Considerando que eu só devia visitar Clarence duas vezes por semana, durante as alimentações, eu fiquei um pouco atónita ao que me parecia estar aqui praticamente todos os dia. Não era só isso, esta era a primeira vez que ia visitar a propriedade sozinha. Antes, eu tinha estado com Keith ou Jill e tinha um objectivo muito bem definido. Agora, eu estava por conta própria. Eu não tinha percebido o quanto isso me poderia assustar até que eu estava me aproximando da casa, que se tornou ainda mais ameaçadora e escura que o normal. Não há nada a temer, eu disse a mim mesma. Você esteve com um vampiro e um dhampir toda a semana. Você devia estar habituada a isso. Além disso, realmente, a coisa mais assustadora sobre este lugar era a antiga casa em si. Clarence e Lee não eram tão intimidantes, e Adrian… bem, Adrian era muito menos o vampiro menos assustador que eu já conheci. Ele era muito malcriado para eu sentir qualquer medo real, e na verdade… tanto quanto eu odiava admitir, eu meio que esperava ver ele. Não fazia sentido, mas algo sobre a sua natureza irritante me fazia esquecer as minhas outras preocupações. Estranhamente, eu senti que podia relaxar á beira dele. Dorothy acompanhou-me, e eu esperava ser levada para a sala de estar de novo. Em vez disso, a governanta conduziu-me através de voltas e mais voltas por salas escuras,
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finalmente acabando numa sala de bilhar que poderia parecer ter sido tirado directamente do jogo Cluedo*. Mais madeira escura forrava a sala, e janelas com vitrais deixam entrar a luz solar filtrada. A maioria da iluminação da sala vinha de uma luz pendurada no centro sobre uma mesa de bilhar verde forte. Adrian estava alinhado para um tiro quando fechei a porta atrás de mim. –Oh–, disse ele, batendo numa bola vermelha em um buraco. –É você –. –Você estava esperando alguém?– Eu perguntei. –Estou interrompendo a sua agenda social? – Fiz uma grande avaliação ao redor da sala vazia. –Eu não quero priva-lo da multidão de fãs batendo em sua porta. – –Hey, um cara pode ter esperanças. Quero dizer, não é impossível que um carro cheio de meninas de um clube de striptess possa quebrar lá fora e precisar da minha ajuda. – –É verdade–, disse. –Talvez eu possa colocar uma frase lá fora a dizer: –ATENÇÃO A TODAS AS RAPARIGAS: AJUDA GRÁTIS AQUI. – – ATENÇÃO A TODAS AS RAPARIGAS QUENTES –, ele corrigiu, endireitando-se. –Certo–, eu disse, tentando não revirar os olhos. –Isso é uma distinção importante. – Ele apontou para mim com o taco de snooker. –Falando em quente, eu gosto desse uniforme. – Desta vez, eu rolei os meus olhos. Depois que Adrian me tinha provocado da última vez sobre o meu uniforme parecer a minha roupa normal, eu fiz de certeza uma mudança antes de vir hoje. Agora eu usava uns jeans escuros e uma blusa preta e branca com um irritante colar estampado. Eu deveria ter sabido que a mudança de roupa não me teria salvado dos seus sarcasmos. –Você é o único aqui?– Eu perguntei, observando que seu jogo de tabuleiro. –Nah. Clarence esta por aí fazendo…Eu não sei. Coisas de velho. E eu acho que o Lee está a arranjar aquela tranca antes de ir para LA. É meio engraçado. Ele parece chateado por ele ter que precisar de usar ferramentas. Ele continua pensando que a força de suas próprias mãos deve ser o suficiente. – Eu não poderia deixar de sorrir. –Eu não suponho que você se ofereceu para ajudar? – –Sábio–, declarou Adrian. –Estas mãos não fazem trabalho manual.– Bateu outra bola em um buraco.–Você quer jogar?– –O quê? Com você? – –Não, com Clarence.– Suspirou com o meu pasmo olhar. – Sim, claro que é comigo.– –Não. Preciso falar com você sobre Jill –. Ele ficou em silêncio por alguns instantes e depois voltou para o jogo como se nada
