favores por mim.
Isso, no entanto, não mudava o fato de que ele não era um advogado.
Por outro lado, ele era meu pai.
Ele era meu pai, e embora nós ainda mal nos conhecêssemos, ele passou por muitos problemas para chegar aqui e passear com seu terno cinza para me defender. Era o amor paterno tomando conta? Ele era tão bom como advogado? E no fim do dia, era verdade que o sangue é mais grosso que água? Eu não sabia. Eu não gostava desse ditado. Talvez funcionasse com humanos, mas não fazia sentido com os vampiros.
De qualquer forma, Abe me encarava com olhos castanhos intensos quase idênticos aos meus. Confie em mim, ele parecia dizer. Mas eu podia? Eu podia confiar na minha família? Eu teria confiado em minha mãe se ela estivesse aqui – e eu sabia que ela confiava em Abe.
Eu suspirei e gesticulei em direção dele. “Eu fico com ele.” Em voz baixa, eu acrescentei, “não me decepcione, Zmey.”
O sorriso de Abe cresceu enquanto exclamações de choque enchiam a platéia, e Damon protestou em ultraje. Daniella pode ter persuadido ele a fazer isso desde o inicio, mas agora esse caso tinha se tornado uma questão de orgulho pra ele. A reputação dele tinha acabado de ser manchada por eu tê-lo rejeitado.
Mas eu fiz minha escolha, e a exasperada juíza não ia ouvir mais nada sobre isso. Ela mandou Damon emobra, e Abe foi pro seu lugar. A juíza começou com o discurso padrão, explicando porque estavamos aqui, etc, etc. Enquanto ela falava, eu me inclinei em direção de Abe.
“No que você me meteu?” eu assoviei pra ele.
“Eu? No que você se meteu? Eu não podia só ter que ir te buscar na delegacia por beber, como a maioria dos pais?”
Eu estava começando a entender porque as pessoas se irritavam quando eu fazia piadas em situações perigosas.
“A porra do meu futuro está em jogo! Eles vão me mandar pra julgamento e me condenar!”
Cada traço de humor ou alegria desapareceu do rosto dele. A expressão dele ficou dura, e séria. Um calafrio passou pela minha espinha.
“Isso,” ele disse devagar, numa voz chata, “é algo que eu juro pra você, nunca vai acontecer.”
A juiza voltou sua atenção de volta pra nós, e para a promotora, uma mulher chamada Iris Kane. Não era um nome da realeza, mas ela ainda parecia bem dura. Talvez isso fosse uma coisa dos advogados.
Antes das evidencias contra mim serem apresentados, o assassinato da rainha também foi descrito com detalhes. Como ela tinha sido encontrada, essa manhça, em sua cama com uma estaca em seu coração com um olhar de profundo horror e choque em seu rosto. Havia sangue em toda parte: na sua camisola, nos lençóis, na sua pele... as fotos mostradas para todos, dispararam uma variedade de reações. Ofegos de surpresa. Mais medo e pânico. E alguns...algumas pessoas choravam. Algumas daquelas lágrimas eram sem dúvida por causa de toda terrível situação, mas eu acho que muitos choraram porque eles amavam ou gostavam de Tatiana. Ela era fria e dura as vezes, mas na maior parte, o reinado dela tinha sido pacifico.
Depois das fotos, eles me chamaram. Essa audiência não funcionava da mesma forma que um julgamento normal. Não havia contraditório enquanto os advogados interrogavam as testemunhas. Eles apenas se revezavam em fazer perguntas enquanto a juiza mantinha a ordem.
“Srta. Hathaway,” começou Iris, deixando de lado meu título. “Que horas você voltou para o seu quarto ontem a noite?” 27 mai ?Rafaela?
“Eu não sei a hora exata...” eu me concentrei nela e em Abe, não no mar de rostos que estava lá. “Perto das 5 da manha, eu acho. Talvez 6.”
“Tinha alguém com você?”
“Não, bem – sim. Mais tarde.” Oh, Deus. Aqui vai. “Um, Adrian Ivashkov me visitou.”
“Que horas ele chegou?” perguntou Abe.
“Não tenho certeza disso também. Algumas horas depois que eu voltei, eu acho.”
