sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Agora a coisa ficou séria
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Se depois do vídeo sobre Crepúsculo eu achava que o Não Faz Sentido
tinha ficado mainstream (ou seja, popular além dos limites da internet brasileira),
não fazia ideia do que o “caso Fiuk” iria proporcionar.
Para você poder entender melhor, vou dizer apenas o seguinte: até hoje há
diversos jornalistas que, ao publicar algo sobre mim, dizem que o Não Faz
Sentido ficou famoso por causa do Fiuk.
Até o dia do lançamento do vídeo “Fiukar”, o Não Faz Sentido já somava 22
milhões de visualizações e mais de 160 mil assinantes – era o maior canal do
YouTube brasileiro. E tudo isso com somente dezesseis vídeos publicados. O
problema é que, sem assessoria de imprensa, grande parcela dos jornalistas não
fazia a menor ideia de quem eu era ou do que o canal se tratava.
Com a explosão midiática do “caso Fiuk”, não tinha mais jeito. Jornalistas do
país inteiro passaram a me conhecer. Você pode dizer: “Ora, que maravilha,
Felipe, vai reclamar disso agora, seu fanfarrão?”; bem, é um pouco mais
complicado que isso.
Imagine você sendo um jornalista calmo e sereno, da mídia tradicional. De
repente você fica sabendo que o Fiuk, que você já conhecia, está aparecendo em
manchetes com um tal de “Felipe Neto”. Você vai saber o que está acontecendo e
vê a seguinte situação: um garoto de óculos escuros dentro do quarto gravou um
vídeo esculachando o Fiuk sem motivo nenhum (já que este não tinha feito nada
contra ele) e, em seguida, o garoto ainda foi causar no Twitter contra o cara só
para poder ter mais audiência ainda.
O que você pensaria? Eu certamente pensaria: esse Felipe Neto é um cuzão,
uma moçoila desesperada por audiência, um barraqueiro arrogante e prepotente.
Ainda por cima, alia-se a isso que pouquíssimas pessoas já tinham ouvido falar
sobre “gente que faz vídeo no YouTube”. Hoje é algo absolutamente comum,
mas na época era muito novo. Para os olhos de muitos jornalistas da imprensa
tradicional, aquela novidade não parecia muito boa. Era mais confortável quando
o YouTube era o site no qual você podia ver bichinhos saindo de dentro de
caixas ou pessoas tropeçando. “Quem esse moleque pensa que é?”,
provavelmente muitos devem ter pensado.
Não culpo os jornalistas que pensaram dessa forma. Eu provavelmente teria
pensado o mesmo depois de ler as matérias tendenciosas dos sites de fofoca.
Aliado a isso está o fato de que minha imagem nunca agradou muito à primeira
vista. Cabelinho pra cima, óculos escuros dentro do quarto, jeito arrogante e
autoritário. O Não Faz Sentido causa um choque na primeira visualização e
muitas vezes esse choque é negativo. Em palavras mais fáceis: minha aparência
não é muito diferente da do Fiuk ou do Edward do Crepúsculo, como muita
gente já fez questão de me falar (“muito obrigado, valeu mesmo”). Por conta
disso, outro preconceito nascia: ser considerado um moleque que faz sucesso pela
mesma razão desses outros, pela aparência.
Veja bem, é importante ressaltar que não estou me chamando de ícone sexual,
como os outros dois citados. Muito pelo contrário. Se um dia me conhecer
pessoalmente descobrirá que a famosa frase “câmera engorda” é realmente
verdadeira. Tenho 1,80m e 65kg, dos quais 20kg são só de cabeça.
Enfim, foi nesse período que, pela primeira vez, alguém escreveu uma matéria
na imprensa (sem ser a de fofoca) exclusivamente sobre mim. Vez ou outra meu
nome já havia aparecido em algumas matérias isoladas, como “Saiba o que está
bombando na internet”, mas ninguém tinha perdido tempo para realmente
destacar meu trabalho.
Um jornalista de um grande veículo da imprensa tradicional do Brasil publicou
uma matéria intitulada: “Felipe Neto faz todo sentido.”
