E com esse frase, Rose deixou-me para que pudesse dizer adeus aos outros. Suas palavras me deixaram gelada. Por meio segundo, eu queria um requerimento para uma reavaliação desta missão. Eu queria insistir para que eles não enviassem menos do que uma dúzia de guardiões para a Jill, no caso de os ataques voltarem. Logo, eu neguei esse pensamento. Uma das peças chave deste plano era simplesmente não atrair atenção. Enquanto o seu paradeiro fosse segredo, Jill estava mais segura se ela se misturasse. Um esquadrão de guardiões dificilmente seria discreto e poderia atrair um aviso na alta comunidade Moroi. Nós estavamos fazendo a coisa certa. Enquanto ninguém soubesse que estávamos aqui, tudo estaria bem. Certamente, se eu dissesse a mim mesma isto muitas vezes, seria suficiente para se tornar verdadeiro. Mas porque a declaração ameaçadora de Rose? Porque a presença de Eddie? Tinha esta missão realmente sido colidido de –inconveniente– para –risco de vida–? Conhecendo como Jill e Rose eram chegadas, eu meio que esperava que seu adeus fosse ser mais choroso. Em vez disso, foi Adrian quem Jill teve mais dificuldade de se despedir. Ela atirou-se para ele num abraço gigante, dedos agarrando a sua camisa. A jovem rapariga Moroi tinha permanecido calma durante maior parte da visita, simplesmente assistindo o resto de nós desta maneira, era curioso o nervoso dela. O máximo que eu tinha ouvido Jill falar foi quando Lee tinha tentado puxa-la para fora mais cedo. A despedida dela parecia demonstrar surpresa a Adrian também, embora o olhar sarcástico que ele usava em seu rosto suavizou em algo parecido como afecto
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quando ele bateu o ombro dela desajeitadamente. –Lá, lá, Jailbait. Eu vou te ver novamente em breve. – –Eu queria que você estivesse indo connosco–, disse ela em voz baixa. Ele deu-lhe um sorriso torto. –Não, você não quer. Talvez o resto deles consigam ir longe com o jogo ‘de volta á escola’, mas eu seria expulso no meu primeiro dia. Pelo menos aqui, não vou desviar ninguém… a menos que seja o Clarence e o armário de bebidas dele. – –Eu vou estar em ligação–, prometeu Jill. Seu sorriso se contraiu, e ele deu-lhe um olhar de conhecimento, um olhar surpreso e triste. –Eu então.– Este pequeno momento entre eles foi estranho. Com sua natureza, arrogante e petulante sua timidez doce, parecia um par improvável de amigos. Ainda não havia afeição óbvia entre eles. Não parecia romântico, mas tinha uma intensidade definida que eu não entendia muito bem. Lembrei-me da conversa que ouvi entre Abe e Adrian, onde Abe disse a Adrian que era crucial ficar perto de Jill. Algo me disse que havia uma conexão entre isso e o que eu estava vendo agora, mas eu não tinha informações suficientes para junta-los todos. Eu arquivei este mistério para mais tarde. Eu estava triste por deixar Rose, mas feliz que a nossa partida significava a despedida de Abe e Keith. Abe saiu com o seu típico estilo crítico e com um olhar de conhecimento para cima de mim e que eu não apreciei. Eu larguei o Keith no seu lugar antes de ir para Amberwood, e ele me disse que ia me manter actualizada. Honestamente, eu perguntava o que exactamente ele tinha para actualizar-me, desde que eu estava fazendo a maioria do trabalho por aqui. Tão longe quanto eu poderia dizer, ele realmente não tinha nada a fazer senão vaguear ao redor de seu apartamento do centro. Ainda assim, valeu a pena para me livrar dele. Eu nunca pensei que eu estaria tão feliz a conduzir com um vampiro e um dhampir. Jill ainda parecia incomodada durante o passeio de carro para da escola. Eddie, percebendo isso, e tentou acalmá-la. Ele olhou para ela a partir do assento do passageiro. –Vamos ver Adrian em breve.– –Eu sei–, disse ela com um suspiro. –E nada mais de ruim vai acontecer. Você está segura. Eles não podem encontrá-la aqui. – –Eu sei disso também–, disse ela.