Abe voltou seu encantador sorriso para Iris, que estava mexendo em alguns papéis. “O assassinato da rainha foi estipulado entre as 7 e 8 da manhã. Rose não estava sozinha – é claro, precisaríamos que o Sr. Ivashkov testemunhasse isso.”
Meus olhos foram brevemente para platéia. Daniella parecia pálida. Isso era um pesadelo: Adrian se envolver. Olhando mais pra trás, eu vi o próprio Adrian parecer calmo. Eu realmente esperava que ele não estivesse bêbado.
Iris ergueu um pedaço de papel triunfante. “Temos um testemunho assinado de um zelador que diz que o Sr. Ivashkov chegou no prédio aproximadamente as 9:20.”
“Isso é bem especifico,” disse Abe. Ele soava divertido, como se ela tivesse dito algo fofo. “Você tem alguém na recepção pra confirmar isso?”
“Não,” Iris disse friamente. “Mas isso é o bastante. O zelador lembra porque ele estava presentes a tirar uma folga. A Srta. Hathaway estava sozinha quando o assassinato ocorreu. Ela não tem um álibi.”
“Bem,” disse Abe, “pelo menos de acordo com alguns dos seus fatos questionáveis.”
Mas nada mais foi dito sobre a hora. A prova foi para os registros oficiais, e eu respirei fundo. Eu não tinha gostado da linha de interrogatório, mas eu estava esperando, baseado na conversa que ouvi via Lissa. O negócio de não ter álibis não era bom, mas eu meio que partilhava o entendimento de Abe. O que eles tinham até agora não parecia ser forte o bastante para me mandar pra julgamento. Além do mais, eles não me perguntaram mais nada sobre Adrian, o que eu deixei fora disso. 27 mai ?Rafaela?
“A próxima prova,” disse Iris. Havia um ar de triunfo no rosto dela. Ela sabia que o negócio sobre a hora era bom, mas o que quer que fosse que estava por vir, ela achava que era ouro.
Mas na verdade, era prata. Uma estaca de prata.
Deus me ajude, ela tinha uma estaca de plástico numa embalagem de plástico. Ela brilhava na luz incandescente – a não se a ponta. Ela era escura. Com sangue.
“Essa é a estaca usada para matar a rainha,” declarou Iris. “A estaca da Srta. Hathaway.”
Abe riu. “Oh, qual é. Guardiões ganham estacas o tempo todo. Eles tem um enorme suprimento idêntico.”
Iris ignorou ele e olhou para mim. “Onde está sua estaca agora?”
Eu franzi. “No meu quarto.”
Ela virou e olhou para a multidão. “Guardião Stone?”
Um dhampir alto com um bigode preto se ergueu da multidão. “Sim?”
“Você realizou a busca nos pertences e quarto da Srta. Hathaway, correto?”
Eu ofeguei em ultrage. “Você revisto meu – “
Um olhar profundo de Abe me silenciou.
“Correto,” disse o guardião.
“E você encontrou alguma estaca de prata?” perguntou Iris.
“Não.”
Ela se voltou pra nós, ainda sorrindo, mas Abe pareceu achar essa nova prova ainda mais ridícula que a última. “Isso não prova nada. Ela pode ter perdido a estaca sem saber.”
“Perdido no coração da rainha?”
“Srta. Kane,” avisou a juíza.
“Minhas desculpas, Excelência,” disse Iris suavemente. Ela virou pra mim. “Srta. Hathaway, tem algo especial em relação a sua estaca? Algo que a torne distinta das outras?”
“S-sim.”
“Você pode descrever o que é?”
Eu engoli. Eu tinha um mal pressentimento em relação a isso. “Ela tem um padrão perto da ponta. Um tipo de design geométrico.”
Guardiões as vezes mandam gravar coisas. Eu achei aquela estaca na Sibéria e a guardei. Bem, na verdade, Dimitri me mandou ela de volta depois que eu perdi ela em seu peito. 27 mai ?Rafaela?
Iris foi até o Conselho e mostrou o saco para que cada um deles pudesse ver. Voltando até mim, ela me mostrou. “Esse é o padrão? Sua estaca?”
Eu encarei. De fato era. Minha boca se abriu, pronta pra dizer sim, mas então eu vi o olhar de Abe. Claramente, ele não podia falar diretamente comigo, mas ele mandava muitas mensagens através do seu olhar. O mais foi para tomar cuidado, seja esperta. O que uma pessoa esperta como Abe faria?
