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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capitulo 16

Eu expliquei a minha experiência de química, dizendo que era apenas uma substância que eu tinha á mão no instante em que recebi a minha tatuagem, no caso de eu ter uma reacção alérgica. Eu certamente não deixei que eles soubessem que fui eu quem fez a mistura. Eu acho que eles caíram na história disfarçada, se não fosse o fato de poucos dias depois, eu fui capaz de descobrir uma fórmula que ajudava a tratar a queimaduras químicas na pele de Kristin. A mistura não fez nada para a mancha de tinta - que parecia ser permanente, salvo que havia algumas tatuagens removidas a laser - mas o vergão dela desapareceu um pouco. Depois disso, a palavra tem em torno de Sydney Melrose era a nova farmacêutica do local. Porque eu tinha extras que sobraram de Kristin, eu dei o restante para o creme de pele de uma rapariga com um serio acne, uma vez que resultou naquilo também. Provavelmente aquilo não me fez nenhum favor. As pessoas se aproximaram de mim para todos os tipos de coisas e até se ofereceu para me pagar. Alguns pedidos eram sem sentido, como a cura para dores de cabeça. Aquelas pessoas que eu simplesmente disse para comprar uma aspirina. Outros pedidos estavam fora do meu poder e nada com o que eu queria lidar, como controle de natalidade. Afora os pedidos estranho, eu realmente não tinha em mente o aumento diário da minha interacção social. Eu era usada pelas pessoas que necessitavam de coisas de mim, de modo que era um território familiar. Algumas pessoas simplesmente queriam saber mais sobre mim como pessoa, o que era novo e mais agradável do que eu esperava. E ainda outros queriam…coisas diferentes de mim. –Sydney–.

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Eu estava esperando que a minha aula de Inglês iniciasse e fiquei surpresa ao ver um dos amigos do Greg Slade em pé sobre minha mesa. Seu nome era Bryan, e embora eu não soubesse muito sobre ele, ele nunca foi tão detestável quanto o Slade, o que era uma ponto a favor de Bryan. –Sim–, perguntei imaginando se ele queria emprestado algumas notas de mim. Ele tinha o cabelo castanho desgrenhado que parecia ser proporcional ao crescimento do penteado e era realmente bonitinho. Ele passou a mão sobre o cabelo enquanto escolhia as suas palavras. –Você sabe alguma coisa sobre filmes mudos?– –Claro–, eu disse. –Os primeiros foram desenvolvidos no final do século XIX e às vezes havia acompanhamento musical ao vivo, ainda que, não foi até 1920 que o som se tornou verdadeiramente incorporado no filme, fazendo eventualmente do silêncio algo fora de moda no cinema. – Bryan ficou boquiaberto, como se aquilo fosse mais do que ele estava esperando. –Oh. Okay. Bem, hum, há um festival de filmes mudos, no centro da cidade na próxima semana. Você acha que gostaria de ir? – Eu balancei minha cabeça. –Não, eu não acho. Eu respeito isso como uma forma de arte, mas realmente não sairia fora para os observar. – –Huh. Tudo bem.– Ele alisou o cabelo para trás de novo, e eu quase poderia vê-lo tacteando em busca de pensamentos. Por que diabos ele estava me perguntando sobre filmes mudos? –E quanto Starship 30? Ele abre sexta-feira. Você quer ver isso? – –Eu realmente não gosto de sci-fi também–, disse. Era verdade, eu achava aquilo completamente improvável. Bryan parecia prestes a rasgar o cabelo desgrenhado. –E há algum filme a sair que você queira ver? – Eu percorri mentalmente uma lista do entretenimento actual. –Não. Nem por isso.– O sino tocou, e com um balançar de cabeça, Bryan escapuliu-se de volta á sua mesa. –Isso foi estranho–, murmurei. –Ele tem gostos ruins para filmes.– Olhando ao meu lado, fiquei surpresa ao ver Julia com a cabeça para baixo em sua mesa, enquanto ela se sacudia com um riso silencioso. –O quê?– –Isso–, ela ofegou. –Isso foi hilário.– –O quê?– Eu disse novamente. –Por quê?–