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–Foi muito ruim?– Eu perguntei. –O ataque, quero dizer. Ninguém entrou em detalhes.– Pelo canto do olho, eu vi Eddie dar uma olhada em Jill novamente. –Ruim suficiente–, disse ele severamente. –Mas todos bem agora, que é o que importa –. Nenhum deles disse mais nada, e eu rapidamente peguei a dica de que não teria mais detalhes na próxima. Eles agiram como se o ataque não tivesse sido grande coisa, que foi feito e acabado, mas eles estavam sendo muito evasivo. Alguma coisa tinha acontecido que eu não sabia - que os alquimistas provavelmente não sabiam também - algo que eles estavam trabalhando para manter em segredo. Meu palpite era de que tinha a ver com a estadia de Adrian aqui. Ele havia mencionado uma –razão óbvia– para vir para Palm Springs, e depois Abe havia insinuado algum motivo escondido que nem mesmo Adrian sabia. Era um bocado chato, visto que eu estava arriscando minha vida aqui. Como eles esperam que eu faça de forma adequada meu trabalho se eles insistiram em fazer deste um emaranhado de segredos? Alquimistas lidavam com segredos, e apesar do meu passado pedregoso, eu ainda era uma Alquimista suficiente para se retesarem de me dar respostas. Felizmente, eu também era uma Alquimista suficiente para caçar essas respostas por mim mesma. Claro, eu sabia como chegar direito a Jill e Eddie embora não ia me facilitar. Eu precisava jogá-lo amigável e levá-los a relaxar ao meu redor. Eles poderiam não abrigar a crença secreta que os seres humanos eram criaturas das trevas, mas isso não significava que eles confiavam em mim ainda. Eu não os culpo. Afinal, eu certamente não confiava neles também. Foi bem na noite, quando chegamos a Amberwood. Keith e eu tínhamos distanciado o exterior da escola mais cedo, mas Eddie e Jill levaram-no com os olhos arregalados. Considerando que a casa de Clarence parecia antiquado, a escola era clara e moderna, consistido em prédios de estuque, que eram tão típicos da Califórnia e da arquitectura do Sul. Palmeiras contornavam junto com exuberantes gramados verdes. Na claridade, os alunos ainda passeavam, em pares e grupos, ao longo dos muitos caminhos pedestres tecidos. Nós tínhamos apanhado comida rápida ao longo do caminho, mas uma hora depois significou que Jill e eu tínhamos que separa de Eddie. Aos dezoito anos, com um carro e –autorização dos pais,– eu tinha muita liberdade de ir e vir, mas eu tinha que responder ao toque de recolher como todo mundo quando a noite veio. Eddie estava desconfortável em deixar Jill, particularmente quando ele percebeu o quanto longe dela ele ia estar.
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A Preparatória de Amberwood se espalhava por três longos campus: Leste, Oeste e Centro. Campus Leste alojava-se os dormitórios das raparigas, enquanto o Oeste continha os rapazes. O do Centro, o maior dos três, onde ficava as instalações académicas, administrativas e de lazer. Os campus tinham cerca de uma milha de distância um do outro e servido por um ônibus que corria durante todo o dia, embora a pé sempre era uma opção para aqueles que conseguiam aguentar o calor. Eddie devia de saber ele não poderia permanecer no dormitório das raparigas, embora eu suspeitasse que se ele fizesse á sua maneira, ele teria dormido aos pés da cama de Jill como um cão fiel. Vendo os dois era uma coisa incrível. Eu nunca tinha observado antes uma dupla Moroi -Guardião. Quando eu estava com Rose e Dimitri, eles estavam simplesmente tentando manterem-se vivos – e ambos eram dhampirs. Agora, eu podia finalmente ver o sistema em acção e compreendi o porque dos treinos tão difíceis dos dhampirs. Você teria que se manter permanente vigilante. Mesmo no momento mais mundano, Eddie sempre olhava ao nosso redor. Nada escapava à sua atenção. –Quão bom é o sistema de segurança daqui?