“Ela... ela parece similar ao design da minha,” eu disse finalmente. “Mas não sei dizer com certeza se é a mesma.” O sorriso de Abe me disse que eu tinha respondido corretamente.
“É claro que você não pode,” Iris disse, como se ela não esperasse nada diferente. Ela entregou o saco para um dos funcionários. “Mas agora que o Conselho viu que esse design bate com a descrição dela e é provavelmente sua estaca, eu gostaria de apontar que nosso teste se revelou” – ela ergueu mais papeis, a vitória em seu rosto – “que suas digitais estão nela.”
Ali estava, o maior ponto. A “dura evidência.”
“Alguma outra digital?” perguntou a juíza.
“Não, Excelência. Só a dela.”
“Isso não significa nada,” disse Abe dando de ombros. Eu tinha a sensação que se eu ficasse parada ali e de repente confessasse o assassinato, ele alegaria ser uma evidencia dúbia. “Alguem rouba a estaca dela e usa luvas. As digitais dela estariam ali porque é dela.”
“Isso está ficando um pouco cansativo, não acha?” perguntou Iris.
“A evidência ainda está cheia de buracos,” ele protestou. “É isso que é cansativo. Como ela pode ter entrado no quarto da rainha? Como ela passou pelos guardas?”
“Bem,” respondeu Iris, “essas seriam perguntas melhor exploradas no julgamento, mas considerando o extenso registro da Srta. Hathaway de invadir lugares, assim como várias marcas de indisciplina, eu não duvido que ela tenha encontrando várias formas de entrar.”
“Você não tem provas,” disse Abe. “Nenhuma teoria.” 27 mai ?Rafaela?
“Não precisamos,” disse Iris. “Não aqui. Temos mais que o bastante para ir a julgamento, não temos? Eu quero dizer, nem chegamos a parte em que incontáveis testemunhas ouviram a Srta. Hathaway dizer que para a rainha que ela iria se arrepender de ter feito a recente lei guardiã. Eu posso encontrar os transcritos se você quiser – sem mencionar os relatórios de outros „expressivo‟ comentário feito pela Srta. Hathaway em público.”
Uma memória voltou a minha mente, de ficar parada do lado de fora com Danielle enquanto eu estava brava – com outros vendo – sobre como a rainha não me compraria com uma designação. Não foi uma boa decisão de minha parte. Nem invadir a Death Watch ou dizer que não valia a pena proteger a rainha quando Lissa foi capturada. Eu dei a Iris muito material.
“Oh sim,” Iris continuou. “Também temos registros da rainha declarando sua extrema desaprovação ao envolvimento da Srta. Hathaway com Adrian Ivashkov, particularmente quando os dois fugiram.” Eu abri a boca pra falar, mas Abe me silenciou. “Existem incontáveis outros registros de Vossa Majestade e a Srta. Hathaway brigando em público. Você gostaria que eu encontrasse esses registros também, ou podemos votar pelo julgamento agora?”
Isso foi dirigido a juíza. Eu não tinha formação jurídica, mas a provas eram bem contundentes. Eu diria que definitivamente haviam motivos para me considerar suspeita pelo assassinato, só que...
“Excelência?” eu perguntei. Eu acho que ela estava pronta para fazer sua declaração. “Posso dizer algo?”
A juíza pensou nisso, e então deu de ombros. “Não vejo porque não. Estamos juntando todas as evidencias aqui.”
Oh, eu agir como freelancer não estava nos planos de Abe. Ele foi até o banco,esperando me impedir com um sábio conselho, mas ele não foi rápido o bastante. 27 mai ?Rafaela?
“Ok,” eu disse, esperando soar razoável e que eu não perdesse a calma. “Vocês apresentaram muitas coisas suspeitas aqui. Eu posso ver isso.” Abe parecia aflito. Não era uma expressão que eu tinha visto nele antes. Ele não perdia o controle da situação muito frequentemente. “Mas o problema é esse. É muito suspeito. Se eu fosse matar alguém, eu não seria tão idiota. Você acha que eu iria deixar minha estaca presa no peito dela? Você acha que não usuária luvas? Qual é. Isso é um insulto. Se eu sou tão habilidosa quanto você diz que meus registros dizem que eu sou, então porque eu faria isso desse jeito? Eu quero dizer, sério? Se eu fizesse isso, seria muito melhor. Vocês nunca nem iriam me considerar suspeita. Isso tudo é meio que um insulto a minha inteligência.”