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–Sydney, ele estava te pedindo para sair!– Eu repensei na conversa. –Não, ele não estava. Ele estava me perguntando sobre cinema. – Ela estava rindo tanto que ela teve de limpar uma lágrima. –Assim, ele poderia descobrir o que você queria ver e levá-la para sair! – –Bem, por que ele simplesmente não disse isso?– –Você é tão adoravelmente abstraída–, disse ela. –Eu espero que esteja ao seu lado no dia em que você realmente perceber que alguém está interessado em você.– Continuei confusa e ela passou o resto da aula se irrompendo com risadinhas espontâneas. Enquanto eu me tornei num objecto de fascinação, a popularidade de Jill caiu. Parte disso era a sua própria timidez. Ela ainda estava tão consciente e preocupada por ser diferente que ela assumiu que todo mundo estava ciente de sua diferença também. Ela continuou a se distanciar de conectar-se com as pessoas por medo, tornando-a de vez como indiferente. Surpreendentemente para fazer isto piorar, o ‘atestado médico’ tinha finalmente chegado através de um Alquimistas. A escola não quis colocá-la numa aula diferente, já que esta estava em progresso. Calouros não eram autorizados a ser assistente de professor como o Trey. Após uma consulta com Miss Carson, eles finalmente decidiram que Jill iria participar em todas as actividades interiores de EF e fazer ‘trabalhos alternativos’ quando estivéssemos ao ar livre. Isso geralmente significava escrever relatórios sobre coisas como a história do softball*. Infelizmente, ficar de fora metade do tempo só conseguiu isolar mais Jill. Micah continuava a gostar dela, mesmo face ás adversidades. –Lee me mandou uma mensagem esta manhã–, ela me disse um dia no almoço. –Ele quer me levar para jantar este fim de semana. Você acha…Quer dizer, eu sei que você teriam que vir também…– Ela olhou incerta entre Eddie e eu. –Quem é Lee?–, perguntou Micah. Ele tinha acabado de sentar com o nosso grupo. Alguns momentos de silêncio constrangedor caiu. –Oh–, disse Jill desviando os olhos. –Ele é um, hum, cara que conhecemos. Ele não anda aqui. Ele anda na faculdade. Em Los Angeles. – Micah processou isso. –Ele convidou-te para um encontro?– –Yeah…nós na realidade já saímos antes. Eu acho que estamos, assim, numa espécie de namoro. – –Nada sério–, disparou logo Eddie. Eu não tinha certeza se ele estava dizendo isso para poupar os sentimentos de Micah ou se era alguma forma de protecção para que Jill não

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ficasse muito perto de ninguém. Micah era bom a esconder suas emoções, dei-lhe um credito por isso. Depois de pensar um pouco mais, ele finalmente deu a Jill um sorriso que só pareceu sair um pouco forçado. –Bem, isso é óptimo. Espero que eu possa conhece-lo.– Depois disso, a conversa se voltou para o próximo jogo de futebol, e ninguém mencionou Lee novamente. Descobrir sobre Lee mudou o modo de agir do Micah em volta da Jill, mas ele ainda assim saia com todos nós o tempo todo. Talvez ele tenha tido a esperança de que Lee e Jill rompessem. Ou poderia simplesmente ser porque Micah e Eddie passavam muito tempo juntos e Eddie era um dos poucos amigos de Jill. Mas o problema não era Micah. Era Laurel. Eu não achava que Micah teria estado interessado em Laurel mesmo se Jill não tivesse aparecido, mas Laurel ainda via Jill como uma ameaça - e fazia tudo á sua maneira para a fazer infeliz. Laurel espalhou rumores sobre Jill e apontava comentários no hall e durante as aulas sobre a sua pele pálida, a altura e a sua magreza – aumentando as inseguranças de Jill. Uma ou duas vezes, ouvi o nome ‘rapariga vampiro’ sussurrada nos corredores. Aquilo fazia