– Ele exigiu quando nos encontramos no dormitório das raparigas. Ele insistiu em vê-lo antes de ir para o seu próprio dormitório. A entrada estava calma naquela hora, e apenas um par de estudantes percorriam com caixas e malas como se estes movimentos fossem os seus últimos. Eles deram-nos uns olhares curiosos enquanto passavam, e eu tive que dominar o nó de ansiedade crescente em mim. Considerando tudo o que estava acontecendo comigo, a vida social do ensino médio não devia assustar-me – mas assustou. Os Alquimistas não cobriam isso nas suas aulas. – Segurança suficientemente boa –, disse mantendo minha voz baixa quando me virei de volta para Eddie. –Eles não estão preocupados com assassinos de vampiros, mas eles certamente querem seus alunos seguros. Eu sei que existem guardas de segurança que patrulham os terrenos à noite. – Eddie olhou para a matrona do dormitório, uma mulher forte, de cabelos grisalhos que supervisionava a entrada de sua secretaria. –Você acha que ela tem algum tipo de treino de combate? Você acha que ela poderia dominar um intruso? – –Aposto que ela poderia arrastar uma cara escapulindo-se num quarto de uma rapariga–, brincou Jill. Ela descansou a mão em seu braço fazendo-o pular. –Relaxe. Este lugar é seguro. – De certa forma, a preocupação de Eddie era reconfortante e me fez sentir segura. Ao
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mesmo tempo, eu não podia deixar de pensar novamente sobre o porquê de ele estar tão vigilante. Ele tinha estado lá para o ataque que ninguém me dizia a respeito. Ele conhecia as ameaças, porque ele os tinha visto em primeira mão. Se ele tinha essa vantagem, mesmo agora, então em quanto perigo nós ainda estávamos? Os alquimistas levaram-me a acreditar que uma vez que estivéssemos escondidos aqui em Amberwood, tudo estaria bem e tornar-se-ia apenas um jogo de espera. Eu tinha tido aquela conversar com Rose e tentado convence-la do mesmo. Atitude de Eddie dizia respeito. O dormitório que eu compartilhei com Jill era pequeno pelos meus padrões. Eu sempre tive meu próprio quarto a crescer e nunca tive de me preocupar com divisão de espaço ou armários. Durante o tempo em St. Petersburg, eu tinha mesmo o meu próprio apartamento. Ainda assim, a nossa única janela tinha uma ampla vista sobre o pátio atrás do dormitório. Tudo dentro do quarto era arejado e luminoso, com móveis de madeira que parecia novos: camas, mesas e armários. Eu não tinha experiência com quartos de dormitório - mas eu só poderia assumir pela reacção de Jill que tinha começado numa boa. Ela jurou que o quarto era maior do que a que tinha na escola Moroi, Academia St. Vladimir, e foi muito feliz. Eu meio que perguntei se ela achava que o nosso quarto era grande, simplesmente porque traziamos tão pouco para colocar nele. Nenhuma de nós tinha sido capaz de trazer muita bagagem com tais rápidas partidas. A mobília dava uma sensação de acolhimento, mas sem decorações pessoais ou outros toques, o quarto poderia ter vindo directo a partir de um catálogo. A matrona chefe do dormitório, Sra Weathers., tinha ficado surpreendida quando viu a nossa pouca bagagem. As meninas que eu tinha observado a movimentarem-se, anteriormente, tinham chegado com bagagens de rodas prestes a estourar. Eu esperava que não parecesse suspeito. Jill fez uma pausa para olhar para fora da janela quando chegamos perto da hora de dormir. –É tão seco aqui–, ela murmurou, mais para si do que para mim. –Eles mantêm o verde do gramado, mas é tão estranho não sentir a humidade no do ar.– Ela olhou para mim timidamente. –Eu sou uma usuária da água. – –Eu sei–, disse não tendo certeza do que mais acrescentar. Ela estava se referindo às habilidades mágicas que todos os Moroi possuíam. Cada Moroi se especializa em um dos elementos, ou os quatro físicos - terra, ar, água e fogo - ou o elemento mais raro e psíquico, o espírito. Dificilmente alguém exercia este ultimo, embora eu tivesse ouvido que Adrian era um dos poucos. Se Jill não conseguia aceder facilmente á sua magia, eu
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não ia ficar desapontada. Magia era uma daquelas coisas, como o consumo de sangue, que servia como um lembrete no rosto de que essas pessoas com quem eu estava rindo e comendo com não eram humanas. Se eu não estivesse tão exausto da viagem com Keith, eu provavelmente teria ficado acordada, agoniando sobre o fato de que estava dormindo perto de um vampiro. Quando eu conheci Rose, eu ainda não tinha sido capaz de ficar no mesmo quarto com ela. Nossa frenética fuga juntas é que tinha mudado um pouco, e no final, eu tinha sido capaz de deixar a minha guarda baixa. Agora, alguns dos velhos medos voltaram na escuridão. Vampiro, vampiro. Severamente, eu disse a mim mesma que era apenas Jill. Eu não tinha que me preocupar. Eventualmente, a fadiga triunfou medo e eu adormeci. Quando amanheceu, eu não pode deixar de olhar para o espelho para me certificar de que não tinha marcas de mordida ou outros sinais de dano vampiro. Quando terminei, eu me senti imediatamente como uma tola. Com dificuldade