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tivesse acontecido. –Ela não estava doente hoje.– Ele disse com uma certeza, embora houvesse um engraçado tom de amargo nas suas palavras. –Não. Bem, não da mesma maneira. Ela ficou doente foi ao sol durante EF. Vou ver Keith depois para ver se conseguimos uma desculpa médica.– Eu realmente tentei ligar para ele antes, sem sorte. –Mas não é por isso que estou aqui. Tem um cara que gosta de Jill, um cara humano –. –Tens o Castile para o despachar.– Debrucei-me contra a parede e suspirei. –Essa é a coisa. Pedi-lhe para fazer isso. Bem, não para o despachar, exactamente. É o companheiro de quarto de Eddie. Eu pedi ao Eddie que dissesse a ele para recuar e leva-lo a alguma razão para este permanecer longe de Jill – tipo ela ser jovem demais – Temendo que Adrian fosse tão vago como Eddie foi, perguntei: –Você entende por que é importante, certo? Moroi não namoram com humanos? – Ele estava olhando para a mesa, não para mim. –Yap, eu estou contigo Sage. Mas eu ainda não vejo o problema. – –Eddie não vai fazê-lo. Ele diz que não pensa que devemos negar a Jill a possibilidade de namorar e ir para bailes. Que está tudo bem se ela e Micah saírem, desde então que não leva a sério isto. – Adrian era bom a esconder seus sentimentos, mas pareceu que tinha sido apanhado de surpresa. Ele endireitou-se e virou a base do taco de snoker no chão, enquanto ele pensava. –Isso é estranho. Quer dizer, eu percebi a lógica e há alguma coisa nisso. Ela não deve ser forçada a um isolamento enquanto está aqui. Eu só estou surpreso por Castile dizer isso. – –Sim, mas isso é um conceito difícil de viver. Onde você desenha a linha 'casual'? Honestamente, eu tenho este pressentimento de que Eddie simplesmente não quer confrontar Micah - o companheiro de quarto. O que é uma loucura, porque Eddie não parece ser o tipo de ter medo de nada. O que há sobre Micah que faz Eddie ficar tão inquieto? – –Micah é um cara grandalhão?– –Não–, eu disse. –Ele é constituído, eu acho. Bom em esportes. Realmente amigável e descontraído - não é do tipo que você teria medo que se virasse contra você caso lhe avisasse para se manter longe de sua irmã. – –Então você pode falar com ele. Ou apenas conversar com Jailbait e explicar as coisas para ela.– Adrian pareceu satisfeito por ter resolvido o assunto e bateu na última bola.
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–Esse era o meu plano. Eu só queria ter certeza que você me apoiaria. Jill escuta você, e eu pensei que isso seria mais fácil se ela soubesse que você concordava comigo. Não que eu mesma saiba como ela se sente. Pelo que sei, isto é tudo um exagero. – –Não deve doer ser muito cuidadoso com ela–, disse Adrian. Ele olhou fora, perdido em seus próprios pensamentos. –E eu vou deixá-la saber como me sinto sobre isso. – –Obrigada–, disse meia surpresa com o quão fácil tinha sido isto. Seus olhos verdes dançaram maliciosamente. –Agora você vai jogar uma partida comigo? – –Eu realmente não…– A porta se abriu, e Lee entrou, vestido casualmente com uns jeans e uma T-shirt. Ele estava carregando uma chave de fenda. –Hey, Sydney. Pensei ter visto o seu carro lá fora. – Ele olhou ao redor. –Esta, uhm, Jill com você? – –Hoje não–, eu disse. Uma nova luz atingiu me quando eu recordei que Lee frequentou a escola em Los Angeles. –Lee, você já namorou com uma garota humana na sua escola? – Adrian arqueou uma sobrancelha. –Você está pedindo-lhe para sair, Sage? – Fiz uma careta. –Não!– Lee ficou pensativo. –Não, não realmente. Tenho alguns amigos humanos, e nós saímos como um grupo e aparecemos… mas eu nunca fiz mais do que isso. Todavia LA é um lugar grande. Há raparigas Moroi por lá, se você souber onde olhar. – Adrian animou-se. –Oh?– Minha esperança era que Lee pudesse dizer a Jill que ele também teve de evitar encontros desbotados. –Bem, isso faz com que a sua situação de namorar seja muito mais fácil do que a Jill –. –O que você quer dizer?