o meu sangue gelar, não importando quantas vezes eu me lembrava que era uma piada. –Jill não é o que está mantendo Laurel e Micah separados–, comentei um dia com Julia e Kristin. Elas continuavam a se divertir com os meus esforços de aplicar a lógica e racionalidade para os comportamentos sociais na escola. –Eu não entendo. Ele só não gosta de Laurel. – –Sim, mas é mais fácil para ela pensar que Jill é o problema, quando na verdade, Laurel é apenas uma cadela e Micah sabe disso–, explicou Julia. Desde o encontro desconfortável com Bryan, ela e Kristin tinham se encarregado de tentar educar-me de forma –normal– que os humanos se comportavam. –Além disso, Laurel só gosta de ter alguém para pegar –, disse Kristin. Ela raramente falava sobre a tatuagem mas tinha ficado séria e sóbria desde então. –Ok–, eu disse, tentando seguir a lógica, –mas fui eu quem lhe chamou nomes sobre a morte do seu cabelo. Ela mal me disse uma palavra – Kristin sorriu. –Não é divertido pegar com você. Você responde de volta. Jill não se defende muito e não tem muitas pessoas que a defendem também. Ela é um alvo fácil. – Uma coisa positiva aconteceu, pelo menos. Adrian estava hospedando um bom

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comportamento após o acidente de Los Angeles, embora eu tivesse admirava com o tempo que aquilo já tinha passado. Baseada nas informações que eu recolhia de Jill, ele ainda estava entediado e infeliz. O horário de Lee era errático e de qualquer maneira, não era seu trabalho cuidar de Adrian. Realmente aquilo não parecia ser nenhuma boa solução para ela. Se Adrian cedesse aos seus vícios, ela sofria os efeitos de sua ressaca e seus –intervalos românticos.– Se não cedesse, então ele era infeliz e que a sua atitude lentamente escorria para ela também. A única esperança que eles tinham era que Jill acabasse por aprender o controle de bloqueá-lo fora de sua mente, mas pelo que Rose tinha dito a ela, poderia levar um tempo muito longo. Quando a alimentação seguinte chegou, eu fiquei decepcionada por ver o carro de Keith estacionado na garagem de Clarence. Se ele não iria realmente fazer alguma coisa activa para ajudar nesta tarefa, eu meia que queria que ele apenas ficasse longe por completo. Ele aparentemente pensava que estas visitas de –supervisionar– contava como trabalho e continuava a servir como justificação a sua presença. Excepto quando nos encontramos com Adrian na sala de estar, Keith não estava á vista, nem Clarence. –Onde eles estão?– perguntei a Adrian. Adrian estava recostado no sofá e deixou de lado um livro que ele estava lendo. Eu tinha um pressentimento que ler era uma actividade rara nele e quase me senti mal por interromper. Ele abafou um bocejo. Não havia álcool à vista, mas eu vi o que parecia ser três latas vazias de bebida energética. Ele deu de ombros. –Eu não sei. A falar em algum lugar. Seu amigo tem um senso de humor. Eu acho que ele está alimentando a paranóia de Clarence sobre caçadores de vampiros. – Olhei inquieta para Lee, que tinha imediatamente começado a falar com Jill. Ambos estavam tão envolvidos um com o outro, nem sequer se apercebiam o que o resto de nós estava discutindo. Eu sabia o quanto incomodava Lee falar sobre caçador de vampiro. Ele não ia apreciar que Keith a incentivasse. –Será que Clarence sabe sobre o assassinato em Los Angeles?– perguntou Eddie. Não havia nenhuma razão para Keith, desde que era do conhecimento dos Alquimistas, mas eu não tinha certeza se ele teria feito a conexão com Clarence ou não. –Ele não mencionou isso–, disse Adrian. –Eu juro que Keith só a fazer isto porque ele está entediado ou outra coisa. Mesmo eu não afundava tão baixo. – –É isso que você tem vindo a fazer em vez disso?– perguntei. Sentei-me na frente dele e apontei para as bebidas energéticas.