Jill estava aos poucos a acordar, não fazia sentido imagina-la servir-se de mim no meio da noite. Como era de esperar, eu tive um tempo difícil para tirá-la da porta a tempo da orientação. Ela estava grogue, com os olhos injectados de sangue e constantemente reclamava de dor de cabeça. Imaginei que eu não precisava de me preocupar com ataques nocturnos a partir da minha companheira de quarto. No entanto, ela conseguiu se levantar e andou ao redor. Deixamos nosso dormitório e encontramos Eddie, reunido com outros novos estudantes perto de uma fonte no Campus Central. A maioria do público pareceu ser calouros como Jill. Apenas uns poucos tinham a mesma idade que eu e Eddie, e fiquei surpresa ao vê-lo conversando com facilidade com aqueles em torno dele. Da forma como vigilante que ele tinha sido no dia antes, eu teria esperado que ele ficasse mais em guarda, e menos capaz de se interagir de forma social - mas ele se adaptou bem. No entanto, enquanto caminhávamos, eu peguei ele olhar sorrateiramente á sua volta. Ele poderia estar a interpretar um estudante, como eu, mas ele ainda era um dhampir. Ele estava apenas a dizer-nos sobre como ele ainda não tinha conhecido seu colega de quarto, quando um cara sorridente, com brilhantes olhos azuis e cabelos avermelhados caminhou até nós. –Olá pessoal–, disse ele. De perto, pude ver um punhado de sardas. –Você é Eddie Melrose?– –Sim, sou…– Eddie tinha girado em volta com uma eficiência de que guardião, pronto para assumir esta ameaça potencial. Quando ele viu o recém-chegado, Eddie ficou
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perfeitamente imóvel. Seus olhos se arregalaram um pouco e tudo o que ele tinha prestes a dizer desapareceu. –Sou Micah Vallence. Eu sou seu companheiro, também seu orientador.– Ele balançou a cabeça em direcção à outra mistura de alunos e sorriu. –Mas eu queria dizer oi antes, uma vez que eu só cheguei aqui esta manhã. Minha mãe levou as nossas férias até aos limites. – Eddie ainda estava olhando para Micah como se tivesse visto um fantasma. Também estudei Micah, perguntando o que eu estava perdendo. Ele parecia normal para mim. Qualquer coisa que estivesse a acontecer, Jill também estava fora do circuito por que ela estava com uma expressão perfeitamente normal sobre Micah, nenhum alarme ou surpresa. –Prazer em conhecê-lo–, disse Eddie finalmente. –Estas são minhas, uh, irmãs - Jill e Sydney. – Micah sorriu para cada uma de nós, por sua vez. Ele tinha uma maneira sobre ele que me fez sentir bem, e eu podia ver porque ele tinha sido escolhido como um orientador. Eu admirava-me por Eddie estar reagindo de modo tão estranho. –Em que ano você está?– Ele nos perguntou. –Senior–, eu disse. Lembrando-me da falsa historia eu acrescentei: –Eddie e eu somos gémeos.– –Eu sou um calouro–, disse Jill. Um olhar sobre a nossa –família–, notei que Eddie e eu provavelmente poderíamos passar por irmãos muito facilmente. Nossa coloração era semelhante, e, claro, havia o fato de que nós dois parecíamos humanos. Embora um ser humano não necessariamente olhasse para Jill e dissesse –vampiro!– ela ainda possuía certas características que a marcavam como diferente. Sua palidez construía um definido contrastes entre mim e Eddie. Se Micah notou a falta de semelhança de família, ele não falou. –Nervosa por começar o ensino médio? –, perguntou a Jill. Ela balançou a cabeça e sorriu de volta. –Eu estou pronta para o desafio. – –Bem, se você precisar de alguma coisa, me avise–, ele afirmou. –Por enquanto, eu tenho que começar a festa. Falo com vocês mais tarde –. Da forma como a sua atenção se focou exclusivamente sobre ela, era óbvio que o –se precisar de alguma coisa–, foi dirigido a Jill, e o corar dela mostrou que ela também sabia. Ela sorriu, segurando seu olhar um momento, e em seguida desviou o olhar
