–ADRIAN?– EU DISSE SURPRESA. –O que ele tem a ver com tudo isso?– Jill simplesmente sacudiu a cabeça e me olhou suplicante. –Por favor. Só me leve até ele.– –Mas nós voltaremos aqui em alguns dias para sua alimentação.– –Eu sei,– disse Jill. –Mas eu preciso vê-lo [i]agora[/i]. Ele é o único que vai entender.– Eu acho dificil de acreditar. –Você está dizendo que eu não entenderia? O que até mesmo Eddie não o faria?– Ela gemeu. –Não. Você [i]não[/i] pode dizer ao Eddie. Ele vai surtar.– Eu tentei não fazer uma careta enquanto eu ponderava tudo. Por que a Jill precisaria ver o Adrian depois desse acidente na escola? Adrian não pode fazer nada para ajudar que [i]eu[/i] não faria. Como uma Alquimista, eu estava na melhor posição para prestar uma queixa. Será que Jill quer apoio moral? Eu me lembrei de como Jill abraçara Adrian se despedindo e de repente me perguntei se ela tinha uma queda por ele. Porque, com certeza, se Jill precisava se sentir protegida por alguém, Eddie seria uma escolha melhor. Ou não? Eddie provavelmente derrubaria escrivaninhas de tanto ultrage. Esconder disso dele talvez não fosse uma má ideia. –Certo,– eu disse por fim. –Vamos lá.– Eu nos inscrevi para uma viagem fora do campus, o que necessitou alguma persuasão. Senhora Weathers foi ligeira em lembrar-nos que Jill havia sido banida para seu dormitório pelo resto do dia escolar. Eu fui ligeira em lembrá-la que as aulas estavam
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quase terminadas. Senhora Weather não pôde negar a lógica, mas ainda assim nos fez esperar dez minutos inteiros até que o ultimo sinal tocasse. Jill ficou sentada lá, batendo seu pé ansiosamente contra uma cadeira. Nós dirigimos meia hora até o estado de Clarence, nas montanhas. Eu realmente não sabia qual assunto puxar. –Como foi seu primeiro dia de aula?– era dificilmente um assunto apropriado. E de qualquer forma, toda vez em que eu pensava nisso, eu só ficava mais irritada. Eu não conseguia acreditar que algum professor teria a audácia de acusar Jill de beber e ficar de ressaca. Não havia realmente um jeito de provar aquilo, e além do mais, você podia perceber depois de passar cinco minutos com ela que isso era impossivel. Uma humana de meia idade nos cumprimentou na porta. Seu nome era Dorothy, e ela era a caseira e alimentadora de Clarence. Dorothy era agradável o bastante, um pouco distraída, e vestia um vestido cinza justo de gola alta, para esconder as marcas de mordida em seu pescoço. Eu sorri de volta para ela e mantive meu modo profissional, mas não pude evitar um arrepio quando pensei no que ela era. Como alguém poderia fazer aquilo? Como alguém poderia oferecer seu sangue de tão bom grado assim? Meu estômago revirou, e eu me vi mantendo certa distância dela. Eu não queria nem ao menos encostar meu braço no dela por acidente enquanto caminhasse. Dorothy nos guiou de volta para a sala onde nos sentamos no dia anterior. Não havia sinal algum de Clarence, mas Adrian estava deitado num sofá de pelúcia verde, assistindo a uma TV que tinha sido habilmente escondida dentro de um armário de madeira ornamentado na última vez. Quando ele nos viu, desligou a TV com o controle remoto e se sentou. Dorothy pediu licença e fechou as portas francesas atrás dela. –Bem, isso é uma surpresa legal,– ele disse. Ele nos olhou. Jill havia trocado para suas roupas normais durante seu dia de isolamento hoje, mas eu ainda tinha a blusa e saia da Amberwood. –Sábia, vocês não deveriam ter uniformes? Isso se parece com algo que você usa normalmente.– –Gracinha,– eu disse, contendo-me para não rolar os olhos. Adrian fez uma reverência brincalhona. –Cuidado. Você quase sorriu.– Ele pegou uma garrafa de conhaque de uma mesa próxima. Pequenos copos estavam arrumados ao redor da mesma, e ele serviu para o mesmo uma quantidade generosa. –Vocês querem?– –Estamos no meio da tarde,– eu disse, incrédula. Não que realmente me importasse que horas eram. –Eu tive uma ressaca estranha,– ele declarou, fazendo-nos um falso brinde. –Essa é a