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–Hey, não é vodka ou conhaque ou… bem, qualquer coisa boa.– Adrian suspirou e derrubou uma para poder beber as últimas gotas. –Então me dê algum crédito. – Eddie olhou para as latas. – Jill não disse que ela teve problemas para dormir na noite passada? – –Adrian–, eu disse com um gemido. Eddie estava certo. Eu dei conta de Jill se agitar e virar constantemente. Vício em cafeína certamente não explicava. –Hey, eu estou tentando–, disse Adrian. –Se você pudesse me tirar daqui, Sage, então eu não seria forçado a afogar minhas mágoas em taurina** e ginseng***. – –Ela não pode, Adrian, e você sabe disso–, disse Eddie. –Você não pode… Eu não sei. Encontrar um hobby ou qualquer coisa? – –Ser encantador é o meu hobby–, disse Adrian obstinadamente. –Eu sou a vida duma festa - mesmo sem bebidas. Não significa que eu ficasse sozinho. – –Você pode conseguir um emprego–, disse Eddie, sentando-se num sofá de canto. Ele sorriu, divertindo-se com seu próprio humor. –Resolvia os seus problemas - fazer algum dinheiro e estar próximo de pessoas. – Adrian fez uma careta. –Cuidado, Castile. Há apenas um comediante nesta família. – Eu endireitei-me –Isso não é realmente uma má ideia.– –É uma ideia terrível–, disse Adrian olhando entre mim e Eddie. –Por quê?– perguntei. –Esta é a parte onde você nos diz que as suas mãos não fazem trabalho manual?– –É mais tipo a parte onde eu não tenho nada a oferecer à sociedade –, ele respondeu. –Eu poderia ajudar-te,– eu ofereci. –Você vai fazer o trabalho e dá-me a salário? – Adrian perguntou esperançosamente. –Porque isso realmente poderia ajudar. – –Eu posso lhe dar uma carona para as suas entrevistas,– eu disse.–E eu posso te fazer um currículo para que você consiga qualquer trabalho.– Olhei-o e reconsiderando. –Bem, dentro dos limites da razão. – Adrian esticou-se para trás. –Desculpe, Sage. Apenas não sinto isso. – Clarence e Keith entraram naquele momento. O rosto de Clarence estava exuberante. –Obrigado, obrigado–, ele estava dizendo. –É tão bom falar com alguém que entende as minhas preocupações com os caçadores. – Eu não tinha conhecimento de que Keith entendia alguma coisa excepto a sua própria natureza de auto-serviço. O rosto de Lee escureceu quando se apercebeu de que Keith foi promover a irracionalidade do velho. No entanto, o Moroi ficou com os comentários

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que sem dúvida ele queria fazer. Foi a primeira vez que eu tinha visto qualquer tipo de emoção escura no rosto de Lee. Parecia como se Keith pudesse derrubar até mesmo a pessoa mais alegre. Clarence estava feliz por nos ver tal como estava Dorothy. Os humanos que devam o sangue para os vampiros não eram apenas nojentos por causa do acto em si. O que realmente era terrível era o vício que resultava. Os vampiros libertavam endorfinas naqueles em que bebiam, e essas endorfinas criavam uma espécie de alto prazer. Alimentadores humanos que viviam entre os Moroi passavam os dias inteiros drogados, tornando-se fortemente dependentes disso. Alguém como Dorothy, que apenas tinha vivido com Clarence por anos, não tinha experimentado mordidas suficientes para realmente ficar viciada. Agora, com a Jill e Adrian ao redor, a quantidade de endorfinas em sua vida diária estava a aumentar. Seus olhos brilharam quando viu Jill, mostrando que ela estava ansiosa por mais.