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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capitulo 25

Os olhos dele se alargaram em choque, seus lábios se separaram. Embora eu soubesse que isso não era uma estaca de prata, poderia muito bem ter sido. Para passar através do coração dele, eu tinha que agir tão decisivamente quanto eu teria agido se estivesse dando um golpe final. Eu finalmente tive que aceitar que Dimitri estava morto. Esse era um Strigoi. Não havia futuro com ele. Eu não me juntaria a ele. Isso ainda não impediu que parte de mim quisesse parar e deitar ao lado dele, ou pelo menos ver o que aconteceria em seguida. Depois daquela surpresa inicial, as feições dele e sua respiração pararam, dando a ilusão de morte. Mas era apenas isso – uma ilusão. Eu já tinha visto antes. Eu provavelmente tinha cinco minutos antes dele se levantar e tirar a estaca. Eu não tinha tempo para lamentar pelo que era o que poderia ter sido. Eu tinha que agir agora. Sem hesitar.

Eu passei minhas mãos por ele, procurando em suas roupas por algo que pudesse ser útil. Eu encontrei um molho de chaves e dinheiro. Eu guardei as chaves e comecei a deixar o dinheiro mas percebi que poderia precisar se eu tivesse a chance de escapar desse lugar. Meu próprio dinheiro foi levado quando eu cheguei. Eu também peguei algumas das jóias na mesa. Encontrar compradores para aquele tipo de coisa em grandes cidades russas não era difícil.

Se eu chegasse até a cidade. Eu levantei da cama e dei a Dimitri um último olhar doloroso. Algumas das lágrimas que

escondi dele mais cedo agora corriam pelo meu rosto. Isso era tudo que eu poderia me permitir. Se eu tivesse um mais tarde, eu iria lamentar lá. Antes de partir, meu olhar foi para a estaca. Eu queria levar ela comigo; era minha única arma. A tirar significava que ele iria acordar em um minuto. Eu precisava de tempo extra. Com um suspiro, eu dei as costas para ele, esperando encontrar uma arma em outro lugar.

Eu fui até a porta da suíte e digitei o código de novo. Ela destravou, e eu sai no corredor. Antes de passar pela próxima porta, eu examinei aquela pela qual tinha acabado de passar. Para entrar na suíte, outro teclado. Entrar também requeria um código. Me afastando um pouco, eu atingi e chutei o teclado com o máximo de força que consegui. Eu fiz isso mais duas vezes, até que a pequena luz vermelha apagou. Eu não sabia se isso iria afetar a tranca do lado de dentro, mas nos filmes, danificar trancas eletrônicas sempre parecia funcionar.

Voltando minha atenção para a próxima tranca, eu tentei lembrar os números que Inna tinha me dito. Eles não estavam tão forte na minha cabeça a princípio. Eu digitei 7 números. A luzinha permaneceu vermelha.

“Merda.” Era possível que ela tivesse mentido sobre o código, mas de alguma forma, eu suspeitava que minha memória era a culpada aqui. Eu tentei de novo, sabendo que o tempo estava passando no tempo que eu tinha até Dimitri vir atrás de mim. A luz vermelha piscou de novo. Quais eram os números? Eu tentei visualizar eles na minha cabeça e finalmente decidi que não tinha certeza sobre os

dois últimos. Eu reverti a ordem deles na próxima vez que digitei o código. A luz piscou verde, e a porta se destrancou.

É claro, havia um sistema diferente de segurança do lado de fora. Um Strigoi. E não só qualquer Strigoi: era Marlen. O que eu torturei no beco. O que me odiava porque eu o desgracei na frente de Galina. Ele estava claramente de guarda e parecia esperar uma noite chata. Eu sair pela porta foi um choque. Isso me deu, oh, cerca de um milésimo de segundo de surpresa. Meu primeiro pensamento foi correr com o máximo de força bruta que eu podia. Eu sabia que ele faria o mesmo para mim. Na verdade... era exatamente isso que ele faria.

Eu fiquei onde estava, parada para que pudesse manter a porta aberta. Ele veio até mim para impedir minha fuga, e eu pulei para o lado, abrindo a porta ainda mais.

Agora, eu não tinha nem a habilidade o bastante e ele não era inepto o bastante para simplesmente entrar. Ele parou na porta, tentando me segurar. Isso me deu a difícil tarefa de tentar tanto acertar ele quanto arrastar ele para o corredor atrás da porta.

Eu fui para trás dentro da porta, esperando que ele seguisse. Enquanto isso, eu tive que manter a porta aberta. Era tudo complicado, e eu não ia ter tempo para digitar o código de novo.