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cura.– –Adrian, eu preciso falar com você,– disse Jill seriamente. Ele a olhou, o sorriu se dissipando de seu rosto. –O que foi, [i]Jailbait[/i]?– Jill olhou para mim, desconfortável. –Você se importaria...– Eu peguei a dica e tentei não demonstrar o quão irritada eu estava com todos os segredos. –Claro. Eu vou só... eu vou lá pra fora de novo.– Eu não curti a ideia de ficar exilada, mas não havia a minima possibilidade deu caminhar pelos corredores da casa velha. Eu encararia o calor. Eu não estava muito longe no corredor quando alguém surgiu na minha frente. Eu soltei um gritinho e quase pulei um metro no ar. Uma batida de coração depois, eu percebi que era Lee – não que isso houvesse me acalmado muito. Não importa o quão amiga eu era desse grupo, velhas defesas dentro de mim apareceram ao ficar sozinha com um novo vampiro. Ir de encontro a ele não ajudou também porque meu cerébro interpretou isso como [i]um ataque![/i] Lee ficou de pé ali, encarando-me. Pela expressão em seu rosto, ele estava tão surpreso ao me encontrar em sua casa – apesar de não estar tão surpreso quanto eu. –Sydney?– perguntou Lee. –O que você está fazendo aqui?– Em questão de segundos, meu medo se tornou constrangimento, como se eu tivesse sido pega perambulando. –Oh... Estou aqui com a Jill. Ela meio que teve um dia dificil e precisava falar com o Adrian. E queria dar a eles alguma privacidade e estava apenas indo... uh, lá pra fora.– A confusão de Lee se tornou um sorriso. –Você não precisa fazer isso. Não há necessidade de se isolar. Vamos lá, estava indo pegar um lancha na cozinha.– Meu rosto deve ter mostrado meu horror, porque ele riu. –Não do tipo humano.– Eu corei e o segui. –Desculpa,– eu disse. –É um instinto.– –Sem problemas. Vocês Alquimistas são um pouco agitados, sabe.– –Sim,– eu ri, desconfortável. –Eu sei.– –Eu sempre quis conhecer um de vocês, mas vocês certamente não são o que eu esperava.– Ele abriu a porta de uma espaçosa cozinha. O resto da casa podia ser estranha e antiquada, mas dentro daqui, tudo era brilhante e moderno. –Se te faz se sentir um pouco melhor, você não é tão ruim quanto Keith. Ele esteve aqui mais cedo e estava tão nervoso, ele literalmente se manteve olhando por cima do ombro.– Lee pausou, pensantivo. –Eu acho que é porque Adrian ficou rindo como um cientista louco,
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como nesses filmes preto e branco que ele estava assistindo.– Eu parei abruptamente. –Keith esteve aqui – hoje? Pra quê?– –Você teria que perguntar ao Pai. Foi com ele que Keith conversou a maior parte do tempo.– Lee abriu a geladeira e pegou uma lata de Coca. –Quer uma?– –Eu – uh, não. Muito açucar.– Ele pegou outra lata. –Diet?– Eu hesitei apenas um momento antes de pegá-la. –Claro. Obrigada.– Eu não havia planejado comer ou beber algo nessa casa, mas a lata me pareceu segura o bastante. Estava selada e parecia ter vindo diretamente de uma mercearia humana, e não de algum caldeirão vampirico. Eu a abri e tomei um gole enquanto minha mente girava. –Você não faz a minima ideia do que se tratava?– –Huh?– Lee havia adicionado uma maçã ao seu menu e se ergueu para se sentar na bancada. –Oh, Keith? Não. Mas se eu tivesse que adivinhar, diria que foi sobre mim. Como se ele quisesse descobrir se eu estou ficando aqui ou não.– Ele deu uma mordida gigante na maçã, e eu me perguntei se o fato dele ter presas dificultou o ato. –Ele apenas gosta de ter tudo claro,– eu disse, neutra. Mesmo que eu não gostasse do Keith, eu ainda queria unificar a frente humana. Porém, eu não estava completamente imprecisa. Eu estava bem certa de que Keith se sentiu enfraquecido ao saber que havia um Moroi a mais em –seu território– e agora queria se certificar de que realmente ele estava por dentro de tudo. Parte disso era bom para os negócios dos Alquimistas, claro, mas a maior parte disso provavelmente era o orgulho ferido do Keith. Lee não pareceu dar muito valor a isso e manteve-se mastigando sua maçã, embora eu pudesse sentir seus olhos me estudando. –Você disse que Jill teve um mau dia? Está tudo bem?– –É, eu acho que sim. Quero dizer, sei lá. Eu não estou nem certa de como as coisas ficaram bagunçadas. Ela quis ver o Adrian por algum motivo. Talvez ele possa ajudar.– –Ele é Moroi,– disse Lee, pragmático. –Talvez seja algo que só ele possa entender – algo que você e Eddie não pudesse. Sem querer ofender.– –Sem problemas,– eu disse. Era natural que Jill e eu tivessemos diferenças distintas – afinal eu era humana, e ela era vampira. Não poderiamos ser mais diferentes se tentassemos, e na verdade, eu meio que preferia dessa forma. –Você vai pra faculdade... in Los Angeles? Um escola humana?– Não era um comportamento tão estranho pra Moroi. Às vezes eles ficavam juntos em suas próprias comunidades; às vezes eles tentavam se misturar às cidades humanas.