–Hey, Sage–, disse Adrian. –Eu não quero uma entrevista, mas você acha que poderia me dar uma carona para arranjar alguns cigarros? – Ia começar a dizer-lhe que não o ia ajudar com um hábito tão sujo, quando notei que ele olhava significativamente para Dorothy. Ele estava tentando me tirar daqui? Eu me perguntei. Dar-me uma desculpa para não estar perto da alimentação? Pelo que entendia, os Moroi normalmente não escondiam a sua alimentação uns dos outros. Geralmente Jill e Dorothy apenas saiam da sala para meu conforto. Eu sabia que elas provavelmente iriam fazê-lo novamente, mas decidi que iria aproveitar a oportunidade para fugir. Claro, tinha que olhar para Keith para confirmar, esperando que este protestasse. Ele apenas deu de ombros. Parecia como se eu fosse a última coisa em sua mente. –Ok–, disse levantando-me. –Vamos–. No carro, Adrian se virou para mim. –Eu mudei de ideia–, disse ele. –Vou levá-la para me ajudar a conseguir um emprego. –Eu quase desviei contra o outro tráfego. Pouca coisa vindo dele me poderia surpreendeu mais - e ele disse coisas muito surpreendentes de uma forma regular. –Isso foi rápido. Você está falando sério? – –Tanto quanto já sou. Você ainda vai me ajudar? – –Acho que sim, embora não haja tanta coisa que eu possa fazer. Eu não posso realmente conseguir-te um emprego.– Corri a minha lista mental do que eu sabia sobre Adrian. –Eu não suponho que você tenha alguma ideia do que você realmente gostaria de fazer? –

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–Eu quero algo divertido–, disse ele, pensando um pouco mais. –E eu quero fazer muito dinheiro - mas fazer o mínimo trabalho possível. – –Bonito–, eu murmurei. –Isso diminui a procura.– Chegamos ao centro da cidade, e eu consegui fazer um trabalho impecável ao estacionar á primeira que não o impressionou quase tanto como aquilo foi. Estávamos bem na frente de uma loja de conveniência, e eu fiquei lá fora enquanto ele entrou. Sombras do anoitecer estavam caindo. Eu estive fora do campus o tempo todo, mas até agora, minhas viagens tinham sido para a casa de Clarence, campos de mini golfe, e um conjunto de fast-food. Descobriu-se com aquilo que a cidade de Palm Springs era muito bonita. Boutiques e restaurantes alinhavam-se nas ruas, e eu poderia passar horas a observar o movimento das pessoas. Aposentados vestidos com roupas para o golfe passeava ao lado de jovens chiques. Eu sabia que um monte de celebridades vinham para cá também, mas eu não estava suficientemente em sintonia com o mundo do espectáculo para saber quem era quem. –Cara–, disse Adrian, emergindo da loja. –Eles aumentaram o preço da minha marca normal. Eu tive quecomprar uma porcaria. – –Você sabe–, eu disse. –Deixar de fumar também seria realmente uma grande forma de salvar algum...– Eu congelei quando eu vi algo na rua. Três quadras de distância, através das folhasde algumas palmeiras, eu simplesmente poderia apenas reparar num sinal onde se lia Nevermore em ornamentadas letras góticas. Aquele era o lugar. A fonte das tatuagens que corriam excessivamente sobre Amberwood. Desde o incidente de Kristin, eu queria aprofundar mais nesse ponto, mas não sabia ao certo como faze-lo. Agora eu tinha a minha chance. Por um momento, lembrei-me de Keith dizendo para não me envolver com qualquer coisa que possa chamar a atenção ou causar problemas. Então eu pensei sobre a forma como Kristin tinha olhado durante a sua overdose. Esta era a minha oportunidade de realmente fazer alguma coisa. Eu fiz uma decisão. –Adrian–, disse. –Preciso de sua ajuda.–Puxei-o para o estúdio de tatuagem, colocando-o a par da situação. Por um momento, ele parecia tão interessado no forte sintoma induzido pelas tatuagens que eu pensei que ele queria uma. Entretanto, quando eu falei sobre Kristin seu entusiasmo desapareceu. –Mesmo se não for tecnologia Alquimista, eles ainda estarão a fazer algo perigoso –, expliquei. –Não apenaspara Kristin. O que Slade e esses caras estão fazendo - usando