Quando soube, fiquei assustado e ao mesmo tempo feliz. Recebi um alerta (um
recurso do Google, chamado “Alerts”, que o informa quando seu nome é citado
na internet) no meu e-mail. Rapidamente fui ler, afinal era a primeira vez que um
jornalista fora do mundo da fofoca falava sobre meu trabalho.
Após terminar a leitura, fiquei sem chão e me perdi por alguns instantes.
Não é que tenha sido ruim, foi absolutamente inacreditável. O jornalista
começou o texto relatando o caso com o Fiuk (óbvio) e em seguida redigiu
diversos parágrafos falando sobre como eu planejara tudo aquilo. Elogiou o
trabalho de PC Siqueira, mas relatou que nunca tinha noticiado sobre meus
vídeos pois achava que a função do jornalista era colocar o público em contato
“com o que há de bom na internet”. Escreveu sobre o fato de que eu escolhia os
temas só pensando no que faria sucesso e disse que meu vlog não duraria muito
mais tempo, pois meu único talento era criticar o outro.
Definiu meu trabalho da seguinte forma: “Provocar atores e músicos, como
Fiuk, que possui o dobro de seguidores que ele no Twitter, para conseguir um
pouco mais de audiência.” Em seguida, comentou que eu não aceitava críticas e
que havia ameaçado um jornalista de denunciá-lo para a diretoria da redação por
ter me criticado. E terminou dizendo: “Cala a boca, Felipe Neto!”
Não sabia direito no que pensar. Senti uma tristeza profunda, ainda mais por
saber que milhares de pessoas leriam aquela matéria e seriam condicionadas a
acreditar em tudo o que estava escrito. O jornalista não sabia quem eu era, não
fazia a menor ideia do que eu pretendia e sequer tinha se dado ao trabalho de ver
meus vídeos anteriores.
O que mais me incomodou no texto não foi a crítica em si, mas o fato de que
ela era baseada em mentiras e suposições totalmente fora da realidade. Em
primeiro lugar, eu nunca tinha planejado nada daquilo, nunca selecionei meus
temas baseado no que faria sucesso (como já deixei claro inúmeras vezes neste
livro). Se meu interesse fosse apenas destruir tudo que é popular, hoje, anos
depois do começo do Não Faz Sentido, faria um vídeo sobre a banda One
Direction, um imenso hit entre a molecada. Porém, diferentemente dos meus
outros vídeos, a banda não me parece carregar um tipo de comportamento
prejudicial aos jovens. Posso não gostar da música, mas nunca, em toda a história
do Não Faz Sentido, fiz um vídeo baseado simplesmente no fato de não gostar do
trabalho de alguém. A coisa sempre foi mais profunda que isso.
O ataque foi pessoal, direto, diferente do que se espera da imprensa. Se fosse
um vlog seria mais compreensível, mas a matéria era informativa e carregada de
mentiras, como o suposto fato de que eu tinha ameaçado um jornalista. Isso nunca
aconteceu e até hoje tento compreender a razão de ele ter publicado isso.
Ao ler, tentava compreender como ele poderia dizer que eu SOMENTE me
preocupava em atacar ídolos adolescentes (como ele deixou bem claro). Na
época, eu tinha dezessete vídeos publicados e somente cinco falavam sobre ídolos
teen (Justin Bieber, bandas coloridas, colírios da Capricho, Crepúsculo e Fiuk,
que não era somente sobre o Fiuk, mas, tudo bem). Onde estavam os outros doze
vídeos em seu discurso “Felipe Neto só fala de ícones da adolescência”? O vídeo
sobre gente que escreve errado, com a principal mensagem de educação para os
jovens, já passava dos 2 milhões de acessos. Todo esse outro lado do Não Faz
Sentido foi sumariamente esquecido na crítica.
No final das contas, apenas uma coisa era realmente válida na matéria, a de
que ele não tinha escrito sobre mim porque não queria que as pessoas vissem
coisa ruim na internet. Essa foi a única opinião realmente baseada em opinião e
não em mentiras ou suposições absurdas. Se o texto tivesse sido escrito
inteiramente baseado no quanto ele considerava ruim a qualidade de meus vídeos,
eu não teria do que reclamar.