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Lee assentiu. –Sim. E foi dificil no começo pra mim também. Quero dizer, mesmo que os outros não saibam que você é um vampiro... existe aquela sensação de estar alheio. Eu eventualmente acabei me acostumando... mas eu sei o que ela está passando.– –Pobre Jill,– eu disse, de repente me dando conta de que eu estava avaliando essa situação completamente errado. A maior parte da minha energia tinha sido focada na escola acreditar que a doença da Jill era uma ressaca. Eu deveria ter me focado no motivo dela estar doente, pra começar. A culpa deve ser da ansiedade com a nova vida. Eu lutei contra meu próprio desconforto, tentando descobrir amizades e brechas sociais – mas ao menos eu estava lidando com minha própria raça. –Eu não havia realmente pensado no que ela está passando.– –Você quer que eu fale com ela?– perguntou Lee. Ele colocou o resto da maçã de lado. –Não que eu ache que tenho muita sabedoria para compartilhar.– –Qualquer coisa deve ajudar,– eu disse, honestamente. Um silêncio caiu sobre nós, e eu comecei a me sentir desconfortável. Lee parecia muito amigável, mas meus velhos medos estavam muito enraizados. Parte de mim sentiu que ele queria mais me estudar do que me conhecer. Alquimistas eram claramente uma novela para ele. –Você se importaria se eu te perguntasse sobre... a tatuagem. Te dá poderes especiais, certo?– Era quase uma reprise da conversa da escola, exceto que Lee na verdade sabia da verdade por trás disso. Eu involuntariamente toquei minha bochecha. –Não poderes, exatamente. Existe uma compulsão que nos impede de falar sobre o que fazemos. E eu recebo um bom sistema imunológico em troca disso. Mas o resto? Nada especial.– –Fascinante,– ele murmurou. Eu desviei meu olhar, desconfortável, e tentei casualmente colocar meu cabelo de volta na minha face. E logo depois o Adrian apareceu. Todo o seu humor anterior se foi. –Ah, aí está você. Posso falar com você a sós por um segundo?– A pergunta foi direcionada a mim, e Lee pulou da bancada. –Eu vou usar a brecha. A Jill ainda está por aí?– Adrian assentiu, e Lee olhou para mim, curioso. –Você quer que eu...?– Assenti. –Seria ótimo. Obrigada.– Lee se foi, e Adrian olhou de volta para mim, curioso. –O que foi isso?– –Oh, nós achamos que o Lee talvez fosse capaz de ajudar Jill com seus problemas,– expliquei. –Uma vez que ele pode se identificar.– –Problemas?–
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–Sim, você sabe. Ajustar-se a viver com os humanos.– –Oh,– disse adrian. Ele pegou um maço de cigarros, para minha completa surpresa, acendeu-o bem na minha frente. –Isso. Sim, acho que é bom. Mas não é sobre isso que queria falar com você. Eu preciso que me tire desse lugar.– Eu estava chocada. Não era sobre Jill? –Fora de Palm Springs?– perguntei. –Não! Fora [i]desse[/i] lugar.– Ele gesticulou para os arredores. –É como viver num asilo! Clarence está tirando um cochilo agora, e ele se alimenta às cinco. É tão entediante.– –Você só está aqui há dois dias.– –E isso é mais do que o bastante. A única coisa que me mantém vivo é que ele mantém um estoque de bebidas alcoolicas. Mas no ritmo que estou indo, vai acabar em uma semana. Jesus Cristo, estou subindo pelas paredes.– Seus olhos caíram sobre o crucifixo no meu pescoço. –Oh. Desculpe. Sem querer ofender Jesus.– Eu ainda estava muito surpresa pelo assunto inesperado para me sentir ofendida. –E o Lee? Ele está aqui, certo?