Lutamos em um lugar confinado. A melhor coisa que eu tinha a meu favor era que Marlen parecia ser um Strigoi jovem, o que fazia sentido. Galina iria querer manter por perto gente que ela pudesse controlar. É claro, a força e velocidade dos Strigoi compensa pela falta de experiência.

O fato de que ele costumava ser um Moroi também significava que ele provavelmente teve pouco treinamento. Isso era um bônus para mim. Dimitri era um Strigoi fodão porque ele tinha treinado como um lutador antes de ser transformado. Esse cara não tinha.

Então, Marlen acertou alguns socos, um vindo perigosa-mente perto do meu olho. O outro me acertou no estômago, tirando o ar de mim por meio segundo. Mas a maior parte do tempo eu fui capaz de desviar dele muito bem. Isso pareceu enfurecer ele. Levar uma surra de uma adolescente não te dava pontos quando você era um Strigoi. A um certo ponto, eu até enganei ele com uma direção e com um chute surpresa – mais fácil do que eu esperava naquele vestido maldito – que o fez recuar alguns passos. Eu consegui por pouco manter minha mão na porta quando eu fiz isso, mas era tudo que eu precisava. Ele tropeçar me deu alguns segundos para sair pela porta e entrar no corredor. Infelizmente quando tentei fechá-la ele já estava tentando passar.

Com minhas mãos eu tentei fechar a porta enquanto chutava ele para dentro. Lutamos desse jeito por um tempo, e graças a qualquer sorte que eu tinha sobrando, eu fechei a porta o bastante para que só o braço dele estivesse pra fora. Me preparando, eu empurrei a porta contra mim em um enorme e forçoso movimento. Ela bateu no pulso de Marlen. Eu meio que esperava ver a mão decepada e caída no corredor, mas ele a tirou. Até um Strigoi tem certos instintos para evitar dor.

Ofegando – minha força física ainda não era tudo o que poderia ser – eu me afastei. Se ele sabia o código, isso teria sido por nada. Um momento depois, a maçaneta se mexeu mas não abriu. Eu ouvi um grito de raiva, e então os punhos dele bateram contra a porta.

Ponto pra mim. Não, ponto para a sorte. Se ele soubesse o código teria sido – Batida. Marlen ainda estava batendo na porta, e eu vi um pequeno amasso aparecer na superfície metálica.

“Oh, merda,” eu disse.

Eu não fiquei por perto para ver quantos golpes levaria para ela quebrar. Eu também percebi que mesmo que eu tenha desarmado a primeira fechadura, Dimitri seria capaz de quebrar ela também. Dimitri...

Não. Eu absolutamente não podia pensar nele agora.

Enquanto eu corria pelo corredor, indo em direção as escadas que Dimitri e eu descemos antes, uma inesperada memória de repente apareceu na minha cabeça.

Quando Dimitri tinha ameaçado Nathan pela última vez, ele mencionou pegar minha estaca de um cofre. Que cofre era exatamente? Era aqui no perímetro? Se era, eu certamente não tinha tempo de procurar. Quando enfrentar a escolha de fazer uma busca em uma casa de quatro andares cheia de vampiros ou correr antes deles te encontrarem... bem, essa escolha era clara.

E foi no meio desse processo que eu encontrei um humano no topo das escadas. Ele era mais velho que Inna e carregava uma bandeja de linho que ele derrubou quando nos colidimos. Com quase nenhuma pausa, eu o agarrei e o

joguei contra a parede. Eu não tinha nenhuma arma para ameaçar ele e me perguntei como iria forçar minha vontade agora. Ainda sim, assim que o prendi, ele ergueu seus braços em um gesto defensivo e começou a falar em russo. Não haveria nenhum ataque contra mim.

É claro, agora eu tinha o problema de comunicar o que eu precisava. Marlen ainda estava batendo na porta, e Dimitri iria levantar em alguns segundos. Eu olhei para o humano, esperando parecer assustadora. Pela expressão dele, eu parecia. Tentando a conversa neandertal que eu tive com Inna.... só que dessa vez a mensagem era um pouco mais difícil.

“Vara,” eu disse em russo. Eu não fazia idéia qual era a palavra para estaca. Eu apontei para o anel de prata que eu usava e fiz um movimento de corte. “Vara. Onde?”

Ele me olhou confuso, e então perguntou em um inglês perfeito, “Porque você está falando assim?”

“Oh pelo amor de Deus,” eu exclamei. “Onde é o cofre?”

