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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capitulo 26

Talvez fosse algum tipo de senso de humor perturbado, mas eu acabei da cela – vaga – de Dimitri.

Eu tinha ido sem fazer barulho depois que o guardião leu minha acusação. Na verdade, eu fiquei em pasmada porque tanto do que ele tinha dito era impossível de processar. Eu nem conseguia chegar na parte sobre mim. Eu não conseguia sentir ultraje ou indignação pela acusação porque eu ainda estava presa na parte de Tatiana estar morta.

Não apenas morta. Assassinada.

Assassinada?

Como isso aconteceu? Como tinha acontecido aqui? Essa Corte era um dos lugares mais seguros do mundo, e Tatiana, em particular, sempre era guardada – pelo mesmo grupo que tinha atacado Dimitri e eu tão rapidamente. A não ser que ela deixasse a Corte – e eu tinha certeza que ela não tinha – nenhum Strigoi podia matar ela aqui. Com as constantes ameaças que enfrentamos, assassinato entre dhampis e Moroi quase não existia. Claro, acontecia. Era inevitável em qualquer sociedade, mas com a forma como a nossa era caçada, nós raramente tínhamos tempo para nós voltar uns contra os outros (fora as gritarias dos membros do Conselho). Esse era parte do motivo do porque Victor foi tão condenado. Seus crimes eram o máximo que as coisas poderiam ficar de ruins. 27 mai ?Rafaela?

Até agora.

Assim que superei a impossível ideia de Tatiana estar morta, eu fui capaz de fazer a verdadeira pergunta: porque eu? Porque eles estavam me acusando? Eu não era advogada, mas eu tinha certeza

que chamar alguém de hipócrita não era um evidenci forte num julgamento..

Eu tentei conseguir mais detalhes dos guardas do lado de fora da minha cela, mas eles permaneceram com o rosto duro e em silêncio. Depois de deixar minha voz rouca de tanto gritar, eu sentei na cama e fui pra mente de Lissa, onde eu certamente conseguiria mais informações.

Lissa estava frenética, tentando conseguir respostas com qualquer um que pudesse. Christian ainda estava com ela, e eles estavam dentro do foyer de um dos prédios administrativos, que estava muito movimentado. Tanto dhampirs quanto Moroi corriam pra todo lado, alguns assustados com essa nova instabilidade no governo e outros esperando tomar vantagem com ela. Lissa e Christian estavam parados no meio de tudo, como folhas varridas em na fúria de uma tempestade.

Embora Lissa agora fosse, tecnicamente, uma adulta, ela sempre esteve debaixo da asa de alguém mais velho na Corte – normalmente Priscilla Voda, e ocasionalmente até Tatiana. Nenhuma delas estava disponível agora, por motivos óbvios. Enquanto muitos da realeza a respeitavam, LIssa não tinha uma fonte a recorrer.

Vendo a agitação dela, Christian bateu sua mão. “Tia Tasha vai saber o que está acontecendo,” ele disse. “Ela vai aparecer mais cedo ou mais tarde. Você sabe que ela não vai deixar nada acontecer com Rose.”

Lissa sabia que havia uma certa incerteza naquela afirmação mas não disse nada. Tasha podia não querer que nada acontecesse comigo, mas ela certamente não era toda poderosa.

“Lissa!” 27 mai ?Rafaela?

A voz de Adrin vez Lissa e Christian virarem. Adrian tinha acabado de entrar, junto com sua mãe. Adrian parecia que tinha ido direto do meu quarto pra lá. Ele usava as roupas de ontem, levemente amassadas, e seu cabelo estava arrumado com nenhum pouco do cuidado normal. Em comparação, Daniella parecia arrumada e integra, a figura perfeita de uma mulher de negócios que não tinha perdido sua feminilidade.

Finalmente! Aqui estavam as pessoas que podiam ter respostas. Lissa correu até eles agradecida.

“Graças a Deus,” Lissa disse. “Ninguém nos diz o que aconteceu... só que a rainha está morta e Rose presa.” Lissa olhou para Daniella implorando. “Me diga que houve algum tipo de erro.”

Daniella deu tapinhas no ombro de Lissa e um olhar de conforto se pode, dadas as circunstancias. “Temo que não. Tatiana foi morta ontem a noite, e Rose é a principal suspeita.”

“Mas ela nunca faria isso!” exclamou Lissa.

Christian se juntou a ela em sua fúria. “Ela gritar com o Conselho aquele dia não é o bastante para condenar ela por assassinato.” Ah, Christian e eu tínhamos a mesma linha de pensamento. Era quase assustador. “Nem invadir a Death Watch.”