–, perguntou Lee. Eu recapitulei tudo para ele sobre Micah e Eddie. Lee balançou a cabeça pensativamente. –Isso é difícil–, admitiu. –Podemos voltar para a parte sobre raparigas Moroi saírem em LA? –, perguntou Adrian esperançado. –Você pode me indicar alguns dos… oh, vamos dizer, os de mentes mais abertas? – No entanto a atenção de Lee estava em mim. Seu fácil sorriso cresceu incerto e ele olhou para seus pés. –Isso pode parecer meio estranho…mas eu quero dizer, eu não me importaria pedir Jill
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para sair. – Adrian caiu em cima antes que eu pudesse pensar numa resposta. –O que, você quer dizer como namorar? Seu filho da puta! Ela só tem quinze anos. – Você nunca teria adivinhado que ele estava falando facilmente sobre raparigas Moroi momentos antes. –Adrian–, disse. –Eu supondo que a definição de Lee para namorar é um pouco diferente da sua. – –Desculpe, Sage. Você tem que confiar em mim quando se trata de definições de namoro. Da última vez que eu verifiquei, você não era uma perita em matéria social. Quero dizer, quando foi a última vez que você namorou? – Era apenas outra das farpas espirituosas que ele jogava tão facilmente, mas picou um pouco. Era assim tão óbvia a minha falta de experiência social? –Mas–, acrescentei ignorando a pergunta de Adrian, –não é uma diferença de idade.– Sinceramente não tinha ideia quantos anos Lee tinha. Ele estar numa faculdade me deu alguma pista, mas Clarence parecia muito velho. Ter um filho no final da vida não era tão estranho, porém, para os humanos ou Moroi. –Aí esta–, disse Lee. –Eu tenho dezanove. Não é um grande lacuna - mas grande o suficiente. Eu não deveria ter dito nada. – Ele parecia envergonhado, e eu senti tristeza por ele como confusão por mim. Casamenteira não estava no manual de Alquimistas. –Por que você quer convidá-la para sair?– Eu perguntei. –Eu quero dizer, ela é óptima, mas você só está fazendo isso para a distrair de Micah e dar-lhe uma alternativa segura de namoro? Ou você, hum, gosta dela?– –Claro que ele gosta dela–, disse Adrian, rápido para defender a honra de Jill. Eu tive um pressentimento que realmente não havia nenhuma boa maneira de Lee responder neste momento. Se ele manifestasse interesse nela, o instinto bizarro de cavalheirismo de Adrian estavam indo chuta-lo. Se Lee não estivesse interessado, Adrian sem dúvida exigiria saber o porque que Lee não queria casar-se com ela ali mesmo. Aquilo era um daqueles fascinantes - mas esquisitos – equívocos da personalidade de Adrian. –Eu gosto dela–, disse Lee sem rodeios. –Eu só falei com ela um par de vezes, mas…bem, eu realmente gostaria de conhecê-la melhor. – Adrian zombou e eu atirei-lhe um olhar. –Mais uma vez –, disse. –Eu acho que vocês rapazes têm definições diferentes para as mesmas palavras. – –Não é verdade–, disse Adrian. –Todos os caras querem dizer a mesma coisa quando querem ‘conhecer uma rapariga melhor’. Você é uma jovem moça bem-educada, então eu entendo porque você seria inocente demais para entender. Boa coisa você me ter aqui
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para interpretar. – Voltei para Lee, nem mesmo me preocupando em responder a Adrian. –Eu acho que tudo bem se você sair com ela –. –Supondo que ela ainda esta interessada–, disse Lee, olhando incerto. Lembrei-me do seu sorriso quando ele parou para falar com ela ontem. Aquilo pareceu muito promissor. Mas depois, também teve o seu entusiasmo com Micah. –Eu aposto que ela está.– –Então você está indo deixá-la sair sozinha?