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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capitulo 24

Avery era uma usuária de Espírito.

“Oh merda.”

Eu sentei de volta na cama, minha mente revirando. Eu nunca tinha visto isso chegar. Inferno, ninguém tinha. Avery tinha feito um bom show em ser uma usuária de Ar. Cada Moroi tem um pequeno nível de controle de cada elemento. Ela só tinha feito o suficiente com ar para fazer parecer como se aquela fosse sua especialização.

Ninguém tinha questionado ela mais adiante porque honestamente, quem teria algum dia esperado outro usuário de Espírito por perto? E desde que ela estava fora da escola, ela não tinha mais nenhuma razão para ser testada ou forçada a demonstrar sua habilidade. Ninguém estava lá para questioná-la sobre isso.

Quanto mais eu pensava nisso, mais os pequenos sinais estavam lá. A personalidade carismática, o modo como ela conseguia convencer as pessoas de qualquer coisa. Quantas de suas interações eram controladas por Espírito? E era possível... era possível que a atração de Adrian tinha sido compulsão por parte dela?

Eu não tinha nenhuma razão para me sentir feliz por isso, porém... bem, eu estava. Voltando ao ponto, o que Avery queria com Lissa? Avery compelindo Adrian em gostar dela não era muito estranho. Ele era bonito e vinha de uma importante família.

Ele era o sobrinho-neto da rainha, e apesar dos membros da família do atual monarca nunca pudessem herdar o trono logo depois, ele teria um bom futuro, um que poderia sempre mantê-lo nos mais altos ciclos da sociedade.

Mas Lissa? Qual era o jogo de Avery com ela? O que ela tinha a ganhar? Todo o comportamento de Lissa fazia sentido agora – a não característica festividade, estranhos humores, ciúmes, brigas com Christian... Avery estava levando Lissa ao limite, fazendo ela tomar horríveis escolhas. Avery estava usando algum tipo de compulsão para tirar Lissa do controle, alienando e colocando a vida dela em risco. Porque? O que Avery queria?

Isso não importava. O porque não era importante. O como era, em relação de como eu iria sair daqui e voltar para minha melhor amiga.

Eu para mim, para o delicado vestido de seda que eu usava. De repente, eu o odiei. Ele era um sinal de como eu tinha estado, fraca e inútil. Eu apressadamente o tirei e saqueei meu guarda-roupa. Eles tinham levado meu jeans e blusa, mas pelo menos eu tinha sido permitida de manter meu casaco com capuz. Eu coloquei o vestido de tricô verde, vendo que essa era a coisa mais robusta que eu tinha, me sentindo assim moderadamente mais capaz. Eu coloquei o casaco sobre ele. Isso dificilmente me fazia sentir com uma guerreira fodona, mas eu me sentia mais competente. Suficientemente vestida para a ação, eu retornei para a sala e comecei a andar o que tendia a me ajudar a pensar melhor – não que eu tivesse alguma razão para acreditar

que iria conseguir chegar a novas idéias. Eu vinha tentando isso há dias e dias sem sorte. Nada iria mudar.

“Merda!” eu gritei, me sentindo melhor com a explosão. Irada, me esparramei na cadeira da escrivaninha, pasma por eu não ter simplesmente jogado ela contra a parede por frustração.

A cadeira balançou, mesmo que bem pouquinho.

Franzindo a testa, eu me levantei e a olhei. Tudo mais nesse lugar era moderno. Estranho que eu tivesse uma cadeira defeituosa. Eu me ajoelhei e a examinei mais de perto. Lá, em uma das pernas, estava uma fissura perto de onde a perna se juntava a base da cadeira. Eu encarei. Todos os móveis daqui eram reforçados, com juntas não óbvias. Eu deveria saber, observando por quanto tempo eu a tinha batido contra a parede logo quando eu cheguei. Eu nem a tinha dentado.

De onde essa fissura tinha vindo? A batendo de novo e de novo não tinha feito nada.

Mas eu não tinha sido a única a bater nela.

Naquele primeiro dia, eu lutei com Dimitri e fui pra cima dele com a cadeira. Ele tinha pegado ela de mim e a jogado contra a parede. Eu nunca prestei atenção nela de novo, tendo desistido de quebrá-la. Quando eu mais tarde tentei quebrar a janela, eu usei a mesinha porque ela era mais pesada. Minha força não era capaz de danificar a cadeira – mas a dele era.