“Você tem razão. Não é o bastante,” concordou Daniella. “Mas também não a faz ficar bem. E aparentemente, eles tem outras evidencias que prova a culpa dela.”

“Que tipo de evidencias?‟ Lissa exigiu.

Daniella ficou apoplética. “Eu não sei. Isso ainda é parte da investigação. Eles vão ter uma audiência para mostrar a evidencia e questionar ela sobre seu paradeiro, possíveis motivos... esse tipo de coisa.” Ela olhou ao redor, para as pessoas correndo. “Se chegarem tão longe. Esse tipo de coisa... não acontece a séculos. O Conselho ganha absoluto controle até que um novo monarca seja eleito, mas ainda tem caos. As pessoas estão com medo. Eu não ficaria surpresa se o Conselho entrasse em lei marcial.” 27 mai ?Rafaela?

Christian virou para Lissa, esperança em seu rosto. “Você viu Rose ontem a noite? Ela estava com você?”

Lissa franziu. “Não. Eu acho que ela estava no quarto. A última vez que a vi foi onteontem.”

Daniella não pareceu contente com isso. “Isso não vai ajudar. Se ela estava sozinha, então ela não tem álibi.”

“Ela não estava sozinha.”

Três pares de olhos viraram na direção de Adrian. Era a primeira vez que ele falava desde que tinha chamado Lissa. Lissa não tinha se focado nele muito, o que significa eu também não tinha. Ela só observou sua aparência superficial quando ele chegou, mas agora ela podia ver os pequenos detalhes. Preocupação e estresse deixavam marcas, fazendo ele parecer mais velho do que era. Quando ela viu a aura dele, ela viu o dourado normal de um usuário de espírito, mas haviam outras cores enlameadas e tingidas com escuridão. Havia um vacilo ali também, um aviso da instabilidade do espírito assumindo controle. Isso tudo tinha acontecido rápido demais para ele reagir, mas eu suspeitava que ele ia para os cigarros e bebida assim que tivesse um momento livre. Era assim que Adrian lidava com esse tipo de coisa.

“O que você está dizendo?” Daniella perguntou prontamente.

Adrian deu de ombros. “Ela não estava sozinha. Eu fiquei com ela a noite toda.”

Lissa e Christian fizeram um bom trabalho em manter suas expressões neutras, mas o rosto de Daniella registrou choque por um pai ter que ouvir a vida sexual do seu filho. Adrian notou a reação dela também.

“Me poupe,” ele avisou. “Sua moral, suas opiniões.... nada importa agora.” Ele gesticulou em direção ao grupo de pessoas em pânico correndo, gritando sobre como Victor Dashkov certamente viria para Corte matá-los. Adrian balançou sua cabeça e voltou pra sua mãe. “Eu estava com Rose. Isso prova que ela não fez isso. Vamos lidar com sua desaprovação de mãe em relação a minha vida amorosa mais tarde.” 27 mai ?Rafaela?

“Não é isso que me preocupa! Se eles tiverem evidencias que você está envolvido com isso, eles podem te colocar sob suspeita também.” A compostura com a qual Daniella tinha entrado estava começando a se partir.

“Ela era minha tia,” gritou Adrian incrédulo. “Porque diabos Rose e eu iríamos matá-la?”

“Porque ela não aprovava o namoro de vocês. E porque Rose estava chateada com a lei da idade.” Isso veio de Christian. Lissa encarou, mas ele meramente deu de ombros. “O que? Só estou dizendo o óbvio. Alguém diria se não fosse eu. E todos ouvimos as histórias –

as pessoas tem inventado coisas que são extremas até pra Rose.” Um forte comentário de fato.

“Quando?” perguntou Daniella, agarrando a manga de Adrian. “Quando você esteve com Rose? Quando você foi até ela?”

“Eu não sei. Eu não lembro,” ele disse.

Ela apertou com mais força. “Adrian! Leve isso a sério. Isso vai fazer uma enorme diferença em como as coisas vão proceder. Se você chegou lá antes de Tatiana ser morta, então você não será ligado ao assassinato. Se você ficou com Rose depois – “

“Então ela tem um álibi,” ele interrompeu. “E não tem problema.”

“Eu espero que isso seja verdade,” murmurou Daniella. Os olhos dela não pareceram mais se focar nos meus amigos. As engrenagens na cabeça dela estavam girando, os pensamentos dela pulando a frente enquanto ela pensava na melhor forma de proteger seu filho. Eu era um caso infeliz pra ela. Ele era, compreensivelmente, um alerta vermelho. “Ainda vamos ter que te conseguir um advogado. Eu vou conversar com Damon. Eu tenho que achar ele antes da audiência hoje a noite. E Rufus vai ter que saber sobre isso também. Merda.” Adrian arqueou a sobrancelha ao ouvir isso, eu tinha a impressão que Lady Ivashkov não falava palavrões muito freqüentemente. “Temos que descobrir que horas você esteve lá.” 27 mai ?Rafaela?