– perguntou Adrian, dando-me um olhar que me disse para não questioná-lo. Desta vez sua preocupação era verdadeira. Eu compartilhei. Jill estava em Palm Springs por ser seguro. Ela foi matriculada na Amberwood porque também era seguro. De repente, sair com um cara que nós mal conhecíamos não iria ao encontro dos protocolos de segurança tanto dos Alquimistas como dos guardiões. –Bem, ela não pode mesmo deixar o campus–, disse pensando em voz alta. –Não sem mim.– –Whoa–, disse Adrian, –se você começar a vir junto como um acompanhante, eu também – –Se nós dois fizermos isso, então Eddie vai querer também–, eu apontei. –Não parece muito como uma saida.– –Então?– O breve momento de seriedade e preocupação de Adrian tinha desaparecido face ao que ele via como diversão social. Como poderia o humor de qualquer um virar de maneira rápida? –Pense nisto como pelo menos uma saída do que um falso passeio em família. Uma que vai me entreter enquanto eu protejo a virtude dela. – Eu coloquei as minhas mãos nos meus quadris e voltei-me para ele. Isto pareceu diverti-lo mais. –Adrian, nós estamos focando Jill aqui. Isto não é sobre o seu entretenimento pessoal. – –Não é verdade–, ele disse com olhos verdes cintilantes. –Tudo é sobre o meu entretenimento pessoal. O mundo é o meu palco. Manter isto - você estaria se tornando numa estrela no show. – Lee olhou entre nós com um cómico olhar perdido. –Vocês querem ficar sozinhos?– Eu ruborizei. –Desculpa–. Adrian não fez nenhum pedido de desculpas, é claro. –Olhe–, disse Lee, que parecia tipo, estar a começar a lamentar-se trazer isto tudo ao de cima. –Eu gosto dela. Se isso significa trazer todo o seu grupo para que eu possa estar com ela, então
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tudo bem. – –Talvez seja melhor assim–, pensei. –Talvez se fazermos as coisas mais como um grupo – á parte da sua alimentação - ela não vai estar em perigo de querer sair com um cara humano – Nós nem sabíamos de certeza se ela estava interessada. Nós nem sequer sabíamos se ela estava interessada em Lee também. Eu percebi que estávamos sendo terrivelmente grosseiros com a sua vida amorosa. –Isso é tipo o que eu queria antes–, Adrian disse-me. –Só mais uma vida social.– Lembrei-me da conversa de ontem, em que ele exigiu que eu encontrasse uma hospedagem. –Isto não é exactamente o que você pediu. – –Se você quiser sair mais vezes–, disse Lee, –você deve voltar para Los Angeles comigo esta noite. Estarei de volta aqui depois da aula de amanhã de qualquer maneira, por isso seria apenas uma viagem rápida. – Adrian iluminou-se tanto que eu me perguntei se Lee havia sugerido isto para tentar alisar qualquer tensão que permaneceu sobre seu interesse em Jill. –Você vai apresentar-me para essas meninas? – Adrian perguntou. –Inacreditável–, eu disse. A dupla personalidade de Adrian era ridícula. Eu não percebi a porta a ser aberta até que Keith estava completamente na sala. Eu nunca estive tão feliz em vê-lo, mas era uma sorte ele estar subitamente aqui, bem quando eu precisava falar com ele sobre Jill e seus problemas com EF. Meu melhor plano tinha sido aparecer no seu apartamento e esperar apanhá-lo lá. Ele me salvou do problema. Keith olhou para nós três - mas ele não compartilhava nossos sorrisos. Não piscar de olho ou o charme de menino bonito hoje. –Eu vi seu carro lá fora, Sydney–, disse ele severamente voltando-se para mim. –O que você está fazendo aqui?– –Eu tinha que falar com Adrian–, eu disse. –Você recebeu minha mensagem? Eu tentei ligar mais cedo. – –Eu tenho estado muito ocupado–, disse ele com firmeza. Sua expressão era dura, seu tom esfriou a sala. Adrian e Lee tinham perdido os seus sorrisos, e ambos agora pareciam confusos enquanto tentavam descobrir por que Keith estava tão irritado. Eu compartilhava a curiosidade deles. –Vamos conversar. Em privado. – De repente, senti como uma criança travessa, sem saber porquê. –Claro–, eu disse. –Eu…eu estava saindo de qualquer jeito. – Movi-me para me juntar a Keith na porta.