“Cofre?”

“O lugar que eles mantém armas?”

Ele continuou a encarar.

“Estou procurando por uma estaca de prata.”

“Oh,” ele disse. “Isso.” Agitado, ele olhou em direção as batidas.

Eu o empurrei com mais força contra a parede. Meu coração parecia que iria explodir pra fora do meu peito, mas eu tentei controlar. Eu queria que esse cara pensasse que eu era invencível. “Ignore ele. Me leve para o cofre. Agora!”

Com um assustado uivo, ele acenou ansiosamente e me levou pelas escadas. Nós descemos para o segundo andar e fizemos uma volta. Os corredores eram tão distorcidos quanto o labirinto que Dimitri tinha me mostrado, todo decorado em ouro e com candelabros, e eu me perguntei se seria capaz de sair da casa. Tentar esse desvio era um risco, mas eu não tinha certeza se iria conseguir sair sem ser seguida. Se eu fosse, haveria um confronto. Eu precisava me defender.

O humano me levou para outro corredor e então outro. Finalmente, chegamos em uma porta que parecia como qualquer outra. Ele parou e olhou para mim com expectativa.

“Abra,” eu disse.

Ele balançou a cabeça. “Não tenho a chave.”

“Bem, eu certamente não – espere.” Eu pus a mão no bolso e tirei as chaves que roubei de Dimitri. Haviam cinco chaves no molho. Eu tentei uma por vez, e na terceira, eu consegui. A porta abriu. Enquanto isso, meu guia estava dando olhares para trás e parecia pronto para fugir.

“Nem pense nisso,” eu avisei. Ele empalideceu e ficou onde estava. O quarto não era muito grande, e enquanto o carpete branco e as pinturas com molduras em prata fizessem ele parecer elegante, o quarto era... bem, basicamente, parecia como um quarto de tralhas. Caixas e estranhos objetos – muitos itens pessoais como relógios e anéis em particular – estavam soltos sem nenhuma ordem. “O que é isso?”

“Mágica,” ele disse, ainda obviamente assustado. “Itens mágicos mantidos até para serem destruídos ou desaparecem.”

Mágica... ah. Eles eram amuletos da mágica Moroi. Amuletos sempre tinham algum tipo de efeito em Strigoi – normalmente não agradável – com as estacas sendo o pior, já que elas usavam os 4 elementos. Fazia sentido que Strigoi quisessem isolar objetos que feriam e se livrar – “Minha estaca!”

Eu corri e a peguei, quase a derrubando porque minhas mãos estavam muito suadas. A estaca estava no topo de um caixa com roupas e umas pedras estranhas. A estudando, percebi que não era minha estaca – não que fizesse diferença para matar Strigoi. Essa estaca era quase idêntica, a não ser pelo pequeno padrão geométrico na base. Era algo que os guardiões faziam de tempos em tempos quando eles se sentiam particularmente ligados a estaca: fazer um design ou colocar suas iniciais. Segurando essa estaca, eu senti uma momentânea tristeza. Isso tinha pertencido a alguém que a usou com orgulho uma vez, alguém que provavelmente estava morto. Só Deus sabe quantas outras dezenas de estacas estavam aqui, tomadas de prisioneiros, mas eu não tinha tempo para procurar ou lamentar pelos que haviam morrido.

“Ok, agora eu quero que você me leve para...” Eu hesitei. Mesmo com a estaca, seria melhor para mim se eu não enfrentasse mais nenhum Strigoi. Eu tinha que assumir que eles ainda faziam guarda na porta da frente. “... a algum

quarto nesse andar com uma janela que abra. E que seja longe das escadas.”

O cara pensou por um momento e então deu um rápido aceno. “Por aqui.”

Eu o segui por outro labirinto de corredores. “Qual seu nome?”

“Oleg.”

“Sabe,” eu disse. “Estou saindo daqui... se quiser... se quiser, eu posso te levar comigo.” Ter mais alguém – um humano em particular – definitivamente iria me atrasar. Ainda sim, minha consciência não me permitiria o deixar para trás nesse lugar. Ele me deu um olhar incrédulo. “Porque eu iria querer fazer isso?” Sydney definitivamente esteve certa sobre os humanos fazerem um grande sacrifício pela imortalidade. Oleg e Inna eram a prova viva.

Viramos um canto e nos deparamos com elaboradas portas francesas. Através do vidro, eu podia ver prateleiras, se esticando até o topo das paredes. Uma biblioteca – uma enorme que se estendia sem fim, para longe da minha vista. Melhor ainda, eu vi uma grande janela ao lado oposto ao meu, emoldurada com pesadas cortinas de cetim da cor de sangue.