“Rose- “ começou Abe, um tom perigoso em sua voz. Eu continuei. “Todas essas suas evidencias parecem tão dolorosamente obvias. Diabos, quem quer que tenha armado isso podia muito bem ter apontado uma flecha direto pra mim – e alguém armou isso, mas vocês são muito idiotas pra sequer considerar isso.” O volume da minha voz estava aumentando, e eu conscienemente fiz ela voltar ao volume normal. “Vocês querem uma resposta fácil. Uma resposta rápida. E vocês certamente querem alguém sem conexões, sem uma família poderosa pra protegê-lo...” Eu hesitei naquele momento, insegura de como classificar Abe. “Porque é assim que funciona. Foi assim que aconteceu com a lei da idade. Ninguém foi capaz de se levantar pelos dhampirs porque o maldito sistema não permite.”
Me ocorreu naquele momento que eu tinha ficado bem longe do assunto – e eu estava me fazendo parecer mais culpada por falar mal da lei da idade. Eu voltei ao assunto.
“Um, de qualquer forma, Excelência... o que estou tentando dizer é que as evidencias não deveriam ser o suficiente para me acusar ou me mandar pra julgamento. Eu não planejaria um assassinato dessa forma tão ruim.” 27 mai ?Rafaela?
“Obrigada, Srta. Hathaway,” disse a juíza. “Isso foi muito... informativo. Você pode se sentar enquanto o Conselho vota.”
Abe e eu voltamos pro nosso banco. “O que diabos você estava pensando?” ele sussurrou.
“Eu estava contando como é. Eu estava me defendendo.”
“Eu não iria tão longe.Você não é advogada.”
Eu dei a ele um olhar de lado. “Nem você, velho.”
A juiza pediu ao Conselho para votar se eles acreditavam que havia evidencias o bastante para me fazer uma suspeita viável e me mandar pra julgamento. Eles votar. Onze mãos levantaram. Bem assim, tinha terminado.
Atraves do nosso laço, eu senti o alarme de Lissa. Enquanto Abe e eu levantávamos para sair, eu olhei para a audiência, que estava começando a sair e zumbir com conversa sobre o que iria acontecer agora. Os olhos verdes dela estavam arregalados, seu rosto pálido. Ao lado dela, Adrian também parecia estressado, mas enquanto ele me olhava, eu podia ver amor e determinação irradiando dele. E no fundo, atrás de ambos...
Dimitri.
Eu nem sabia que ele estava lá. Os olhos dele estavam em mim também, negros e infinitos. Só que eu não conseguia ler o que ele estava sentindo. O rosto dele não demonstrava nada, mas havia algo em seus olhos... algo intenso e intimidador. A imagem dele pronto para derrubar um grupo de guardiões passou pela minha mente, e algo me disse que se eu pedisse, ele faria de novo. Ele lutaria para chegar até mim através desse tribunal e faria tudo ao seu alcance pra me resgatar. 27 mai ?Rafaela?
Uma batida em minha mão me distraiu dele. Abe e eu tinhamos nos dirigido pra saída, mas o corredor a nossa frente estava cheio de pessoas, nós fazendo parar. O toque contra minha mão era um pequeno pedaço de papel empurrando entre meus dedos. Olhando ao redor, eu vi Ambrose esperando perto do corredor, olhando direto pra frente. Eu queria perguntar o que estava acontecendo, mas algum instinto me manteve quieta. Vendo que a fila não estava andando, eu abri o papel apressadamente, mantendo ele fora da vista de Abe.
O papel era pequeno, escrito em uma letra elegante escrita por extenso que era quase impossível de ler.
Rose,
Se você está lendo isso, então algo terrível aconteceu. Você provavelmente me odeia, e eu não te culpo. Eu posso apenas pedir que você confie que, o que eu fiz com o decreto sobre a idade foi melhor do que outros tinham planejado. Tem alguns Moroi que querem forçar todos os dhampirs a servirem, quer queiram ou não, usando compulsão. O decreto de idade atrasou essa facção.