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–Espere–, disse Lee. –E quanto a…– Adrian cutucou ele e balançou a cabeça, murmurando algo que eu não pude ouvir. Lee ficou quieto. –Te vejo por aí–, disse Adrian alegremente. –Não se preocupe – eu vou me lembrar do que falamos. – –Obrigado–, eu disse. –Vejo vocês mais tarde–. Keith saiu sem uma palavra, e eu segui-o para fora da casa em direcção ao calor de fim de tarde. A temperatura tinha descido desde a malfadada aula de EF, mas não muito. Keith marchava através da calçada de cascalho, chegando a um impasse ao lado de Latte. Seu carro estava estacionado nas proximidades. –Isso foi rude,– disse a ele. –Você nem sequer disse adeus a eles. – –Desculpe se eu não levo as minhas melhores maneiras para os vampiros,– estalou Keith. –Eu não sou tão chegado a eles como você é. – –O que é que isso quer dizer?– Eu exigi, cruzando os braços. Olhando-o, senti todas as minhas velhas bolhas de ousadia subirem. Era difícil acreditar que eu estava rindo exactamente um minuto atrás. Keith zombou. –Agora mesmo você parecia muito aconchegante com eles lá dentro - saindo, ter um bom momento. Eu não sabia que este era o lugar onde você gastava o seu tempo livre depois da escola. – –Como você se atreve! Eu vim aqui a trabalho, – rosnei. –Sim, eu poderia dizer.– –Eu vim. Eu tinha que falar com Adrian sobre Jill –. –Não me lembro de ele ser o seu guardião.– –Ele se preocupa com ela–, argumentei. –Assim como qualquer um de nós faria por um amigo. – –Amigo? Eles nem mesmo são como nós –, disse Keith. –Eles são imorais e não naturais, e você não tem que estar sendo amiga com nenhum deles. – Queria gritar de volta que pelo que eu tinha observado, Lee era cem vezes mais digno de um pessoa do que Keith jamais seria. Nem mesmo Adrian era. Foi apenas no último segundo que a minha formação chutou dentro. Não levante um barulho. Não contradiga os seus superiores. Não importa o quanto eu o odiava, Keith estava no comando aqui. Eu tomei uma profunda respiração. –Foi difícil confraternizar. Eu simplesmente vim para falar com Adrian, e aconteceu de Lee estar aqui. Não era como se nós todos estivéssemos a planear uma festa grande. –
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Melhor não mencionar o plano de sair em grupo. –Porque você foi justamente chamar Adrian se você tinha um pergunta? Você me chamaria. – Porque estar cara a cara com ele é menos repugnante do que estar ao seu redor. –Era importante. E quando eu não consegui apanhar você, eu percebi que tinha que dirigir até a sua casa de qualquer maneira. – Na esperança de afastar do meu –mau comportamento–, eu mergulhei e recapitulei tudo o que tinha acontecido hoje, incluindo a exposição de Jill ao sol e as atenções de Micah. –É claro que ela não pode namorá-lo–, ele exclamou, depois que eu expliquei sobre Micah. –Você tem que colocar um stop nisso. – –Eu estou tentando. E Adrian e Lee disseram que ajudava. – –Oh, bem, eu me sinto muito melhor agora.– Keith sacudiu cabeça. –Não sejas ingénua, Sydney. Eu disse a você. Eles não se preocupam com essas coisas tanto quanto nós. – –Eu acho que eles fazem–, argumentei. –Adrian pareceu ficar, e ele tem muita influência sobre Jill –. –Bem, não é por ele que os Alquimistas virão depois buscar para enviar para a reeducação, por jogar por aí com vampiros quando ela deveria estar a disciplina-los –. Eu só podia olhar. Eu não tinha certeza que parte do que ele disse era a mais ofensiva: a insinuação mais gasta de que eu era uma –amante de vampiro– ou que eu era capaz de –disciplinar– qualquer um deles. Eu deveria ter sabido que a sua falsa amizade não iria durar. –Estou fazendo o meu trabalho aqui–, eu disse, ainda mantendo o meu nível de voz. –E pelo que posso ver, eu estou fazendo mais trabalho do que você, desde que sou a única que tem apagado incêndios durante toda a semana. – Eu sabia que era uma ilusão, visto que o olho de vidro não poderia realmente olhar, mas eu senti que ele estava olhando me com os dois olhos. –Estou fazendo bastante. Nem pense em me criticar. – –O que você está fazendo aqui?– perguntei, de repente percebendo como era estranho. Ele me acusou de ‘socializar’, mas nunca explicou os seus motivos. –Eu tinha que ver Clarence, não que isso seja de sua importância. – Eu queria mais detalhes, mas recusei-me a deixar transparecer a minha curiosidade. Ele tinha ido ali ontem também, de acordo com Lee. –Você vai ligar para a escola amanhã e