Eu peguei a cadeira e imediatamente a bati contra aquela janela dura como diamante, meio que esperando que pudesse matar dois pássaros com uma pedra. Não. As duas

continuaram intactas. Assim eu fiz de novo. E de novo. Eu perdi a conta de quantas vezes eu bati aquela cadeira no vidro. Minhas mãos doíam, e eu sabia que apesar da minha recuperação, eu ainda não estava com toda a força. Isso era

enfurecedor.

Finalmente, no que parecia minha milionésima tentativa, eu olhei a cadeira e vi que a fissura tinha crescido. O progresso renovou minha força de vontade e força. Eu bati e bati, ignorando a dor enquanto a madeira machucava minhas mãos. Finalmente, eu ouvi um crack, e a perna quebrou. Eu a peguei e a olhei maravilhada. A quebra não tinha sido limpa. Era estilhaçada e com pontas afiadas. Afiada o bastante para ser uma estaca? Eu não tinha certeza. Mas eu sabia com certeza que a madeira era dura, e se eu usasse força o suficiente, eu poderia conseguir atingir o coração de um Strigoi. Isso não mataria um, mas o golpe o deixaria aturdido. Eu não sabia se isso seria o suficiente para me tirar daqui, mas era tudo o que eu tinha. E merda, isso era muito mais do que eu tinha uma hora atrás.

Eu sentei de volta na cama, me recuperando da batalha com a cadeira e lançando a improvisada estaca para frente e para trás. Ok. Eu tinha uma arma agora. Mas o que eu poderia fazer com isso? O rosto de Dimitri apareceu em minha mente. Merda. Não havia duvidas sobre isso. Ele era o alvo óbvio, aquele que eu teria de lidar primeiro.

A porta de repente clicou e abriu, e eu olhei para cima em alarme. Rapidamente, eu joguei a cadeira em um canto escuro enquanto o pânico se espalhava por mim. Não, não. Eu não estava pronta. Eu não tinha me convencido

totalmente de usar a estaca nele – era Inna. Ela carregava uma bandeja mas não estava com sua expressão usual de subserviência. O breve olhar que ela me deu estava cheio de ódio. Eu não sabia sobre o que ela tinha para estar tão irritada. Não era como se eu tivesse causado a ela algum dano. Ainda.

Eu me aproximei como se fosse examinar a bandeja. Levantando a tampa, eu vi um sanduíche de presunto e batatas fritas. Parecia bom – eu não comia a um tempo – porém a adrenalina correndo pelo meu corpo tinha acabado com o meu apetite que eu poderia ter lá no fundo. Eu olhei de volta para ela, sorrindo docemente. Ela me jogou adagas pelos olhos Não hesite, Dimitri tinha sempre falado. Eu não hesitei.

Pulei em Inna, a jogando tão forte contra o chão que a cabeça dela bateu. Ela parecia atordoada, mas rapidamente se recuperou e tentou lutar de volta. Eu não estava drogada dessa vez – bem, não muito – e meus anos de treinamento e força natural finalmente voltaram a aparecer. Eu pressionei meu corpo contra o dela, mantendo-a firme-mente no lugar. Então, eu puxei a estaca que tinha escondido e pressionei aquelas pontas afiadas contra o pescoço dela.

Era como estar de volta nos dias de imobilizar Strigoi nos becos. Ela não conseguia ver que minha arma era uma perna de cadeira, mas as pontas afiadas prenderam sua atenção enquanto eu as afundava em sua garganta.

“O código,” eu disse. “Qual é o código?”

A única resposta dela foi um monte de obscenidades em russo. Ok, nenhuma surpresa, considerando que ela provavelmente não me entendeu. Eu repassei pelo meu escasso dicionário mental de russo-inglês. Eu estava no país tempo suficiente para pegar algum vocabulário. Admitidamente, ele era equivalente a de uma criança de dois anos, mas até eles conseguiam se comunicar.