Depois do choque inicial, peguei o telefone e liguei para meu pai, que já
começava a funcionar como medida emergencial. Quando a coisa ficava tensa,
corria pra ele como uma criança da quinta série.
– Cara, o que é que você esperava? É isso aí, negão, você não fez vídeos
criticando todo mundo? Agora se prepara e aguenta, porque as pessoas vão
começar a te criticar também.
– Mas o cara inventou um monte de mentiras!
– E pode se preparar que virão muito mais mentiras. Felipe, não tem ninguém
que atinge o sucesso sem carregar um monte de gente tentando derrubá-lo.
Desliguei o telefone mais calmo. Era óbvio que isso iria acontecer, o problema
é que eu não estava preparado. Nem cinco meses haviam se passado desde o
primeiro vídeo do Não Faz Sentido e agora minha vida estava de cabeça pra
baixo, do avesso e sendo sacudida pra todos os lados; ou eu me segurava em
alguma coisa ou sairia voando.
Por algum tempo, enquanto lia e relia a matéria, surgiu uma nova preocupação.
E se a opinião daquele jornalista virasse uma opinião generalizada? Muitos
projetos morreram porque foram taxados como “isso” ou “aquilo”. E se o Não
Faz Sentido de repente virasse o projeto “do cara que faz qualquer coisa pra ter
sucesso”? Poderia ser não apenas o fim do canal, mas, pelo tamanho que ele
atingira, o fim da minha própria carreira.
Como disse anteriormente, ao decidir seguir esse caminho, sabia que muitas
coisas poderiam dar errado, enquanto poucas poderiam dar certo. Essa matéria
representava uma das que poderiam dar completamente errado.
Minha preocupação começou a desaparecer quando os comentários
começaram a surgir. Para minha felicidade, quase todos os comentários
colocaram-se contra o jornalista. Melhor ainda, os comentários não vinham dos
meus fãs, mas dos próprios leitores fiéis do cidadão. A coisa começou a ferver e a
matéria é até hoje uma das mais comentadas da história do veículo. No desespero
de tentar mostrar que eu só atacava os outros para fazer sucesso, ele se esqueceu
de pensar que estava fazendo exatamente a mesma coisa. E isso foi percebido
pelos leitores.
Dezenas de comentários apareciam a cada instante, muitos tentando alertar ao
jornalista de que os vídeos do Não Faz Sentido não eram focados em criticar
modas dos adolescentes e que apenas alguns vídeos tratavam do assunto. Outros
mostravam como a crítica soava hipócrita por condenar a busca pelos acessos
falando mal de quem está na moda, sendo que a própria fazia exatamente o
mesmo. Já outros aproveitavam para inflar o ódio e me xingar ainda mais.
Com todo aquele embate nos comentários, percebi que as chances do Não Faz
Sentido ser visto pela maioria como “um projeto de um cara que só quer
aparecer” eram muito pequenas. Sim, sem dúvida, muitos pensariam assim,
motivados por diversas questões que eu era incapaz de controlar: preconceito,
falta de informação e até mesmo porque odiar quem construiu algo é mais fácil do
que pesquisar o mérito disso. Contudo, eu não deveria me preocupar com isso,
pois estava além do meu poder de mudança e, principalmente, porque estava
totalmente dentro da normalidade que envolve qualquer projeto de sucesso.
Ou era isso que eu deveria ter pensado.
Do dia 20 de abril, data da publicação do meu vídeo “IDIOTICES, NÃO
VEJA ISSO”, ao dia 21 de julho, data da publicação do vídeo “Fiukar”, apenas
quatro meses haviam se passado. Não consigo imaginar um único ser humano
capaz de saber lidar com tudo o que aconteceu em um período de tempo tão
curto. Em um dia eu era completamente indiferente, com um público minúsculo
em um blog, três meses depois era conhecido por milhões de pessoas, dentre as
quais muitas admiravam meu trabalho e outras tantas odiavam profundamente
tudo que o envolvia.
Comecei a ficar ainda mais obcecado em acompanhar o que falavam e
escreviam sobre mim. Pesquisava meu próprio nome no Twitter, para descobrir o
que estavam falando sem citar minha arroba, o que no final provava ser um ato de
puro masoquismo.