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excluir Jill de EF? – Keith me deu um olhar longo e pesado. –Não.– –O quê? Por que não? – –Porque estar ao sol não vai matá-la.– Novamente, eu mordi a minha raiva e tentei o lado da diplomacia que eu tinha aprendido. –Keith, você não a vê. Talvez não a vá matar, mas é miserável para ela. Ela estava em agonia. – –Eu realmente não me importo se eles estão miseráveis ou não–, Keith disse. –E você também não deveria. Nosso trabalho é mantê-la viva. Não houve menção de seguramente faze-la se sentir feliz e confortável –. –Eu não acho que alguém teria que nos dizer:– disse horrorizada. Por que ele estava tão chateado? –Eu acho que a sensibilidade do ser humano, poderíamos apenas fazê-lo. – –Bem, agora você pode. Você pode conseguir alguém acima de nós para emitir uma nota para a escola ou você pode dar a ela banhos de gelo depois da aula de ginástica. Eu realmente não ligo para o que você faz, mas talvez isso a vá manter ocupada o suficiente para que você pare de vir para cá sem aviso prévio e jogando-se a si mesma ás criaturas da escuridão. Não deixe que eu ouça falar que isso aconteceu novamente. – –Você é inacreditável–, disse. Eu estava muito chateada e com falta de palavras para puder administrar mais nada eloquente. –Eu estou olhando para fora da sua alma–, disse arrogantemente. –É o mínimo que posso fazer por seu pai. Pena que você não seja mais como suas irmãs. – Keith virou as costas para mim e desbloqueou a porta do carro sem outra palavra. Ele entrou e partiu, deixando-me pasmada. Lágrimas ameaçaram os meus olhos e eu engoli-os de volta. Eu me sentia como uma idiota - mas não por causa de suas acusações. Eu não acreditei por um instante que eu tinha feito nada mais errado do que ter vindo aqui. Não, eu estava furiosa – furiosa comigo mesma - porque eu deixei ele ficar com a última palavra e porque eu que não tive a coragem de dizer nada de volta. Eu permaneci em silêncio, assim como todo mundo sempre me disse para ficar. Chutei o cascalho na minha ira, enviando borrifadelas daquilo para o ar. Um pouco de pequenas pedras bateu no meu carro e eu estremeci. –Desculpa–. –Será que ele vai acusar-te de ser perverso falar com um objecto inanimado? – Virei-me com o coração disparado. Adrian estava encostado contra a casa, fumando. –De onde você veio?– exigi, mesmo que eu soubesse de tudo o que havia para saber sobre vampiros, era difícil agitar medos supersticiosos deles aparecendo cá fora para o
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ar rarefeito. –Da outra porta–, explicou. –Saí para fumar e ouviu a agitação. – –É rude escutar às escondidas–, eu disse, sabendo que soou insuportavelmente formalista mas incapaz de me parar. –É rude ser um imbecil como esse.– Adrian assentiu para onde Keith tinha ido embora. –Você vai ser capaz de conseguir que Jill saia da aula? – Eu suspirei, sentindo de repente cansada. –Sim, eu deveria ser capaz. Só vai demorar um pouco mais, enquanto eu procuro algum outro Alquimista para ser os nossos pais falsos. Teria sido muito mais rápido se Keith tivesse feito isso. – –Obrigado por olhar por ela, Sage. Você é legal. Para um humano. – Eu quase ri. –Obrigada.– –Você pode dizer isso também, você sabe.– Caminhei até Latte e fiz uma pausa. –Dizer o quê?– –Que eu sou legal…para um vampiro –, explicou. Eu balancei minha cabeça, ainda sorrindo. –Você vai ter um duro trabalho para encontrar qualquer Alqimista que admita isso. Mas posso dizer que você está bem para um irreverente rapaz de féstas com ocasionais momentos de brilhantismo. – –Brilhante? Você acha que eu sou brilhante? – Ele jogou suas mãos para o céu. –Você ouviu isso mundo? Sage disse que eu sou brilhante –. –Não foi isso que eu disse!