O estresse de Adrian ainda o envolvia como uma capa, e parecia que ele podia cair se não encontrasse nicotina ou bebidas logo. Eu odeie ver ele assim, particularmente por minha causa. Havia força nele, sem dúvidas, mas sua natureza – e os efeitos do espírito – dificultavam pra ele lidar com isso. Ainda sim, apesar de sua agitação, ele conseguir pensar em algo para ajudar sua frenética mãe.

“Havia alguém no lobby do prédio quando eu cheguei... um faxineiro ou algo assim, eu acho. Mas ninguém na recepção.” A maioria dos prédios normalmente tem empregados caso haja uma emergência ou um porteiro.

O rosto de Daniella se iluminou. “É isso. É o que precisamos. Damon vai descobrir a hora que você foi lá para que possamos te livrar disso.”

“Então ele pode me defender se as coisas ficarem ruins?”

“É claro,” ela respondeu duramente.

“E quanto a Rose?”

“O que tem ela?”

Adrian ainda parecia pronto para se despedaçar, mas havia uma seriedade e foco em seus olhos. “Se você descobrir que Tia Tatiana foi morta antes deu estar lá, e Rose for jogada para os lobos sozinhos, Damon será advogado dela?”

A mãe dele desanimou. “Oh, bem, querido... Damon não faz esse tipo de coisa...”

“Ele fará se você pedir pra ele,” disse Adrian firmemente.

“Adrian,” ela disse duramente, “Você não sabe do que está falando. Eles dizem que as evidências contra ela são fortes. Se nossa família mostrar apoio – “

“Não é como se estivéssemos apoiando um assassino! Você conheceu Rose. Você gostou dela. Você pode me olhar nos olhos e dizer que não tem problemas para ela entrar com qualquer defesa tosca que eles derem pra ela? Você pode?” 27 mai ?Rafaela?

Daniella ficou branca, e eu juro, ela até recuou um pouco. Eu acho que ela não está acostumada a essa furiosa resolução de seu filho demônio. E embora as palavras dele fossem perfeitamente sãs, havia um tipo de desespero maluco em sua voz e atitude que era um pouco assustadora. Se era causada por espírito ou sua própria emoção, eu não sabia dizer.

“Eu... eu vou falar com Damon,‟ Daniella disse finalmente. Ela teve que engolir algumas vezes antes de conseguir falar.

Adrian respirou fundo e uma parte daquela fúria se foi. “Obrigado.”

Ela se afastou, desaparecendo na multidão deixando Adrian sozinho com Christian e Lissa. Os dois pareciam um pouco menos surpresos que Daniella.

“Damon Tarus?” Lissa supôs. Adrian acenou.

“Quem é esse?” perguntou Christian.

“O primo da minha mãe,” disse Adrian. “O advogado da família. Um verdadeiro tubarão. Meio desprezível também, mas ele pode tirar qualquer um de qualquer coisa.”

“Isso é algo, eu suponho,” disse Christian. “Mas ele é bom o bastante para brigar contra essa suposta evidencia?”

“Eu não sei. Eu não sei mesmo.” Adrian distraindamente pos a mão no bolso, o lugar normal dos cigarros, mas ele não tinha nenhum hoje. Ele suspirou. “Eu não sei qual é essa evidencia ou como Tia Tatiana sequer morreu. Tudo que ouvi é que eles encontraram ela morta essa manha.”

Lissa e Christian trocaram olhares. Christian deu de ombros, e Lissa se voltou para Adrian, assumindo o papel de mensageira.

“Uma estaca,” disse Lissa. “Eles encontraram ela na cama com uma estaca em seu coração.”

Adrian não disse nada, e sua expressão não mudou. Ocorreu a Lissa que em toda essa conversa sobre inocência, evidências, e advogados, tudo mundo meio que relevou o fato de que Tatiana era a tia-avó de Adrian. Ele não tinha aprovado algumas das decisões dela e fez muitas piadas sobre ela, pelas costas. Mas ela ainda era família dele, alguém que ele conheceu por toda sua vida. Ele tinha que estar sentindo dor por sua perda, mais do que todo mundo. Até eu me senti um pouco dividida. Eu a odiava pelo que ela tinha feito pra mim, mas eu nunca a quis morta. E eu não conseguia me impedir de lembrar que ela ocasionalmente falava como uma pessoa de verdade. Talvez fosse falso, mas eu tinha certeza que ela foi sincera na noite que passou na casa dos Ivashkov. Ela foi cansada e pensativa, na maior parte se preocupando em trazer paz a seu povo.