No entanto, eu te escrevo com um segredo que você deve acertar, e esse é um segredo que você deve partilhar com o mínimo de pessoas possíveis. Vasilisa precisa do seu lugar no Conselho, e isso pode ser feito. Ela não é a última Dragomir. Outro vive, o filho ilegítimo de Eric Dragomir. Eu não sei de mais nada, mas se você puder encontrar esse filho ou filha, você dará a Vasilisa o poder que ela merece. Não importa o quão faltoso e perigoso é seu temperamento, você é a única que eu sinto que pode cumprir essa tarefa. Não perca tempo em realizar-la.
-- Tatiana Ivashkov.
Eu encarei o pedaço de papel, sua escrita brilhando diante de mim, mas sua mensagem queimando em minha mente. Ela não é a ultima Dragomir. Outro vive. 27 mai ?Rafaela?
Se isso fosse verdade, se Lissa tivesse um meio irmão ou irmã... tudo mudaria. Ela poderia votar no Conselho. Ela não seria mais sozinha. Se isso fosse verdade. Se isso era de Tatiana. Qualquer um poderia assinar o nome dela num pedaço de papel. Isso não fazia ser real. Ainda sim, eu tremi, perturbada com a ideia de receber uma carta de uma mulher morta. Se eu me permitisse ver fantasmas ao nosso redor, Tatiana estaria ali, inquieta e vingativa? Eu não consegui me fazer baixar minhas proteções e olhar. Ainda não. Tinha que haver outras respostas. Ambrose tinha me entregue o bilhete. Eu precisava perguntar a ele...só que estávamos descendo o corredor de novo. Um guardião me levava.
“O que é isso?” perguntou Abe, sempre alerta e desconfiado.
Eu rapidamente dobrei o bilhete. “Nada.”
O olhar que ele me deu, me disse que ele não acreditava nisso. Eu me perguntei se eu deveria contar a ele. É um segredo que você deve partilhar com o mínimo de pessoas possível. Se ele era um dos
poucos, esse não era o lugar. Eu tentei distrair ele e tirar aquele olhar bobo que deveria estar no meu rosto. Esse bilhete era um enorme problema – mas não tão grande quanto o que eu estava enfrentando no momento.
“Você me disse que não iria a julgamento,”eu disse a Abe. Minha irritação de antes retornando. “Eu arrisquei com você!”
“Você não arriscou. Tarus não poderia ter te livrado também.”
A atitude tranqüila de Abe em relação a tudo isso me deixou com ainda mais raiva. “Você está dizendo que sabia que essa audiência era uma causa perdida desde o inicio?” Era o que Mikhail tinha dito também. Que bom ter tanta fé de todo mundo.
“Essa audiência não foi importante,” Abe disse evasivo. “O que acontece a seguir é.”
“E o que é, exatamente?”
Ele me deu um olhar negro e esperto de novo. “Nada com que você precise se preocupar ainda.” 27 mai ?Rafaela?
Um dos guardiões colocou uma mão no meu braço, me dizendo que eu precisava me mover. Eu resisti ao puxão dele e me inclinei em direção de Abe.
“O diabo que eu não tenho! É da minha vida que estamos falando,” eu exclamei.Eu sabia o que viria a seguir. Prisão até o julgamento. E então mais prisão se eu fosse condenada. “Isso é sério. Eu não quero ir a julgamento! Eu não quero passar o resto da minha vida em um lugar como Tarasov.”
O guardião empurrou com mais força, nós puxando pra frente, e Abe me deu um olhar penetrante que fez meu sangue ficar frio.
“Você não vai a julgamento. Você não vai para prisão,” ele assoviou, longe do campo de audição dos guardas. “Eu não vou permitir. Você entendeu?”
Eu balancei a cabeça, confusa com tanta coisa e sem saber o que fazer. “Até você tem limites, velho.”
O sorriso dele voltou. “Você ficaria surpresa. Além do mais, eles nem mandam traidores reais a prisão, Rose. Todo mundo sabe disso.”
Eu fiz uma careta. “Você está louco? É claro que mandam. O que mais você acha que eles fazem com traidores? Os libertam e dizem a eles pra não fazer de novo?”
“Não,” disse Abe, logo antes de se afastar. “Eles executam traidores.”
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Capitulo 27
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às 22:57
Marcadores: Academia de Vampiros, Laços do Espírito
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