“Números,” eu disse em russo. “Porta,” pelo menos, foi o que eu esperei ter dito. Ela disse mais coisas mal educadas para mim, sua expressão desafiante. Realmente era a repetição da interrogação dos Strigoi. Minha estaca afundou mais, tirando sangue, e eu forçadamente me restringi. Eu poderia ter duvidas se tinha a força para acertar o coração de um Strigoi com ela, mas cortar umas veias? Facinho. Ela vacilou um pouco, aparentemente percebendo a mesma coisa. De novo, eu tentei meu russo falho. Mato você. Nenhum Nathan. Nunca...” qual era a palavra? A missa na igreja voltou a minha memória, e eu esperava que tivesse entendido direito. “Nunca vida eterna.”

Eu peguei a atenção dela. Nathan e vida eterna. As coisas mais importantes para ela. Ela mordeu o lábio, ainda com raiva, mas seus xingamentos tinham parado.

“Números. Porta,” eu repeti. Empurrando a estaca com mais força, e ela uivou de dor.

Depois disso ela falou, tagarelando uma série de dígitos. Números russos eram uma coisa que eu tinha memorizado muito bem, pelo menos. Eles eram essenciais para endereços e números de telefone. Ela citou 7 números.

“De novo,” eu disse. Eu a fiz dizer 3 vezes e esperava que eu tivesse memorizado. Mas havia mais. Eu tinha certeza que a porta de fora tinha um código diferente.

“Números. Porta. dois.” Eu me senti como o homem das cavernas. Inna me encarou, não entendendo direito.

“Porta. Dois.”

Entendimento brilhou em seus olhos, e ela parecia furiosa. Eu acho que ela esperava que eu não percebesse que a outra porta tinha seu código próprio. Mais cortes feitos com a estaca fizeram ela gritar mais sete números. De novo, eu a fiz repeti-los, percebendo que eu não teria como saber se ela estava falando a verdade – pelo menos até eu tentar os números. Por essa razão, eu decidi mantê-la por perto.

Eu me senti culpada pelo o que eu fiz depois, mas esses eram tempos desesperados. No treinamento para guardiões, eu fui ensinada a tanto matar quanto incapacitar. Eu fiz o último dessa vez, batendo a cabeça dela contra o chão e fazendo-a ficar inconsciente. A expressão dela ficou frouxa, suas pálpebras fecharam. Merda. Eu fui reduzida a machucar adolescentes humanos.

Levantando, me movi para a porta e coloquei o conjunto de números, esperando que estivessem certos. Para minha completa e absoluta surpresa, eu consegui. A tranca elétrica clicou, mas antes que eu pudesse abrir a porta, eu ouvi vagamente outro clique. Alguém tinha destrancado a porta de fora.

“Merda,” eu murmurei.

Eu me afastei da porta imediatamente, pegando o corpo inconsciente de Inna, e me apressando para o banheiro. Eu

a coloquei tão gentilmente quanto possível na banheira e tinha acabado de fechar a porta do banheiro quando ouvi a porta principal abrir. Eu senti a anunciante náusea que sinalizava quem um Strigoi estava por perto.

Eu sabia que um dos Strigoi poderia sentir o cheiro de um humano, e esperava que trancando ela fosse o suficiente para diminuir o cheiro de Inna. Eu sai do corredor e encontrei Dimitri na sala. Eu sorri para ele e corri para seus braços.

“Você está de volta,” eu disse feliz.

Ele me segurou brevemente e então se afastou. “Sim.” Ele parecia levemente agradado pela saudação, mas logo seu rosto estava todo negócios. “Você tomou sua decisão?”

Nenhum olá. Nenhum como você está se sentindo? Meu coração afundou. Esse não era Dimitri.

“Eu tenho mais perguntas.”

Eu fui para a cama e deitei de forma casual, assim como nós sempre fazíamos. Ele esperou alguns momentos depois e sentou na beirada, olhando para mim.

“Quanto tempo isso vai levar?” eu perguntei. “Quando você me despertar? É instantâneo?”

Mais uma vez, eu me joguei em uma sessão de interrogatório. Honestamente, eu estava ficando sem perguntas, e a esse ponto, eu realmente não queria saber as complexidades de se tornar Strigoi. Eu estava ficando mais e mais agitada ao passar de cada momento. Eu tinha que agir. Eu tinha que usar minha fugaz oportunidade aqui. Mas ainda... antes que eu pudesse agir, eu tinha que me reassegurar que esse realmente não era Dimitri. Era

estúpido. Eu deveria saber por agora. Eu podia ver as mudanças físicas. Eu vi a frieza e brutalidade dele. Eu o vi logo depois de matar. Esse não era o homem que eu amava. Mas ainda... por aquele rápido momento mais cedo... Com um suspiro, Dimitri se estendeu do meu lado. “Rose,” ele interrompeu, “se eu não soubesse melhor, eu diria que você está enrolando.” Yeah, mesmo como um Strigoi, Dimitri sabia como eu pensava e tramava. Eu percebi que se quisesse ser convincente, eu tinha que parar de bancar a boba e lembrar de ser Rose Hathaway.