É incrível como seu cérebro pode lidar com a rejeição. Em minhas buscas por
mensagens citando meu nome, deparava com dezenas de elogios que eram
sumariamente ignorados pelas minhas reações de prazer, mas bastava um
comentário ofensivo baseado em premissas erradas para me desestabilizar.
A matéria publicada pelo jornalista havia inflamado um número considerável
de pessoas a promoverem a mensagem da minha suposta presunção, arrogância e
vontade de aparecer a qualquer custo. E o pior de tudo: sem qualquer separação
entre quem eu era na vida real e quem eu interpretava nos vídeos. Muitos
comentários, em vez de criticar meus vídeos, diziam coisas como: “Esse Felipe
Neto é um babaca que só quer aparecer” ou “Queria comprar o Felipe Neto e
vender para ele próprio pelo preço que ele acha que vale”.
Tudo isso me afetava. Tinha vontade de gritar para todos que nada daquilo era
verdade, que eu não tinha nada planejado e muito menos que achava que valia
alguma coisa. Meu cérebro dava nó a cada mensagem negativa que lia. Sentia um
profundo ódio quando me deparava com recados que associavam a personalidade
do “Felipe Neto do Não Faz Sentido” com o “Felipe Neto da vida real”. Chegava
até mesmo ao cúmulo de responder algumas críticas, que depois eram retuitadas
pelos autores com a mensagem “Hahaha o Felipe Neto me respondeu,
hahahaha”.
Aliado a tudo isso, vinha também a pressão em cima dos vídeos, que não havia
melhorado em nada após “Crepúsculo” e “Fiukar”. Os pais esperavam vídeos
com mensagens importantes, os jovens esperavam comédia e palavrões, os
críticos esperavam qualquer coisa para condenar, e eu, sinceramente, não
conseguia pensar em nada pelo que esperar.
Os dias se passaram, senti a felicidade proporcionada pelas coisas dando certo.
A entrevista no João Gordo (que fui como “Felipe Neto do Não Faz Sentido”,
uma atitude completamente errada), o reconhecimento do Mion, o agenciamento
pela DNA e a entrada de Andressa Bianco e Adriana Pires na minha vida. Isso
sem contar a oferta do Multishow. Contudo, por mais feliz que eu pudesse estar, a
sensação de que as coisas poderiam se dissolver a qualquer momento estava
sempre ao meu lado, bem como as críticas negativas fundamentadas em
argumentos que eu considerava mentirosos e que tanto me abalavam.
Para piorar, agora outro problema começava a surgir de forma arrasadora.
Como eu deveria agir publicamente? As pessoas esperavam de mim um cara o
tempo inteiro crítico, agressivo e autoritário, mas isso era completamente o
inverso de quem eu era (e sou) na vida real. Eu sabia que era uma questão de
tempo para que isso começasse a gerar problemas.
E não demorou muito.
Poucos dias depois fui chamado para São Paulo para aparecer novamente na
televisão, dessa vez no programa MTV Debate, que trataria do tema vlogs.
Conversei com a Adriana e a Andressa, que agora me assessoravam em tudo, e
concordamos em participar pela exposição que poderia ter.
Junto a mim estariam PC Siqueira, já comentado aqui, Ronald Rios, também já
citado, Anônimo da TeamPlay, um antigo produtor de vídeos que gravava
mascarado e que sumiu depois de um tempo, Gabriela Fadel, uma youtuber que
eu não conhecia e depois tornou-se uma amiga, e Denis Lee, um youtuber que
produzia vídeos mais focados em informação.
Quando cheguei ao set do programa, que seria ao vivo, me senti
completamente confortável. Todos foram amistosos e era possível perceber que
seria um debate completamente pacífico, alimentado de informações sobre esse
novo mundo de vídeos profissionais para o YouTube e exposição dos trabalhos
dos envolvidos. Todos tinham o mesmo objetivo: mostrar seu trabalho. Ninguém
pensava em arrumar confusão e não havia qualquer conflito entre os youtubers
presentes nos bastidores.