– –Sim,– concordou Adrian. –Às vezes. Mas ele está ocupado com... inferno, eu não sei. Coisas da escola. Ele volta pra Los Angeles amanhã, e será mais uma noite entediante pra mim. Além de que...– ele olhou ao redor, conspiratoriamente. –Lee é legal o bastante, mas ele não está... bem, não é realmente afim de se divertir. Não como eu.– –Isso talvez seja uma coisa boa,– eu assinalei. –Sem lições de moral, Sábia. E ei, como eu disse, eu gosto dele, mas ele não fica aqui o bastante. Quando está, ele fica só. Ele está sempre se olhando no espelho, mais do que eu. Eu o ouvi reclamando sobre cabelo branco outro dia.– Eu não ligava de verdade para as excentricidades do Lee. –Pra onde você gostaria de ir? Você não quer...– um pensamento muito desagradável me ocorreu. –Você não quer se inscrever para Amberwood, quer?– –O que, e jogar 21 Jump Street com o resto de vocês? Não, obrigado.– –21 o quê?– –Deixa pra lá. Olha.– Ele apagou o cigarro no balcão, o que eu pensei que era meio ridículo, desde que ele quase não fumava nada. Por que se ocupar com tal hábito sujo se você não fosse nem usá-lo? –Eu preciso do meu lugar próprio, ok? Vocês fazem as coisas acontecer. Você não me consegue um lugarzinho para solteiro como o que o Keith tem no centro da cidade, para que eu possa festejar com todos os viajantes ricos?
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Beber sozinho é triste e patético. Eu preciso de pessoa. Mesmo de pessoas humanas.– –Não,– eu disse. –Não estou autorizada a fazer isso. Você não é... bem, você não é minha responsabilidade. Estamos apenas tomando conta da Jill – e Eddie, já que ele é o guarda costas dela.– Adrian fez uma careta. –E quanto a um carro? Você pode fazer isso?– Eu neguei com a cabeça. –E quanto ao [i]seu[/i] carro? E se eu deixar vocês na escola e então pegá-lo emprestado por um tempo?– –Não,– eu disse rapidamente. Essa foi provavelmente a sugestão mais louca que ele poderia ter feito. Latte era meu bebê. Eu certamente não estava prestes a emprestá-lo a um bebum – especialmente a um que por acaso também era um vampiro. Se havia um vampiro que parecia particularmente irresponsável, era o Adrian Ivashkov. –Você está me matando aqui, Sábia!– –Não estou fazendo nada.– –Exatamente meu ponto.– –Olhe,– eu disse, ficando irritada. –Eu te disse. Você não é minha responsabilidade. Fale com o Abe se você quer que as coisas mudem. Não é ele a razão de você estar aqui?– O aborrecimento e auto-piedade de Adrian foi trocada por alerta. –O que você sabe sobre isso?– Certo. Ele não sabia que eu havia escutado a conversa deles. –Quero dizer, foi ele quem trouxe vocês para cá e fez os preparativos com Clarence, certo?– eu esperava que isso fosse soar convincente o bastante – e talvez me dê um pouco mais de informação sobre qual era o grande plano de Abe. –Sim,– Adrian disse, depois de alguns segundos de pensamentos intensos. –Mas Abe [i]quer[/i] que eu fique nessa tumba. Se eu tiver o meu próprio lugar, teriamos que manter segredo dele.– Eu engoli em seco. –Então eu definitivamente não vou ajudar, mesmo que eu pudesse. Você não poderia me pagar para desobedecer Abe.– Eu podia ver Adrian preparando um outro argumento e decidi sair. Dando as costas à ele e a qualquer outro protesto, eu segui para fora da cozinha e voltei para a sala de estar. Ali, eu encontrei Jill e Lee conversando, e ela estava sorrindo genuinamente em algum tempo. Ela riu de algum comentário que ele fez e então me olhou chegando. –Hey, Sydney,– ela disse.