Eu coloquei um olhar de ultraje. “Claro que eu estou! Isso é uma grande coisa. Eu vim aqui para te matar, e agora você está pedindo para eu me juntar a você. Você acha que isso é fácil para eu fazer?”

“Você acha que é fácil para eu esperar todo esse tempo?” ele perguntou. “Os únicos que tem escolha são os Moroi que por vontade própria matam, como os Ozeras. Ninguém mais tem escolha. Eu não tive escolha.”

“E você não lamenta isso?”

“Não, não agora. Agora que eu sou quem estava destinado a ser.” Ele franziu a testa. “A única coisa que se machucou foi o meu orgulho – que Nathan me forçou e que ele age como se eu estivesse em débito com ele. Que é o porque eu estou sendo bom o suficiente para te dar uma escolha agora, por causa do seu orgulho.”

Bom, huh? Eu olhei para ele e senti meu coração se quebrar de novo. Era como ouvir as notícias de sua morte mais uma vez. Eu de repente fiquei com medo de começar a chorar.

Não. Sem lágrimas. Dimitri sempre falava sobre presa e predador. Eu tinha que ser o predador.

“Você está suando,” ele disse de repente. “Porque?”

Maldição, maldição, maldição. Claro que eu estava suando. Eu estava pensando em enfiar uma estaca no homem que eu amava – ou achava que amava. E junto com o suor, eu tinha certeza que eu estava emitindo feromônios pela minha agitação. Strigoi podiam cheirar todas essas coisas, também.

“Porque estou assustada,” eu sussurrei. Eu me sustentei e acariciei a extremidade do seu rosto, tentando memorizar todas as suas feições. Os olhos. O cabelo. A forma de seus ossos da bochecha. Na minha imaginação, eu revi as coisas que lembrava. Olhos escuros. Pele bronzeada. Sorrido doce. “Eu... eu acho que estou pronta.”

“Essa será a melhor decisão da sua vida, Roza.”

Minha respiração estava ficando mais rápida, e eu rezei para ele pensar que isso era por causa de meu medo de ser transformada.

“Me diga de novo. Uma vez mais. Porque você quer tanto me despertar?”

Um olhar ligeiramente cansado passou por seu rosto. “Porque eu quero você. Eu sempre quis você.”

E foi ai que eu soube. Eu finalmente percebi o problema. Ele tinha me dado a mesma resposta de novo e de novo, e toda vez, algo sobre isso tinha me incomodado. Eu nunca tinha sido capaz de apontar o que era, entretanto. Agora eu podia. Ele me queria. Me queria do modo que pessoas queriam posses ou coleções. O Dimitri que eu conhecia...

aquele por quem eu tinha me apaixonado e dormido... aquele Dimitri teria dito que ele queria que nós ficássemos juntos porque ele me amava.

Não havia amor aqui.

Eu sorri para ele. Apoiando me, eu o beijei gentilmente. Ele provavelmente pensou que eu estava fazendo isso pelas mesmas razões que eu sempre fazia, pela atração e desejo. Na verdade, esse era um beijo de despedida. A boca dele respondeu a minha, seus lábios quentes e ansiosos. Eu segurei o beijo um pouco mais, tanto para segurar as lágrimas que desciam pelos meus olhos e para tranquilizá-lo até um estado de desconfiança, minha mão fechou ao redor da perna da cadeira, o qual eu tinha escondido no bolso do meu casaco. Eu nunca esqueceria Dimitri, não pelo resto da minha vida. E dessa vez, eu não esqueceria suas lições.

Com uma velocidade que ele não esperava, eu golpeei e mergulhei a estaca em seu peito. Minha força estava lá – deslizando a estaca pelas suas costelas e direto para seu coração.

E enquanto eu fazia isso, era como se ao mesmo tempo eu perfurasse meu próprio coração.

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