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esteróides para serem bons no futebol - é muito ruim. As pessoas estão se machucando.– De repente, pensei nos cortes e contusões de Trey. Um pequeno beco separava o estúdio de tatuagem de um restaurante vizinhos, e paramos um pouco antes dali. A porta abriu-se dentro do beco, ao lado do salão, e um homem saiu e acendeu um cigarro. Ele deu apenas duas passadas quando outro homem enfiou a cabeça para fora da porta e disse: –Quanto tempo você vai demorar?– Eu podia ver prateleiras e mesas por trás dele.–Basta correr até a loja–, disse o homem com o cigarro. –Volto em dez minutos.– O outro cara voltou para dentro, fechando a porta. Alguns momentos depois, vimos através da janela da frente da loja, ele arrumando alguma coisa no balcão. –Eu tenho de entrar lá–, eu disse para Adrian. –Dentro daquela porta. – Ele arqueou uma sobrancelha. –O que, como escapulir lá para dentro? Como uma operação secreta vinda de você. E oh, você sabe - perigoso e ridiculo. – –Eu sei–, disse, surpresa com a calma que soou ao admitir isso. –Mas eu tenho que saber alguma coisa, e esta pode ser minha única chance.– –Então eu vou com você, caso esse cara volte –, disse ele com um suspiro. –Nunca deixe ninguém dizer que Adrian Ivashkov não ajuda donzelas em perigo. Além disso, você o viu? Ele parecia um motoqueiro louco. Ambos pareciam. ––Eu não quero que você … espere.– Inspiração súbita. –Você fala com o cara de dentro. – –Huh?– –Vá na frente. Distraí-o para que eu possa olhar ao redor. Fale com ele sobre…Eu não sei. Pense nalguma coisa.– Nós rapidamente fizemos um confuso plano. Enviei Adrian para o seu caminhoenquanto eu desci para o beco e me aproximei da porta. Eu puxei a alavanca e a encontrei bloqueada. –É claro–, eu murmurei. Que negócio deixaria uma porta remota como esta exposta e desbloqueado? Meu brilhante plano começou a se desmoronar até que me lembrei que eu tinha na minha bolsa o–essencial– dos Alquimistas. Meu kit completo era raramente necessário, pondo de parte as crises de acne do ensino médio, por isso era geralmente guardada em casa. Mas Alquimistas estavam sempre de plantão, não importa onde eles estavam, para encobrir avistamentos de vampiro. E assim, nós sempre mantínhamos um par de coisas connosco em todos os momentos. Uma era a substância que poderia dissolver um corpo de Strigoi em menos de um

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minuto. O outro era quase igualmente eficiente na dissolução do metal. Era um tipo de ácido, e eu mantinha-o protegido num frasco na minha bolsa. Rapidamente, eu pesquei-a e desaparafusei o topo. Um cheiro amargo me acertou e me fez rugas no nariz. Com o conta-gotas da garrafa de vidro e com muito cuidado eu abaixei aquilo e coloquei algumas gotas, mesmo no centro da fechadura. Eu imediatamente dei um passo atrás enquanto uma névoa branca se levantava a partir do contacto. Dentro de trinta segundos, aquilo tinha se dissipado e havia um buraco no meio da maçaneta da porta. Uma das coisas legais sobre essas coisas, ao qual nós chamávamos fogo rápido, era que a sua reacção ocorria extremamente rápida. Era agora inerte e não representava qualquer perigo para a minha pele. Eu empurrei para baixo a maçaneta e abriu. Eu só abri uma fresta da porta, apenas para determinar que não havia ninguém por perto. Nada. Vazio. Eu rastejei para dentro e fechei a porta silenciosamente atrás de mim, prendendo com um parafuso interior para me certificar de que ficou bloqueada. Como eu tinha visto do lado de fora, o lugar era uma arrecadação, coberta com todos os tipos de ferramentas do comércio de tatuagem. Três portas me rodeavam. Uma para um banheiro, outra para uma sala escura e outra para a frente da loja, para o balcão principal. Luz derramava por aquela porta, e eu podia ouvir a voz do Adrian. –Meu amigo tem uma,– ele estava dizendo. –Eu já vi isso, e ele me disse que este é o lugar que ele a conseguiu. Vamos lá, não brinque comigo. – –Desculpe–, veio a resposta ríspida. –Não faço ideia do que você está falando. – Eu lentamente comecei a revistar os armários e as gavetas, lendo os rótulos e procurando qualquer coisa suspeita. Havia um monte de suprimentos e não muito tempo. –A coisa toda é dinheiro?