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timidamente. Eu achei bonito, se não fosse a perspectiva alarmante que se apresentava. Jill estava numa escola cheia de humanos. Estava absolutamente fora de questão para ela namoriscar, e caras como Micah não poderia ser incentivados. Eddie não apareceu se preocupar com o comentário, mas parecia ser mais porque ele ainda estava perturbado com Micah em geral. Micah chamou a atenção do nosso grupo e começou a orientação. A primeira parte era simplesmente um passeio pelos terrenos. Fomos atrás dele ao redor, dentro e fora do ar condicionado, ao mesmo tempo que ele nos mostrava a importância dos edifícios. Ele explicou o sistema de transporte, e nós apanhamos um até ao Campus Oeste, que era quase um espelho do Leste. Rapazes e raparigas tinham autorização para ir aos dormitórios uns dos outros, mas com limitações, e explicou as regras, o que causou alguns resmungos. Recordando a formidável Sra. Weathers, senti pena de qualquer garoto que tentasse quebrar as regras do seu dormitório. Ambos os dormitórios tinam suas próprias cafetarias, onde qualquer estudante era bem-vindo para comer, e o nosso grupo de orientação acabou por almoçar, enquanto ainda estávamos no Campus Oeste. Micah juntou-se a mim e aos meus ‘irmãos’, e começou a falar á sua maneira com cada um de nós. Eddie respondia educadamente, acenando e fazendo perguntas, mas seus olhos ainda pareciam vagamente assombrados. Jill estava tímida no início, mas uma vez Micah começando brincando com ela, ela eventualmente se deixou aquecer por ele. Que engraçado, eu pensei , foi mais fácil para Eddie e Jill se adaptar a esta situação do que foi para mim. Eles estavam em um ambiente estranho, com raças diferentes, mas ainda familiarizados com coisas, como cafetarias e armários. Eles representavam bem os seus papéis, sem dificuldade nos procedimentos. Enquanto isso, apesar de ter viajado e vivido em todo o mundo, senti-me fora do lugar em que foi para todos os outros uma definição comum. Independentemente disso, não demorou muito tempo para descobrir como a escola funcionava. Alquimistas foram treinados para observar e adaptar, e mesmo que a escola fosse estrangeira para mim, eu rapidamente pegava na rotina. Eu não tinha medo de falar com as pessoas – eu utilizava isso para conversar com estranhos e explicar meus pontos de vista sobre situações. Uma coisa, no entanto, eu sabia que teria que trabalhar. –Eu ouvi que sua família pode se mudar para Anchorage.– Nós estávamos na hora do almoço da orientação e um par de raparigas caloiras se sentaram perto de mim, discutindo sobre um amigo delas que não tinha aparecido hoje.
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Os olhos da outra garota se arregalaram. –Sério? Eu morria se tivesse que mudar-me para lá. – –Eu não sei–, pensei, movendo a minha comida em torno do prato. –Com todo o sol e os raios UV daqui, parece que Anchorage pode realmente fornecer uma vida útil mais longa. Você não precisa de protector solar tanto quanto aqui, por isso é uma opção mais económica também. – Eu pensei que meu comentário foi útil, mas quando eu olhei para cima, fui recebida com olhares boquiabertos. Era óbvio, pelos olhares que as raparigas estavam me dando, que eu provavelmente não poderia ter escolhido um comentário tão estranho. –Eu acho que não devo dizer tudo o que me vem á mente,– eu murmurei para Eddie. Eu estava acostumada a ser directa em situações sociais, mas ocorreu-me que simplesmente dizer –Sim, totalmente!– provavelmente teria sido a resposta correcta. Eu tinha poucos amigos da minha própria idade e estava com pouca prática. Eddie sorriu para mim. –Eu não sei, mana. Você é muito divertida desse jeito. Mantém-no. – Após o almoço, o nosso grupo voltou ao Campus Central, onde se separaram para se reunir com os assessores académicos e planear nossos horários de aula. Quando me sentei com o meu assessor, uma jovem mulher alegre chamada Molly, eu não fiquei surpresa ao ver que os Alquimistas tinham enviado um conjunto de registos académicos a partir de uma escola fictícia do Sul Dakota. Eles foram ainda bastante coerentes com o que eu tinha estudado nas minhas aulas particulares. –Suas notas e testes colocaram você na nossa aula de matemática e inglês mais avançado.– Molly afirmou. –Se você for boa neles, você pode receber uma bolsa de estudo. – ‘Que mau não ter nenhuma chance de eu ir para faculdade’, eu pensei com um suspiro. Ela folheou algumas páginas do meu arquivo. –Agora, não vejo quaisquer registos de língua estrangeira aqui. É uma exigência de Amberwood que todos aprendam pelo menos uma língua. – Oops. Os alquimistas tinham bagunçado no meu falso registos. Eu realmente estudara um número de línguas. Meu pai teve a certeza que eu teria aulas com tenra idade, desde que um alquimista nunca sabia onde podia acabar. Olhando para a lista de línguas oferecidas pela Amberwood, hesitei e perguntei se devia mentir. Então eu decidi que eu realmente não queria debruçar-me através de conjugações e tempos que eu já tinha aprendido. –Eu já sei tudo isso–, disse a Molly.