– Ele largou o cigarro e o pisou com o pé, me dando um desinteressado sorriso. –Obrigado por levantar o meu ego. Eu estou indo para dizer a Clarence e a Lee e tudo sobre a sua alta opinião. – –Hey, eu não…– Mas ele já tinha ido. Enquanto conduzia, eu decidi que os Alquimistas precisavam de um departamento inteiro dedicado à manipulação de Adrian Ivashkov. Quando voltei ao meu dormitório, encontrei Jill sentada rodeada de livros e papéis, sem dúvida, tentando recuperar o atraso de ontem. –Uau–, eu disse, pensando nos deveres que esperavam por mim também. –Você tem um comando inteiro de centro de criação –. Em vez de sorrir para a minha piada, Jill olhou para cima com um olhar gelado. –Você acha que,– ela disse, – talvez da próxima vez que você quiser mexer com a minha vida amorosa, você poderia falar comigo em primeiro lugar? – Eu fiquei sem palavras. Adrian disse que ele iria conversar com Jill. Eu só não tinha
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percebido que seria tão rápido. –Você não tem que ir atrás das minhas costas para me manter longe de Micah –, acrescentou. –Eu não sou estúpida. Eu sei que não posso namorar um ser humano.– Então aparentemente Adrian tinha dito a ela muita coisa. –E–, Jill continuou, ainda num tom frio, –você não tem que assentar-me com o único Moroi elegível dentro de uma centena de quilómetros, a fim de me manter fora de problemas –. Okay… Adrian tinha, aparentemente, lhe dito tudo. Eu teria esperado mais discrição dele, especialmente com a parte de Lee. –Nós… não estávamos assentar-te, –eu disse sem muita convicção. –Lee queria te convidar para sair de qualquer maneira.– –Mas ao invés de falar comigo, ele pediu permissão de vocês! Você não controla a minha vida. – –Eu sei disso–, eu disse. –Nós não estávamos tentando!– Como tinha isso explodiu justamente á minha frente? –Lee actuou por conta própria. – –Assim como você fez quando foi falar com Adrian nas minhas costas.– Seus olhos brilhavam com lágrimas de raiva, desafiando-me a negá-lo. Eu não podia e só agora percebi o erro que eu tinha feito. Desde que ela foi encontrada ela era da realeza, Jill tinha visto as outras pessoas a ditar a sua vida para ela. Talvez minhas intenções de conseguir que Adrian falasse com ela sobre Micah fossem boas, mas eu as dirigi no caminho errado. –Você está certa–, eu disse. –Sinto muito, eu…– –Esqueça isso–, disse ela, escorregando um par de fones nos ouvidos. –Eu não quero ouvir mais nada. Você me fez parecer estúpida na frente de ambos - de Adrian e de Lee. Não que eles vão mesmo pensar duas vezes em mim hoje à noite em Los Angeles.– Ela acenou com a mão para mim e olhou para o livro na frente dela. –Eu estou feita com você. – Se ela não podia me ouvir por causa da música ou simplesmente porque ela agora decidiu ignorar me, eu não poderia dizer. Tudo o que eu sabia era que eu, mais uma vez encontrei-me a compara-la a Zoe. Assim como com Zoe, eu tentei fazer algo de bom para Jill e tinha saído pela culatra. Assim como com Zoe, eu acabei machucando e humilhar a pessoa que eu tentava proteger. Desculpe, Sage. Da última vez que verifiquei, você não era uma especialista em matéria social.
Aquilo, pensei amargamente, era a parte mais triste de tudo - que Adrian Ivashkov estava certo.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Capitulo 9
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* CLUE em americano, CLUEDO é um jogo popular de resolução de mistérios e assassinatos. O objectivo do jogo é os jogadores estrategicamente mover o tabuleiro de jogo (uma mansão), sob o disfarce de um dos jogos de seis caracteres, colectando pistas, para deduzir quem assassinou a vítima perpétua do jogo: Dr. Black (Mr. Boddy, em versões norte-americanas), e com qual arma e em que sala.
às 11:49
Marcadores: Laços de Sangue
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