–, perguntou Adrian. –Porque eu tenho o suficiente. Apenas me diga quanto custa. – Houve uma longa pausa, e eu esperava que Adrian não fosse convidado a mostrar algum dinheiro, uma vez que o seu último dinheiro tinha sido para promover o câncer.–Eu não sei–, disse o cara por fim. –Se eu fosse capaz de fazer essa tatuagem cobre que você está falando - e não estou dizendo que eu posso - você provavelmente não teria recursos para isso. – –Eu estou te dizendo–, disse Adrian. –Apenas diga o seu preço. – –No que você está interessado exactamente?– O homem perguntou lentamente. –Apenas a cor?–

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–Eu acho que nós dois sabemos–, disse Adrian astuciosamente. –Eu quero a cor. Eu quero os ‘efeitos de bónus’. E eu quero que fique tipo foda. Você provavelmente não consegue mesmo fazer o desenho que eu quero.– –Isso é o menor de suas preocupações–, disse o cara.–Eu venho fazendo isso há anos. Eu posso desenhar qualquer coisa você quer. – –Yeah? Você pode desenhar um esqueleto a andar de moto com chamas saindo dela? E eu quero um chapéu pirata no esqueleto. E um papagaio no seu ombro. Um papagaio esqueleto. Ou talvez um papagaio esqueleto ninja? Não, isso seria um exagero. Mas seria legalse o esqueleto motociclista pudesse estar a disparar algumas estrelas ninja. Que estão no fogo. – Enquanto isso, eu ainda não tinha visto nenhum sinal do que eu precisava, mas havia um milhão de cantos e recantos deixados por explorar. Pânico começou a crescer em mim. Eu estava ficando sem tempo. Então, vendo a sala escura, eu corri para ela. Com um rápido olhar em direcção a frente de loja, eu liguei a luz e segurei minha respiração. Ninguém deve ter notado nada, porque a conversa continuava onde havia parado. –Isso é a coisa mais ridícula que já ouvi–, disse o tatuador. –Não é isso que as senhoras vão dizer–, disse Adrian.–Olhe garoto,– disse o cara. –Nem é mesmo sobre o dinheiro. É sobre disponibilidade. Isso é um monte de tinta que você está falando, e eu não tenho muito em estoque. – –Bem, quando o seu fornecedor vai entregar a próxima encomenda?– perguntou Adrian. Eu olhei com admiração para o que tinha encontrado: Eu estava na sala onde as tatuagens eram feitas. Houve uma cadeira longa - muito mais confortável do que a mesa onde eu recebi a minha tatuagem – e ao lado uma pequena mesa coberta com o que parecia ser instrumentos recentemente utilizados. –Eu já tenho algumas pessoas em lista de espera à frente de você. Não sei quando haverá mais. – –Você pode me chamar quando você souber?– Adrian perguntou.–Eu te darei meu contacto. Meu nome é Jet Steele.– Se não fosse pela minha situação tensa, eu teria gemido. Jet Steele? Realmente? Antes que eu pudesse pensar muito mais sobre isso, eu finalmente encontrei o que eu tinha vindo procurar. A arma de tatuar estava em cima da mesa e tinha o seu próprio recipiente de tinta, mas repousando na proximidade havia vários frascos menores. Todos eles estavam vazios, mas alguns ainda tinham resíduos metálicos suficientes, para expor-me os seus ingredientes. Sem sequer pensar duas vezes, eu rapidamente