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Molly me olhava com cepticismo. –Todos esses? Há cinco línguas aqui. – Eu balancei a cabeça e acrescentei amavelmente: –Mas eu só estudei Japoneses por dois anos. Então eu suponho que eu poderia aprender mais. – Molly ainda não pareceu cair nessa. –Mas você estaria disposta a fazer testes de proficiência? – E assim, acabei por passar o resto da minha tarde a trabalhar sobre línguas estrangeiras. Não era como eu queria passar o meu dia, mas eu acho que ele seria pago mais tarde - os testes foram uma brisa. Quando eu finalmente terminei todas as cinco línguas três horas mais tarde, Molly me correu para fora para começar a equipar-me com o meu uniforme. A maioria dos alunos tinham ido buscar á bastante tempo, e ela estava preocupada que eu pudesse ter perdido a mulher que fazia os acessórios. Eu movia-me tão rápido quanto eu podia sem correr pelos corredores e quase colidi com duas raparigas paradas num canto. –Oh!–, Exclamei, sentindo-me como um idiota. –Desculpe… estou atrasada para a minha própria… – Uma delas soltou uma gargalhada. Ela tinha pele escura, com um corpo atlético e um cabelo preto ondulado. –Não se preocupe com isso–, disse ela. –Nós passamos pela sala. Ela ainda está lá. – A outra rapariga tinha cabelos loiros um tom mais claro do que o meu e ela usava em um rabo de cavalo alto. Ambas tinham a certeza de que sabiam o seu caminho ao redor deste mundo. Estas não eram alunas novas. –Mrs. Delaney sempre leva mais tempo do que ela acha que leva com os acessórios –, disse a loira conscientemente. –A cada ano, é…– seu queixo caiu, e as palavras dela congelaram por alguns momentos. –Onde…onde conseguiu isso? – Eu não tinha ideia do que ela quis dizer, mas a outra rapariga logo se apercebeu e se inclinou mais perto de mim. –Isso é incrível! É que o que está a dar este ano? – –Sua tatuagem–, explicou a loira. Devo ter parecido despistada. –Onde você conseguiu isso?– –Oh. Isso. –Meus dedos distraidamente tocaram minha bochecha. –Em, hum, Sul Dakota. De onde eu sou. – As duas meninas pareciam desapontadas. –Eu acho que é por isso que eu nunca vi isso –, disse a menina de cabelos escuros. –Eu pensava que Nevermore* estava fazendo algo novo –. –Nevermore?– Eu perguntei. As meninas trocaram olhares em silêncio, e algumas
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mensagem passaram entre elas. –Você é nova, certo? Qual é seu nome? –, Perguntou a garota loira. –Eu sou Julia. Esta é Kristin. – –Sydney–, eu disse, ainda perplexa. Julia estava sorrindo novamente. –Almoce com a gente amanha no Este, ok? Iremos explicar tudo. – –Tudo sobre o quê?– Eu perguntei. –É uma longa história. Só pegue a Delaney por enquanto –, Kristin acrescentou, começando a afastar-se. –Ela vai ficar até tarde, mas não para sempre. – Quando elas se foram embora, eu continuei meu caminho muito mais lentamente, perguntando o que mais ou menos aquilo tinha parecido. Tinha acabado de fazer amigos? Eu realmente não tinha certeza de como se fazia isso numa escola como esta, mas aquele intercambio todo parecia muito estranho. Sra. Delaney estava arrumando quando cheguei.–Qual o tamanho que você usa, querida?–, perguntou ela me vendo na porta. –36–. O número de artigos eram constituídos por: saias, calças, blusas e suéteres. Eu duvidava que os suéteres tivessem muito uso, a não ser que uma estranha nevada apocalíptica acertasse Palm Springs. Amberwood não era particularmente esquisita com o que os estudantes usassem, desde que estivesse de acordo com a moda. As cores eram de um tom de vinho, cinza escuro e branco, que eu realmente pensei que parecia combinar bem juntos. Vendo-me a abotoar a blusa branca, a senhora Delaney perguntou: –Acho que você precisa de um tamanho 38.– Eu congelei a meio do processo. –Eu uso 36.– –Oh, sim, você pode vesti-lo, mas ao olhar para o braços e o comprimento da saia, eu acho que você vai se sentir mais confortável num 38. Experimente estes.– Ela entregou uma nova pilha e depois riu. –Não fique tão mortificada, rapariga! 38 não é nada. Você ainda é um galho.– Ela acariciou sua ampla barriga. –Nas minhas roupas cabem três de você! – Apesar de meus muitos protestos, eu ainda fui mandada embora com a roupa de tamanho 38. Voltei para o meu dormitório, desanimada, e encontrei Jill deitada em sua cama a ler. Ela se sentou á minha chegada. –Hey, eu estava me perguntando o que tinha acontecido com você.–