“Perfeita,” eu disse, abrindo as portas.

Foi quando a náusea me atingiu. Não estávamos sozinhos no aposento. Galina saiu da cadeira perto da lareira do lado mais distante do aposento. Um livro caiu do colo dela. Eu não tinha tempo para ficar achando estranho um Strigoi ler ao lado da lareira, porque ela estava vindo em minha direção. Eu quase pensei que Oleg tinha armado para mim,

mas ele estava abaixado em um canto, seu rosto espelhando o choque que eu sentia. Apesar do enorme tamanho da biblioteca, ela me alcançou em segundos.

Eu me esquivei do ataque inicial dela – ou tentei, pelo menos. Ela era rápida. Fora Dimitri, os outros Strigoi nessa casa eram claramente o time-B, e eu esqueci o quão fodão um Strigoi verdadeiramente habilidoso era. Ela me pegou pelo braço e me balançou em direção a ela, a boca aberta e as presas indo direto para o meu pescoço. Eu tinha a estaca na minha mão e tentei constrangedoramente pelo menos arranhar ela, mas ela estava me segurando com muita força. Pelo menos eu consegui desviar um pouco e mover minha garganta para fora do alcance dela, mas tudo o que isso fez foi dar a ela a oportunidade para agarrar meu cabelo. Ela me puxou para cima, e eu gritei de dor. Era impressionante como ela conseguiu segurar meu cabelo sem o arrancar. Ainda me agarrando, ela me empurrou para a parede.

Quando eu lutei com Dimitri quando cheguei, ele foi duro, mas não queria me matar. Galina queria. Ela tinha acreditado que eu seria uma vantagem por causa de Dimitri, mas agora era óbvio que eu era realmente um incomodo. A anistia dela havia terminado, e ela pretendia me matar. Eu pelo menos tinha o conforto de saber que ela provavelmente não iria me transformar em um Strigoi. Eu seria o almoço.

Um grito de repente chamou minha atenção para porta. Dimitri estava ali, o rosto brilhante de raiva. Qualquer que fosse a ilusão que eu tinha sobre ele ser o seu antigo eu

desapareceu. Aquela fúria irradiava dele, os olhos dele estreitos e as presas se mostrando. A pele pálida e os olhos vermelhos se contrastavam um com o outro. Ele era como um demônio enviado direto do inferno para me destruir. Ele andou em nossa direção, e meu pensamento imediato foi: Bem, pelo menos as coisas vão terminar muito mais rápido.

Só que... não fui eu quem ele atacou. Foi Galina.

Eu não tenho certeza quem de nós ficou mais surpresa, mas naquele momento, eu fui totalmente esquecida. Os Strigoi lutavam um contra o outro, e eu congelei, atordoada com a terrível beleza da luta deles. Havia quase uma graciosidade nos movimentos deles, no jeito que eles atacavam e esquivavam. Eu observei por um pouco mais de tempo e então em mentalmente me coloquei para agir. Essa era minha chance de sair dali. Eu não podia me distrair. Eu virei para janela, procurando freneticamente por meios de abrir ela. Não havia nenhum. “Filho da mãe!” Talvez Oleg tivesse armado para mim afinal de contas. Ou talvez houvesse algum mecanismo que não era aparente para mim. Independentemente, eu me sentia confiante de que havia um jeito de abrir ela.

Eu corri para o lado do aposento onde Galina tinha estado sentada e agarrei a cadeira ornamentada de madeira. Era óbvio que essa janela não era feita do vidro duro do meu quarto. Esse negócio era similar as portas francesas da biblioteca, delicadas e engravidadas com um design caprichoso, embora fosse escura. Não era necessário muita força para quebrar ela. Depois de toda aquela batida inútil

no meu quarto, eu fiquei satisfeita em jogar a cadeira com o máximo de força possível. O impacto fez um enorme buraco de um lado da janela, vidro se espalhando por toda parte. Alguns cacos atingiram meu rosto, mas não era nada para se preocupar agora.

Atrás de mim, os sons da batalha continuavam. Haviam grunhidos e choros abafados enquanto eles lutavam, assim como o som ocasional de um móvel quebrando. Eu ansiava virar e ver o que estava acontecendo, mas eu não podia. Eu pegue a cadeira e bati com ela de novo, quebrando a outra metade da janela. Agora havia um enorme buraco, perfeito para mim passar.