Lissa observou Adrian partir, simpatia e pesar passando por ela. Christian gentilmente bateu no braço dela. “Vem,” ele disse. “Descobrimos o que precisávamos saber. Aqui estamos no caminho.”

Se sentindo impotente, Lissa deixou ele a guiar pra fora, se desviando de mais pessoas em pânico. O laranja de um sol se pondo deu a todas as árvores e folhas um tom dourado, e quente. Haviam muitas pessoas do lado de fora quando voltamos no armazém com Dimitri, mas não era nada comparado a isso. As pessoas estavam zumbindo com medo, correndo para contar as notícias. Algumas já estavam de luto, vestindo preto, com lágrimas em seus rostos. Eu me perguntei o quanto disso era real. Mesmo na tragédia e crime, a realeza podia estar buscando poder.

E cada vez que ela ouvia meu nome, Lissa ficava com mais e mais raiva. Era a má raiva também, o tipo que parecia uma fumaça negra em nosso calo e que geralmente fazia ela surtar. Era a maldição do espírito. 27 mai ?Rafaela?

“Não consigo acreditar nisso!” ela exclamou para Christian. Eu notei, mesmo que ela não tenha, que ele se apressou pra ela levar ela em um lugar onde não tivessem muitas pessoas. “Como alguém pode pensar isso de Rose? É uma armadilha. Tem que ser.”

“Eu sei, eu sei,” ele disse. Ele também conhecia os sinais do perigo do espirito e estava tentando acalmar ela. Eles chegaram numa área pequena e gramada a sombra de uma enorme árvore e sentaram no chão. “Nós sabemos que ela não fez isso. É só isso que importa. Vamos provar. Ela não pode ser punida por algo que não fez.”

“Você não conhece esse grupo,” murmurou Lissa. “Se alguem quer pegar ela, eles podem fazer todo tipo de coisa ser possível.” Com apenas a mais fraca sensação, eu tirei um pouco da escuridão dela para mim, tentando acalma-la. Infelizmente, isso só me deixou com mas raiva.

Christian riu. “Você esquece. Eu cresci nesse grupo. Eu fui pra escola com esse tipo de garotos. Eu os conheço – mas não vamos entrar em pânico até sabermos mais, ok?”

Lissa suspirou, se sentindo muito melhor. Eu ia tomar escuridão demais se não tomasse cuidado. Ela deu a Christian um pequeno e tentador sorriso.

“Eu não lembro de você ser tão razoável antes.”

“É só porque todo mundo tem diferentes definições do que é razoável. A minha é só mal compreendida, só isso.” A voz dele era imponente.

“Eu acho que você deve ser muito incompreendido,” ela riu.

Os olhos dele seguraram os dela, e o sorriso rosto de se transformou em algo quente e suave. “Bem, eu espero que isso não seja um mal entendido, caso contrário, eu posso levar um soco.”

Se inclinando, ele levou seus lábios até os dela. Lissa respondeu com nenhuma hesitação ou pensamento, se perdendo na doçura do beijo. Infelizmente, eu estava sendo levada junto. Quando eles finalmente se afastaram, Lissa sentiu seu ritmo cardíaco aumentar e suas bochechas coraram. 27 mai ?Rafaela?

“Isso foi definição do que exatamente?‟ ela perguntou, revivendo como ela tinha sentido a boca dele.

“Significa „eu sinto muito‟”, ele disse.

Ela olhou para longe nervosamente agarrando um pouco da grama. Finalmente, com um suspiro, ela olhou para cima. “Christian... algum dia... algum dia houve algo entre você e Jill? Ou Mia?”

Ele encarou surpreso. “O que? Porque você acha isso?”

“Você passou tanto tempo com elas.”

“Só tem uma pessoa que eu já quis,” ele disse. A firmeza de seu olhar, aqueles olhos azuis cristalino, não deixou dúvidas de quem era essa pessoa. “Mais ninguém nem chegou perto. Apesar de tudo, mesmo com Avery – “

“Christian, sinto tanto por aquilo – “

“Você não precisa – “

“Eu preciso –“

“Merda,‟ ele disse. “Dá pra me deixar terminar uma fra-“

“Não,” Lissa interrompeu. E ela se inclinou e o beijou, um beijo forte e poderoso que queimou através do corpo dela, um que disse pra ela que não havia mais ninguém no mundo para ela também.