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–Tou atrasada,– disse com um suspiro. –Você está se sentindo melhor? – –Yeah. Muito –. Jill observava como eu arrumava os uniformes. –Eles são terríveis, né? Nós não tínhamos uniformes em St. Vladimir. Vai ser chato vestir a mesma coisa todos os dias.– Eu não queria dizer a ela que, como alquimista, eu poderia ter que usar um equipamento como este de qualquer maneira. –De que tamanho você conseguiu?– Eu perguntei, para alterar o tema. Eu era uma espécie de comilona para castigo. –36–. Uma pontada de aborrecimento passou por mim quando eu pendurei meu uniforme no armário ao lado dela. Eu me senti enorme por comparação. Como podiam todos os Moroi serem tão magros? Genética? Dieta de sangue com baixas calorias? Talvez fosse apenas porque todos eles eram tão altos. Tudo o que eu sabia era que, sempre que eu passava um tempo em torno deles, me sentia careta e desajeitada e queria comer menos. Quando terminei de arrumar, Jill e eu comparamos horários. Não é de surpreender, considerando a diferença de anos, tínhamos quase nada em comum. A única coisa que nós compartilhávamos era a aula de Educação Física(EF) em grande grupo. Todos os alunos eram obrigados a tê-la a cada semestre, já que fitness era considerado parte de uma experiência bem frequentada pelos alunos. Talvez eu pudesse perder alguns quilos e voltar ao meu tamanho normal. Jill sorriu e entregou a minha agenda de volta. –Eddie foi e exigiu estar na aula de EF já que é praticamente a única que poderia compartilhar. Entra em conflito com a sua aula de espanhol, contudo, eles não deixaram. Eu não acho que ele possa lidar com o dia na escola sem ver que estou viva. Ah, e Micah está connosco em EF–. Eu tinha estacado na minha cama, ainda irritada com os uniformes. As palavras de Jill me chamaram a atenção. –Ei, você sabe por que Eddie parece estranho á beira de Micah? – Jill balançou a cabeça. –Não, eu não tive a chance de perguntar, mas eu notei isso também, especialmente no início. Mais tarde - enquanto tu estavas a fazer o teste – e nós fomos esperar os uniformes, Eddie pareceu acalmar-se. Um pouco. De vez em quando, eu via-o dando um olhar estranho ao Micah. – –Você não acha que ele pensa que Micah é perigoso, acha? – Jill deu de ombros. –Ele não me pareceu perigoso, mas eu não sou guardião. Se Eddie achasse que ele era algum tipo de ameaça, parece que ele estaria agindo de forma
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diferente. Mais agressivo. Ele parece nervoso em sua maioria á beira de Micah. Quase -mas não é bem - medo. E é que é mais estranho de tudo, porque os guardiões nunca parecem assustados. Não é que Eddie seja tecnicamente um guardião. Mas você sabe o que eu quero dizer. – –Eu sei,– disse, sorrindo apesar das minhas mal-humorada intenções. Era engraçado, a desconexa natureza me tinha animado um pouco. –O que quer dizer com tecnicamente Eddie não é um guardião? Ele não foi atribuído para proteger-te aqui? – –Sim, ele é–, disse Jill, brincando com um cacho de seu cabelo castanho claro. –Mas…bem, é meio estranho. Ele teve alguns problemas com os guardiões por ajudar Rose e por, hum, ter matado um homem. – –Ele matou um Moroi que atacou Vasilisa, certo?–Tinha sido falado no meu interrogatório. –Sim–, disse Jill, perdida em suas próprias memórias. –E foi em legítima defesa, bem, em defesa de Lissa, mas todos ficaram chocados com ele matar um Moroi. Não é suposto um guardião fazer isso, mas então, você sabe, supostamente os Moroi não deveriam se atacar uns aos outros se quer. De qualquer forma, ele foi colocado em suspensão. Ninguém sabia o que fazer com ele. Quando fui…atacada, Eddie ajudou-me a proteger. Mais tarde, Lissa disse que era estúpido mantê-lo fora de serviço quando ele poderia ser útil e considerando que os Moroi estavam por trás deste ataque também, ela disse que todos teriam que começar a se acostumar com a ideia de Moroi serem o inimigo. Hans- o guardião responsável na Corte – finalmente concordou e mandou Eddie aqui comigo, mas acho que oficialmente, Eddie ainda não se restabeleceu. É estranho. –Jill tinha proferido o discurso inteiro sem pausa e agora parou para respirar um pouco. –Bem, eu tenho certeza que ele vai conseguir–, disse tentando ser reconfortante. –E parece que ele vai ganhar pontos por ter mantido uma princesa viva. – Jill olhou para mim rapidamente. –Eu não sou princesa.– Eu fiz uma careta e tentei me lembrar as complexidades das leis Moroi. –O príncipe ou princesa é o mais antigo membro de uma família. Desde que a Vasilisa é rainha, o título passa para você, certo? – –No papel–, disse Jill olhando para longe. Seu tom era difícil de ler, uma estranha mistura do que parecia amargura e tristeza. –Eu não sou uma princesa, não realmente. Eu sou apenas alguém que passa a ser relacionado à rainha. – Mãe de Jill tinha sido brevemente amante de Eric Dragomir, pai Vasilisa, e manteve a