“Rose! “

A voz de Dimitri ativou alguma resposta instintiva para mim. Eu olhei para trás e vi ele agarrando Galina. Os dois estavam exaustos, mas era claro que ele estava pior. Mas na luta deles, ele continuava tentando segurar ela de um jeito que deixava exposto o peito dela para mim. Os olhos dele encontraram os meus. Quando ele era um Dhampir, raramente precisávamos de palavras para comunicar nossos pensamentos. Essa era uma daquelas vezes. Eu sabia o que ele queria que eu fizesse. Ele queria que eu empalasse ela.

Eu sabia que não deveria. Eu precisava pular daquela janela agora mesmo. Eu precisava deixar eles lutarem, embora parecesse óbvio que Galina estava prestes a ganhar. E ainda sim... apesar da minha desconfiança, uma força me fez passar pelo aposento, com a estaca colocada e pronta. Talvez fosse porque eu nunca iria perder minha ligação com Dimitri, não importava o tipo de monstro que ele se tornou.

Talvez porque meu inconsciente senso de dever, já que eu sabia que ele tinha acabado de salvar minha vida. Ou talvez fosse porque eu sabia que um Strigoi iria morrer hoje a noite, e ela era a mais perigosa.

Mas ela não era fácil de segurar. Ela era rápida e forte, e ele estava tendo dificuldades com ela. Ela ficava girando, tentando renovar seu ataque. Tudo o que ela precisava fazer era incapacitar ele como eu tinha feito; então só era preciso decapitar ou atiçar fogo para terminar com ele. Eu não tinha duvidas que ela poderia arranjar qualquer um desses.

Ele conseguiu virar ela levemente, me dando a melhor vista do peito dela. Eu me movi para frente – e então Dimitri bateu em mim. Eu fiquei enganada por um momento, me perguntando porque ele me atacou depois de me salvar, até que eu percebi que ele foi empurrado – por Nathan. Nathan tinha acabado de entrar na biblioteca, junto com Marlen. Isso distraiu Dimitri mas não eu. Eu ainda tinha a abertura que ele me deu em Galina, e eu coloquei minha estaca no peito dela. Não entrou tão profundamente quanto eu gostaria, e ela ainda conseguiu lutar comigo, apostando alto. Eu fiz uma careta e empurrei mais para frente, sabendo que a prata tinha que estar afetando ela. Um momento depois, eu vi a dor contorcer o rosto dela. Ela vacilou, e eu forcei minha vantagem, empurrando a estaca até o fim. Levou vários segundos, mas ela eventualmente parou de se mover, seu corpo caindo no chão. Se os outros Strigoi notaram a morte dela, eles não prestaram atenção. Nathan e Marlen estavam concentrados em Dimitri. Outro

Strigoi – uma mulher que eu não reconheci – logo se juntou ao confronto. Eu tirei minha estaca de Galina e devagar comecei a recuar para a janela, esperando não atrair muito a atenção. Meu coração bateu por Dimitri. Ele estava em menor número. Eu podia emprestar minha força e ajudar ele a lutar...

É claro, minha força estava terminando. Eu ainda estava sofrendo pelos dias de mordida de vampiro e perda de sangue. Eu lutei com dois Strigoi hoje a noite e matei um poderoso. Essa foi uma boa ação, remover ela do mundo. A próxima melhor coisa que eu poderia fazer era partir e deixar esses Strigoi acabarem com Dimitri. Os sobreviventes ficariam sem líder e seriam uma ameaça menor. Dimitri ficaria liberto do seu estado maligno, sua alma finalmente capaz de ir para um lugar melhor. E eu iria viver (com sorte), ajudando o mundo a matar mais Strigoi.

Eu bati no parapeito e olhei para fora. Era noite – nada bom. A parede da mansão não era ideal para uma escada também. Poderia ser feito, mas iria levar tempo. Eu não tinha mais tempo. Diretamente abaixo da janela tinha uma grossa folhagem de algum tipo. Eu não conseguia ver claramente e só esperava que não fosse uma roseira ou algo igualmente afiado. Mas uma queda do segundo andar não iria me matar. Provavelmente nem iria doer – muito.

Eu subi na beirada, brevemente encontrando o olhar de Dimitri enquanto os outros Strigoi se moviam para cima dele. As palavras vieram de novo: Não hesite. A importante lição de Dimitri. Mas não tinha sido a sua primeira. A sua

primeira lição tinha sido sobre eu estar em menor número e sem opção: corra.

Hora para eu correr.

Eu saltei da janela.

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