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–Hey,– eu disse. –Está pronta pra ir?– –É hora de ir?– ela perguntou. Tanto ela quanto Lee pareceram desapontados, mas então ela respondeu a sua própria pergunta. –Acho que é. Você provavelmente tem alguma lição de casa, e Eddie provavelmente já está preocupado.– Adrian adentrou a sala atrás de mim, parecendo emburrado. Jill olhou para ele e, por um momento, seu olhar se tornou diferente, como se sua mente tivesse ido a outro lugar. Então ela se virou para mim. –Sim,– ela disse. –Nós devemos ir. Espero que possamos conversar mais tarde, Lee.– –Eu também,– ele disse, levantando-se. –Estarei por aqui vez ou outra.– Jill deu um abraço de despedida em Adrian, claramente relutante ao deixá-lo também. Com Lee, ela parecia mais estar triste por deixar algo que havia começado a se tornar interessante. Com Adrian, havia mais um senso de que ela não estava certa de por onde começar. Sua próxima alimentação marcada seria em dois dias, e Adrian estava encorajando, dizendo que ela era forte o bastante pra passar pelo próximo dia de aula. Apesar do tanto que ele me incomodava, eu estava tocada pela sua compaixão pela jovem garota. Qualquer um que fosse tão legal com Jill não poderia ser [i]tão[/i] ruim. Ele estava começando a me surpreender. –Você parece melhor,– eu disse a ela enquanto dirigiamos para Vista Azul. –Conversar com o Adrian... com os dois... foi útil.– –Você acha que estará bem amanhã?– –Sim.– Jill suspirou e se deitou contra o assento. –Só foram meus nervos. Aquilo, e que eu não tinha comido muito no café da manhã.– –Jil...– eu mori meu lábio, hesitante de prosseguir. Confrontos não era meu ponto forte, particularmente com assuntos pessoais estranhos. –Você e Adrian...– Jill me deu um olhar cuidadoso. –O que sobre nós?– –Existe algo... quero dizer, vocês estão...?– –Não!– Pelo canto dos olhos, eu vi Jill ficar rosa pink. Foi o máximo de cor que eu já vi no rosto de um vampiro. –Por que você diria isso?– –Bem. Você estava doente esta [i]manhã[/i]. E então decidida sobre ver Adrian. Você sempre está triste quando o deixa...– Jill ficou boquiaberta. –Você acha que eu estou grávida?– –Não exatamente,– eu disse, percebendo que foi um tipo de resposta nada a ver. –Quero dizer, talvez. Eu não sei. Só estou considerando todas as possibilidades...– –Bem, não considere essa! Não existe nada entre nós. [i]Nada[/i]. Somos amigos. Ele
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nunca se interessaria em mim.– Ela disse sombriamente – e também até um pouco desejosa. –Isso não é verdade,– eu disse, tentando desfazer o estrago. –Quero dizer, você é mais nova, sim, mas você é bonita...– Sim, essa era uma conversa terrivel. Eu só estava balbuciando agora. –Não,– disse Jill. –Não me diga que eu sou legal e bonita e tenho muito a oferecer. Ou qualquer coisa. Nada disso importa. Não quando ele ainda está ligado [i]nela[/i].– –Ela? Oh. Rose.– Eu quase havia me esquecido. A viagem a Corte tinha sido a primeira vez que eu havia visto o Adrian pessoalmente, mas eu na verdade o havia visto uma vez antes, numa câmera de segurança quando ele estava no cassino com a Rose. Os dois namoraram, embora eu não soubesse o quão sério fora a relação. Quando eu ajudei a Rose o Dimitri a escaparem, a quimica entre eles foi fora do comum, mesmo que os dois estivessem em negação. Até mesmo eu poderia ser capaz de enxergar a um quilometro de distância, e olha que eu sei quase nada sobre romance. Vendo que a Rose e o Dimitri são oficialmente um casal agora, eu assumo que as coisas com o Adrian não terminaram bem. –Sim. Rose.– Jill suspirou e encarou o vazio a frente. –Ela é tudo o que ele vê quando fecha os olhos. Olhos escuros e um corpo cheio de fogo e energia. Não importa o quanto ele tente esquecê-la, não importa o quanto ele beba... ela sempre está lá. Ele não pode escapar dela.– A voz de Jill estava cheia de uma surpreendente amargura. Eu poderia pensar que era ciúmes, exceto que ela falava como se tivesse sido pessoalmente enganada pela Rose também. –Jill? Você está bem?– –Huh? Oh.– Jill sacudiu sua cabeça, como se estivesse sacudindo resquicios de um sonho. –Sim, certo. Desculpe. Foi um dia estranho. Estou um pouco fora. Você não disse que podiamos pegar umas coisas?– A placa de sinalização da próxima saída mostrava um shopping center. Eu aproveitei a mudança de assunto, feliz por estar fora dos assuntos pessoais, embora eu ainda estivesse bem confusa. –Uh, sim. Nós precisamos de protetor solar. E talvez pudessemos pegar uma pequena tv para o quarto.– –Seria ótimo,– disse Jill. Eu peguei a próxima saída. Nenhuma de nós falou sobre o Adrian pelo resto da noite.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Capitulo 7
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às 11:47
Marcadores: Laços de Sangue
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