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comecei a recolhe-los e coloquei-os na minha bolsa. Perto dali, notei alguns frascos lacrados com líquido escuro. Eu congelei por um momento. Cuidadosamente, eu escolhi um, peguei-o, abri a tampa e farejei. Era o que eu temia. Eu fechei a tampa de volta e acrescentei aos frascos na minha bolsa. Só então, eu ouvi um barulho atrás de mim. Alguém estava tentando abrir a porta dos fundos. Eu tranquei-a trás de mim, no entanto, aquilo não chegava. Ainda assim, isso significava que meu tempo para bisbilhotar estava no fim. Eu estava apenas fechando a minha bolsa quando ouvi portada loja da frente a ser aberta. –Joey, por é que a porta dos fundos está bloqueada?– Uma raiva voz exigiu. –É sempre bloqueada.––Não, no ferrolho. A partir do interior. Não foi quando eu saí. – Era a pista para a minha saída. Eu me lancei a apagar a luz e comecei às pressas a sair através da arrecadação. –Espere!–, exclamou Adrian. Havia uma nota de ansiedade na sua voz, como se ele estivesse tentando conseguir alguma atenção. Tive a desagradável sensação de que os dois caras que trabalhavam aqui, estavam a vir para a arrecadação para investigar. –Eu preciso saber uma outra coisa sobre a tatuagem. O papagaio pode também estar a usar um chapéu de pirata? Tipo de miniatura? – –Um minuto. Temos que verificar uma coisa.– A voz estava mais alta do que antes. Perto.Minhas mãos se atrapalhavam enquanto eu destravava o ferrolho. Consegui e abri a porta, correndo logo para o exterior enquanto eu ouvia vozes atrás de mim. Sem parar para olhar para trás, eu fechei a porta e corri para fora do beco, até a rua de volta para onde eu tinha estacionado. Eu tinha certeza que os caras não tinham conseguido dar uma boa olhada em mim. Eu acho que tinha acabado por ser uma figura correndo para fora da porta. Ainda assim, eu estava grata pela multidão de pessoas na rua. Eu era capaz de me misturar, enquanto voltava a minha atenção para o meu carro e destrancado a porta. Minhas mãos estavam suadas e tremiam, atrapalhando-me com as chaves. Eu queria muito olhar para trás de mim, mas estava com medo de atrair a atenção dos dois homens, se eles estivessem lá fora á minha procura. Embora eles não tivessem nenhuma razão para suspeitar de mim…Uma mão agarrou o meu braço e puxou-me para longe. Eu engasguei. –Sou eu–, disse uma voz. Adrian. Dei um suspiro de alívio. –Não olhe para trás–, disse ele calmamente. –Só entre no carro. –

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Obedeci. Uma vez que ambos estávamos em segurança lá dentro, eu dei uma respiração profunda, oprimida pelo bater do meu coração. Medo nascido da adrenalina subiu ao meu peito tão fortemente que doeu. Fechei os olhos e recostei-me. –Foi por pouco–, disse. –E você esteve bem, já agora. – –Eu sei–, disse ele com orgulho. –E na verdade, eu meio que quero aquela tatuagem agora. Você encontrou o que estava procurando? – Abri os olhos e suspirei. –Sim e muito mais. – –Então, o que é? Eles estão colocando drogas nas tatuagens? – –Pior ainda,– eu disse. –Eles estão usando sangue de vampiro.– *É uma variação do basebol, mas mais –leve–. As regras são praticamente as mesmas, mas existem algumas diferenças: no tamanho da bola (maior no softball), nas dimensões do campo (menor do que o basebol) e no tempo de jogo (menor no softball). O lançamento da bola também é feito de forma diferente. No softball este é feito ao nível da anca, por baixo, enquanto no basebol é feito por cima. O objectivo é marcar o maior número de pontos. Curiosidade: este é o desporto preferido dos Jonas Brothers. **um ácido orgânico, a taurina age como um transmissor metabólico e fortalece as contracções cardíacas. É usada em bebidas energéticas devido ao seu efeito desintoxicador, facilitando a excreção de substâncias que não são mais importantes para o corpo pelo fígado ***planta utilizada na medicina chinesa há milhares de anos para incrementar a longevidade e a qualidade de vida. Sabe-se que o ginseng proporciona melhoras na circulação sanguínea, gerando, consequentemente, melhora generalizada na disposição física e mental

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