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existência de Jill um segredo por anos e que só tinha vindo ao de cima recentemente, e eu desempenhei um grande papel ao ajudar Rose a desvendar o segredo sobre Jill. Com todas as consequências na minha própria vida, bem como a ênfase na segurança de Jill, eu não tinha passado muito tempo me perguntando como ela tinha se adaptado ao seu novo status. Aquilo devia ter sido uma mudança de estilo de vida séria. –Eu tenho certeza que há mais do que isso–, eu disse suavemente. Eu me perguntava se eu ia passar um longo tempo a fazer de terapeuta de Jill durante esta atribuição. A perspectiva de realmente confortar um vampiro, ainda parecia tão estranha para mim. –Quero dizer…você é obviamente importante. Todo mundo fez um monte de trabalhos para manter-te segura aqui –. –Mas é por mim?–, perguntou Jill. –Ou é para ajudar Lissa a manter o trono? Ela mal fala para mim desde que descobriu que nós éramos irmãs –. Essa conversa estava a ir em direcção a águas desagradáveis, em questões interpessoais que eu realmente não sabia como lidar. Eu não conseguia me imaginar em qualquer lugar das duas - Vasilisa ou Jill. A única coisa certa que eu sentia era de que não poderia ter sido fácil para ambas. –Tenho certeza que ela se preocupa com você–, eu disse, embora eu realmente não tivesse certa. –Mas provavelmente é estranho para ela, especialmente com todas as outras mudanças em sua vida também. Dá-lhe tempo. Foca nas coisas importantes primeiro - ficar aqui e permanecer viva. – –Você está certa–, disse Jill. Ela deitou em sua cama e olhou para o teto. –Estou nervosa com o amanhã, estar á beira de todos, em todas as aulas do dia. O que se eles reparem? E se alguém descobre a verdade sobre mim? – –Você esteve bem na orientação,– Eu assegurei-lhe. –Basta não mostrar suas presas. E, além disso, eu sou muito boa a convencer as pessoas que não viram o que eles pensam que viram. – A expressão de gratidão no seu rosto me lembrou desconfortavelmente Zoe. Elas eram tão parecidos em muitas maneiras, tímidas e incertas - mas intensas e ferozes, querendo desesperadamente provar-se. Eu tinha tentado proteger Zoe - e em seus olhos eu só falhei. Agora, estando aqui com Jill me fez entrar em conflito. De certa forma, eu poderia compensar o que eu não tinha sido capaz de fazer por Zoe. No entanto, mesmo como eu pensando nisso, alguma voz no interior dizia:’ Jill não é sua irmã. Ela é um vampiro. Isto é um negócio.’ –Obrigado, Sydney. Estou feliz por você estar aqui. –Ela sorriu e a culpa só torcida
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ainda mais dentro de mim. –Você sabe, eu meio que tenho ciúmes de Adrian. Ele acha tão aborrecido estar com Clarence, mas ele não tem que se preocupar com conhecer novas pessoas ou que se acostumar a uma nova escola. Ele simplesmente sai fora, vê TV, joga sinuca com o Lee, dorme…soa incrível. – Ela suspirou. –Eu suponho,– disse um pouco surpresa com os detalhes. –Como você sabe tudo isso? Você tem…você tem falado com ele desde que saímos? – Mesmo tendo dito aquilo, a ideia parecia improvável. Eu estava com ela a maioria do dia. O sorriso caiu de seu rosto. –Oh, não. Quero dizer, eu só imaginei que é o que está acontecendo. Ele mencionou alguns deles antes, só isso. Desculpe. Eu estou sendo melodramática e sem noção. Obrigado por me escutar… isso realmente me fez sentir melhor. – Sorri intimamente e não disse nada. Eu ainda não podia superar o facto de que eu estava começando a me sentir tão calorosa em relação a um vampiro. Primeiro Rose, agora Jill? Não importa o quão agradável ela era. Eu tinha que manter a nossa relação profissional de modo a que nenhum Alquimista pudesse me acusar de me ter afeiçoado. As palavras de Keith ecoaram na minha cabeça: amante de vampiro… Isso é ridículo, eu pensei. Não havia nada de errado em ser agradável para com aqueles sob meus cuidados, era normal, muito longe de –chegar muito perto– a eles. Certo? Empurrando de lado as minhas preocupações, me concentrei em terminar de desfazer as malas e pensar sobre a nossa nova vida aqui. Eu sinceramente esperava que amanhã corresse tão bem quanto eu tinha assegurado a Jill que seria. Infelizmente, isso não aconteceu.
*Nevermore quer dizer nunca mais, mas como a rapariga se estava a referir como um nome, vamos manter em inglês
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Capitulo 5
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às 11:44
Marcadores: Laços de Sangue
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