Bem. Aparentemente Tasha tinha razão; eu era a única que podia juntar os dois. Eu só não esperava que minha prisão tivesse um papel nisso.

Eu me afastei da mente dela para dar a eles alguma privacidade e me poupar de ver eles se pegarem. Eu não invejei o momento deles. Não havia nada que nenhum deles podia fazer por mim no momento, e eles mereciam sua reunião. A única ação deles era esperar por mais informação, e na verdade, o método deles de passar o tempo era muito mais saudável do que Adrian provavelmente estava fazendo. 27 mai ?Rafaela?

Eu deitei na cama e encarei o teto. Não havia nada a não ser metal e cores neutras ao meu redor. Isso me deixou maluca. Eu não tinha nada pra ver, nada pra ler. Eu me senti como um animal preso numa jaula. A cela parecia ficar cada vez menor. Tudo que eu podia fazer era repassar o que eu descobri via Lissa, analisando cada palavra do que tinha sido dito. Eu tinha perguntas em relação a tudo, é claro, mas a única coisa que me marcou foi ouvir Daniella mencionar a audiência. Eu precisava saber mais sobre isso.

Eu consegui minha resposta – horas mais tarde.

Eu cai em algum tipo de atordoamento e quase não reconheci Mikhail parado na frente da minha cela. Eu pulei da minha cama até a grade e vi que ele estava destrancando a porta. Esperança passou por mim.

“O que está acontecendo?” eu perguntei. “Eles estão me soltando?”

“Temo que não,” ele disse. Seu ponto foi provado quando, depois de abrir a porta, ele prontamente pos minhas algemas. Eu não resisti. “Estou aqui pra te levar pra sua audiência.”

Entrando no corredor, eu vi outros guardiões reunidos. Minha própria seguranla. Um espelho de Dimitri. Que ótimo. Mikhail e eu andamos juntos, e misericordiosamente, ele falou no caminho ao invés da manter aquele terrível silencio que parecia ser comum no tratamento de prisioneiros.

“O que exatamente é essa audiência? Um julgamento?”

“Não, não. Muito cedo para um julgamento. Uma audiência decide se você vai para julgamento.”

“Isso parece uma perda de tempo,” eu apontei. Nós saímos do prédio dos guardiões, e aquele ar fresco foi a coisa mais doce que já provei.

“É uma enorme perda de tempo se você vai a julgamento, e eles percebem que não existe caso. Na audiência, eles vão mostrar todas as evidências que tem, e um juiz – ou, bem, alguém agindo como juiz – vai decidir se você deve ter um julgamento. O julgamento torna oficial. É nele que eles dão o veredicto e o punimento.” 27 mai ?Rafaela?

“Porque eles levaram tanto tempo pra fazer uma audiência? Porque eles me fizeram esperar o dia todo numa cela?”

Ele riu, mas não porque ele achava engraçado. “Isso é rápido, Rose. Muito rápido. Pode levar dias ou semanas para ter um audiência, e se você for a julgamento, você vai ficar presa até lá.”

Eu engoli. “E vai ser rápido também?”

“Eu não sei. Nenhum monarca foi assassinado a quase 100 anos. As pessoas estão malucas, e o Conselho quer estabelecer ordem. Eles já estão fazendo enormes planos para o funeral da rainha – um espetáculo gigante que vai distrair todos. Sua audiência também é uma tentativa de estabelecer ordem.”

“O que? Como?”

“Quanto eles condenarem o assassino, mais seguro eles vão se sentir. Eles pensam que seus provas contra você são solidas, eles só querem apressar tudo. Eles querem que você seja culpada. Eles querem enterrar ela sabendo que sua assassina está indo à justiça, para que todos possam dormir tranqüilos quando o novo rei ou rainha for eleito.”

“Mas eu não – “

eu parei de negar. Não havia porque.

Na nossa frente, estava o prédio onde ficava o tribunal. Ele tinha parecido da primeira vez que estive aqui, para o julgamento de Victor, mas isso era por causa do medo das lembranças que ele me provocou. Agora.... agora era meu próprio futuro em jogo. E aparentemente não apenas só o meu futuro – o mundo Moroi estava observando e esperando, esperando que eu fosse uma vilã que podia ser presa seguramente para sempre. Engolindo, eu dei a Mikhail um olhar nervoso.

“Você acha... você acha que eles vão me mandar pro julgamento?”

Ele não respondeu. Um dos guardas abriu a porta pra nós.

“Mikhail?‟ eu urgi. “Eles realmente vão me colocar em julgamento por assassinato?”

“Sim,” ele disse simpaticamente. “Tenho certeza que eles vão.” 27 mai ?Rafaela?

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