O problema foi que o MTV Debate não era um programa feito para expor o
trabalho das pessoas, mas, sim, para gerar, bem... debates. Alimentado por Lobão
e seus comentários ácidos, o objetivo do programa era colocar opiniões contrárias
em foco, com o objetivo de formar discussões quentes e criar polêmica. Ao longo
do programa, que você pode ver no YouTube, Lobão tentou, por diversas vezes,
alfinetar os envolvidos com o objetivo de gerar intrigas, o que acabou não
acontecendo.
Resultado? Sobrou pra mim.
Obviamente a produção do programa esperava que eu fosse aparecer com
meus óculos escuros e linguajar recheado de palavrões com o objetivo de falar
mal do trabalho dos outros. Decepcionei fortemente os participantes. Soube
depois de um tempo que o Lobão tinha saído irritado do programa, esbravejando
sobre como esses tais vloggers eram chatos e o programa tinha ficado uma merda,
reclamando principalmente do tal do Felipe Neto, que era um arregão, embora
não possa confirmar com 100% de certeza que isso aconteceu. (Sabe quando
alguém fala: “Eu ouvi isso e isso e isso”? Bem, não coloco minha mão no fogo
nunca a menos que eu mesmo tenha ouvido.) O que realmente aconteceu,
contudo, foi um comentário de Lobão quando entrevistou Rafinha Bastos, ainda
na mesma MTV, no programa Lobotomia.
“Eu fiz recentemente aqui na MTV um debate sobre vlogs e eu vi que os caras
se odeiam, falam mal entre si... Aí, eu vi, bom, falam abobrinhas um sobre o
outro. Aí chegou lá na hora: ‘Ah, não, nós somos amigos...’ E eu percebi, fora
isso, que tem uma coisa assim meio lucianohuckzada desses vloggers que ficam
lá todo com topetão” – Rafinha Bastos riu nessa parte – “Mas é o cocô do cavalo
do bandido.”
Em seguida Rafinha completou dizendo que não iria comentar o nome do cara
com topete pra cima, mas que aquele cara iria morrer, não iria se sustentar. Disse
também que aquilo tudo era um personagem que não falava realmente o que
pensava, mas, sim, o que queriam ouvir.
Essa era nova. Agora além de pessoas considerando que eu era igual ao que eu
interpretava no Não Faz Sentido, tinha celebridade falando na TV que eu não
pensava naquilo que meu personagem falava. Sem contar o Lobão me chamando
de “cocô do cavalo do bandido” porque, na cabeça completamente cheia de
devaneios dele, “os vloggers se odeiam, mas vieram aqui e fingiram que eram
amigos”.
Era isso que me fazia enlouquecer. Perceba a gritante diferença de alguém falar
“Felipe Neto faz vídeos ruins, não gosto do trabalho dele” para “Felipe Neto
finge na câmera só para aparecer” e “Felipe Neto odeia mas vem aqui e finge que
é amigo”. As mentiras e manipulações de informação me causavam um profundo
sentimento de injustiça e a vontade extrema de tornar tudo público para que todos
pudessem ver. Contudo, Adriana e Andressa não deixavam que eu fizesse isso (e
elas estavam absolutamente certas), pois corria o risco de as pessoas ficarem
achando que eu “me justificava demais”.
Com tudo isso, ainda tinha o Rafinha Bastos deixando claro que considerava
que eu não duraria muito tempo. Por mais que isso fosse baseado em sua
prerrogativa errada de que eu não achava de verdade tudo o que falava nos
vídeos, era uma pressão ainda mais violenta em cima do meu projeto, ainda tão
recente e sem qualquer prova definitiva de que duraria muito tempo.
Comecei a pirar.
A opinião pública pode não ser o suficiente para te deixar feliz, mas pode ser
forte o bastante para te derrubar. E eu era um alvo fácil. Sem estrutura psicológica
o suficiente para saber lidar com aquilo, comecei a perder minha própria
identidade, não sabendo quando ser eu mesmo e quando ser o “Felipe Neto do
Não Faz Sentido”. Para bem da verdade, eu sequer sabia mais o que era “eu
mesmo”.
às 14:27
Marcadores: Felipe Neto, Não faz sentido
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